18 novembro 2009

(114) 18/11/09


O comunicado da Missão de Observadores da União Europeia hoje dado a conhecer em Maputo aponta "numerosas irregularidades" e "inconsistência nos procedimentos" em 73 distritos das 11 províncias de Moçambique no decorrer das eleições de 28 de Outubro - recordar as adendas 2/4 da postagem (113) 18/11/09. Podereis encontrar artigos relacionados, já disponíveis na internet, aqui.
Adenda às 20:13: o comunicado da missão não está ainda disponível no portal da União Europeia em Moçambique, aqui.
Adenda às 21: comunicado já disponível no portal da União Europeia, aqui.

37 comentários:

aminhavozz disse...

Oh prof
A chefe dos observadores da UE nao tinha declarado as eleicoes livres, justas e tranparentes e ordeiras?
O que a fez mudar de ideias? Ou porque eh que se antecipou a fazer declaracoes antes de terminado o processo?

aminhavozz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ricardo disse...

Realmente...

Os comunicados cínicos são os mais emocionantes!

A minha vida é uma farsa...

Democracia Cínica

A cara
E o coração
Os tentáculos
E os t... do fascismo
Nesta cínica democracia
É a corrupção

Que toma de assalto os Partidos
Mina o Estado
Subverte a Justiça
E provoca a crise

E transforma a democracia liberal
Numa plutocracia
Numa ditadura cínica
E sinistra
Que destrói Portugal

Resta ao cidadão uma solução
Democrática:
Limpar o ...
Massivamente
Aos boletins de voto
Esfregá-los no nariz do presidente
E gritar sem tabu:

«O Povo está presente!
A Democracia sem Partidos
E sem corruptos é possível

Que o povo se respeite
E se estime
E se repense o Regime
Senão
Estamos todos perdidos»


Vale de Salgueiro, quinta-feira, 28 de Maio de 2009
Henrique Pedro

Visite o site:

http://henriquepedro.blogspot.com/

e sentir-se-á mais feliz!

Anónimo disse...

Fiquei a saber que UE e Portugal são uma só coisa! Bravo

Abdul Karim disse...

Acho que a grande questao esta na interpretacao, que um partido ou governo que se preze, da a esse tipo de "linguagem" usada no comunicado.

A interpretacao varia em funcao de Valores e Principios que norteiam o mesmo partido ou governo.

Agora, se o tal partido ou governo, nao tiver Valores... entao o comunicado 'e optimo... se tiver Valores... entao 'e pessimo.

Estas eleicoes nao foram Livres, nem Justas e muito menos Transparentes...

Logo, os resultados das eleicoes afectados ou nao, estao desprovidos de Valor... porque os Valores nao estao la.

Podem ate ser validados... Mas nao tem Valor.

A Liberdade, A Justica e a Transparencia sao Valores.

E 'e aqui, onde a frelimo se define... na forma como ira conduzir o processo.... se tiver capacidade para conduzir...

Conde da Arabias disse...

AS ELEIÇOES EM MOÇAMBIQUE SEMPRE FORAM UMA GRANDE FARSA!
NUNCA FORAM LIVRES, JUSTAS E TRANSPARENTES.
A CULPA É DE QUEM AS SUSTENTA.
OS NACIONAIS E ESTRANGEIROS

Anónimo disse...

Uma coisa é o dia das eleições, que, com algumas irregularidades pode-se dizer que correu bem, outra é o processo eleitoral, que é muito mais complexo. E esse é claramente fraudulento, com violações sistemáticas desde intimidacoes, uso de meios e recursos (financeiros, materiais e humanos)do Estado, uso abusivo dos meios de comunicação e outros. Não é preciso vir ninguém do outro lado do "lago" para nos dizer isso. É bom que eles venham só porque a nossa voz nunca é ouvida, e as deles sim, mesmo apesar das tentativas de descredibilização. Dai a importância das missões internacionais de observação.

aminhavozz disse...

Penso que nao se deve confudir as coisas. Nao foi a FRELIMO que declarou as eleicoes livres, justas e transparentes. Foram os proprios observadores. Eu mesma ouvi a sra. Fiona H. Chefe da delegacao europeia dizer isso varias vezes.
E a FRELIMO e outros orgaos usam essas declaracoes de 'tao importante grupo', para legitimar as eleicoes.
Estes observadores nao podem brincar com mais de 20 milhoes de cidadaos. Mocambique eh um pais... Nao um compartimento da casa deles, onde de um momento para o outro faz-se a mudanca dos moveis...

umBhalane disse...

É mesmo, a culpa é dos "estranjas".

Agora, "nós mesmos" temos que sentar em baixo da bananeira, e só esperar...e como cansa!!!

Logo, logo, há-de vir alguém resolver-nos, nem que fora mesmo os "estranjas"...

Melhor mesmo é esperar-lhes...sentados...parados...mas como cansa, mesmo assim!!!

A culpa só pode ser deles.

Mesmo.

Anónimo disse...

prontos a uniao europeia acordou mal disposa, disparatou sem razao, a razao inteirinha esta com a comissao nacional de eleicoes, tudo foi aqui limpinho, justinho, sem manchas na transparencia, etc tc.
MMM

Reflectindo disse...

Sempre achei que chamar estas eleicões de livres, justas e tranparentes e ordeiras é mesmo que dizer À MEDIDA AFRICANA. E, quem diz isto é quem pensa que nós não podemos fazer coisa mais melhor que batotas que partem da Comissão Eleitoral, passando por Conselho Constitucional e termina com membros das mesas de voto. Só os sem escrúpulo, produtos de sei lá de que e quem, regozijam-se ou regozijar-se-iam com tais pronunciamentos.
Tenho poucas dúvidas que se o que aconteceu com estas eleicões fosse em Kosovo ou Montenegro isto para não falar de um dos países membros da União Europeia, os obsersevadores da UE não aprovariam e exigiriam a anulacão das eleicões. Mas eles têm razão como tenho insistido, pois Mocambique é um país africano e cá temos a nossa União Africana; Mocambique fica situado na região da África Austral e aqui temos SADC; em Mocambique temos as nossas organizacões da sociedade civil as quais constituiram grupos de observadores, então, cabe a eles a dizer o que a União Europa não diz/disse para evitar que lhe acusem de interferir em assuntos mocambicanos e africanos.

Estou a espera do relatório do Observatório Eleitoral.

Delfina Gemuce-Tas disse...

Bom dia Professor,

Esses observadores sao palhacos, so podem mesmo fazer eese teatro em Mocambique. O que me deixa decepcionada nao sao esses observadores que nem se importam com o desenvolvimento de Mocambique, porque para eles quanto mais dependencia melhor. Sim porque a democracia promove o desenvolvimento. O que me preocupa e a passividade de nos Mocambicanos, dos observadores nacionais, dos pensadores deste pais. O que aconteceu nas eleicoes nao foi normal, nao temos o direito de hipotecar a Liberdade que tanto custou a geracoes de Mocambicanos por um grupo de mafiosos deste pais que acha que tem o direito de fazer e desfazer.
Mas se Mocambique continuar desse jeito, temo que a nossa jovem democracia nunca tera a chance de crescer.
Desde que estou aqui na Holanda nunca vi nenhum partido ganhar a maioria absoluta, para governar tem sempre que fazer aliancas partidaria para governar. Mas o que vejo no nosso rico Mocambique e o contrario, estamos a voltar para tras, estamos a ficar mais debeis na democracia, mais pobres e mais dependentes. A pluridade partidaria e um dos pilares da democratica.


*desculpe-me pelos erros ortograficos e o acentos, ja me fogem.

Um abraco a Mocambicana

aminhavozz disse...

A culpa não e dos 'estrangas'...não! Entretanto, convenhamos...a isso e que se chama atiçar conflitos...

Houve muita irregularidade nesta eleições...disso não há sombra para duvidas...

O que me angustia é que esses observadores declararam o processo transparente, livre e justo, dois dias depois do termino da votação, precisamente no momento em que a oposição vinha a tona com acusações de fraude...

E essa declaração dos observadores deitou à agua baixo, qualquer credibilidade das evidencias apresentadas pelos partidos políticos.

E agora, depois da CNE anunciar os resultados oficialmente...mudam de ideias... Francamente...

‘Uma coisa é o dia das eleições, que, com algumas irregularidades pode-se dizer que correu bem, outra é o processo eleitoral, que é muito mais complexo...’

Concordo plenamente...

Recordem-se, no entanto, que estes observadores chegaram à Moçambique cinco dias antes da votação. Por coincidência viemos no mesmo voo e eu escutei o conteúdo das suas conversas. Vieram com ideias pré definidas sobre o que é Moçambique: um pais corrupto...em que eleições nunca podem ser justas...

Os mesmos observadores passearam a classe durante alguns dias a gastarem os per diem pagos pelos ‘tax payers’ europeus e, dois dias depois da votação, organizam conferência de imprensa para declarar que se sentiam surpreendidos com a forma justa, transparente e livre como o processo tinha decorrido...

Ora bem...de onde surgiram as novas evidencias que retiram a ‘surpreendente’ qualidade do evento? Antes ou depois das eleições?

‘Antes’ não pode ser porque aqui não estavam para presenciar...

‘Depois’... porque é que não esperaram mais um pouco antes de se pronunciarem? Qual era a pressa?

Anónimo disse...

Agora os observadores/estrangeiros ja sao palhacos? Deixemos de culpar os outros, nos e que temos que resolver os nossos problemas. O que e que nos fazemos para evitar fraudes? muitos de nos fica em casa no dia do voto. Muitos de nos nem se quer questiona procedimentos errados nao so das eleicoes como de todo o processo de governacao. Ha varias formas de nos manifestar e de mostrar o nosso desagrado. Mas ficamos a espera da "comunidade internacional". Comunidade essa que tem varinha magica para tudo mas que quando ele se impoe ja nao serve.... acordemos!!!

umBhalane disse...

Meus Srs e minhas Sras

Como cidadão europeu, ACTIVO, VIVO, quero reclamar formalmente junto da UE quaisquer irregularidades ou declarações infundadas e/ou de má fé, nomeadamente da chefe da delegação, Sra.Fiona H.

Neste contexto, agradeço o favor da V/ajuda no sentido de localizar as tais polémicas classificações - "justas", "livres" -.

O link por favor.

Desconsegui de encontrar.

Encontrei este, mas reparem bem:

"A missão da União Africana é chefiada pelo antigo presidente do parlamento angolano Roberto de Almeida. Eleições livres e justas foi o seu veredicto."
http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/story/2009/10/091030_mozelexobserversvg.shtml


Não quero ser parcial, injusto, e pior ainda, fazer má figura junto da UE, quando reclamar formalmente, POR ESCRITO, registado, com aviso de recepção.

Certo de bom acolhimento, e melhor atenção, fico a aguardar a V/ajuda, por favor.

aminhavozz disse...

Isto ajuda?

http://www.verdade.co.mz/index.php?view=article&id=6481%3Aobservadores-elogiam-stae-mas-criticam-cne&option=com_content&Itemid=91

http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticias/news_folder_politica/outubro-2009/missao-da-ue-atribui-nota-positiva-as-eleicoes-gerais/

http://www.africanelections.org/mozambique/news/page.php?news=4508

aminhavozz disse...

Prof...o que se passou com o meu terceiro comentario?

Anónimo disse...

no dia 30 de outubro já havia aviso à navegacao sobre transparencia, visibilidade politica e e oportunidade de escolha do eleitorado:
http://www.eueom-mozambique.eu/PT/PDF/PR_30_10_09_PT.pdf
bom ler os comunicados
ja agora: a UE tambem esta equivocado? toda a gente equivocada menos a cne e o partidoa no poder?
MMM

Abdul Karim disse...

UmBhalane esta em forma, esteve em grande nivel durante as eleicoes.

Se encontrarem as palavras que o UmBhalane quer...

Eu vou com ele, pra UE reclamar aquilo que ele quer.

Assino em baixo, ainda que nao seja cidadao da UE.

Delfina Gemuce-Tas disse...

Anonimo,

Cade a tua identidade? Detesto me comunicar com anonimos.
Sao palhacos sim no meu ver. Onde ja se viu? Vem com muitas declaracoes do mesmo processo eleitoral,ou foram eleicoes livres, justas e democraticas ou nao foram, mas as duas nao podem ser.Onde esta a seriedade destes senhores/as? Nao basta dar dinheiro e se sentir no respeito de dizer o que querem, e preciso tambem respeitar este povo, que tem o direito de saber a verdade, chega de camuflagens eleitorais.
Nos seus paises jamais diram este tipo de coisa sabia? E nao e questao de culpar os outros pelos nossos erros, mas ao meu ver se nao estao para promover a democracia em Mocambique porque vem controlar as eleicoes entao? Nao esquecendo que os orgaos mocambicanos apoiam-se nestes comentarios para legitimar irregularidades. Dependemos deles sim para realizar as eleicoes, mas tambem queremos um mocambique mais democratico, mais respeito.
Seus comentarios sao levados a serio, nao so em mocambique mas em todo mundo. A maioria dos nossos observadores ja veio com as suas declaracoes e parece que tapou o sol com a peneira para as irregularidades que aconteceram.

Por um Mocambique melhor,

Um abraco

umBhalane disse...

CONTINUO A DESCONSEGUIR
http://www.africanelections.org/mozambique/news/page.php?news=4508
Aqui não encontrei classificativos “livres”, “justas.
http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticias/news_folder_politica/outubro-2009/missao-da-ue-atribui-nota-positiva-as-eleicoes-gerais/
Aqui também não encontrei “livres” e “justas”, mesmo sendo do portal da frelimo!!!
http://www.verdade.co.mz/index.php?view=article&id=6481%3Aobservadores-elogiam-stae-mas-criticam-cne&option=com_content&Itemid=91
Lamento muito, mas aqui também NÃO.

Obrigado pela ajuda.

Noto que mudou de visual.
Parabéns.

ricardo disse...

Costuma-se dizer...

Nunca confundir a árvore com a floresta.

So que ninguém se lembra nunca que há florestas de uma árvore só.

Cavaco Silva, em nome de Portugal, antecipou-se e disse o que a União Europeia veio dizer depois.

Razão pela qual, eu afirmei categoricamente, na altura que, com a aprovação do Tratado de Lisboa por todos os estados da UE, uma das consequências é que doravante, assuntos externos ao espaço europeu serão tratados em nome do Bloco. E por consensos mútuos, o que Portugal já havia conseguido junto de seus pares, com muita antecipação.

Os relatórios de circunstância é conversa para "preto" ouvir...como se o Africano merecesse aos olhos dos governos europeus algum tipo de respeito e consideração!

Desculpem se feri a susceptibilidade de alguém.

Mas ainda me lembro a indignação de Umbhalane, quando coloquei a questão nestes termos.

Eu bem lhe dizia, ora ai está.

Por último, julgo ser masoquismo político esperarmos alguma coisa diferente daquilo que já foi dito ou escrito pelo Observatório disto e daquilo. Ou mesmo do governo de OBAMA!

Exercício inútil. Tudo já estava decidido antes das próprias eleições. Elas foram um formalismo para legitimar um sistema de governação: democracia, que entre nós, tem uma interpretação muito moçambicana.

Já agora, expliquem-me lá o que levou a D. Lulu e muitos ministros do SEU governo a porem-se a caminho rumo a Portugal (Portucel! Portucel!), Brasil, Vietname e outras paragens para ir assinar "ACORDOS DE COOPERAÇÃO" mesmo antes do anúncio formal do vencedor das eleições?

Atrevem-se?!...

micas disse...

Xiiiiiii se houvesse muitos UmBhalane a coisa fiava mais fino.

Pena não haver!

A verdade e a frontalidade incomoda... pena nem todos pegarem o touro...de frente!

umBhalane disse...

Caro Ricardo

Sobra a m/indignação, voltarei ao assunto, que estou de saída (temporária).

Agora, pegando nas suas palavras àcerca das viagens de D. Lulu e seus pares a Portugal, centro da UE para esta questão - eleições em Moçambique - e, - apetece-me agora ser eu a reinar - não será que Ela foi prometer, muito softamente, a devolução dos bens aos Portugueses, aos Colonos, e mesmo, pasme-se, a alguns/todos os colonialistas!!!!!!!!!!


LOl, lol, lol....

aminhavozz disse...

UmBhalane
Mudei de visual sim...eh para 'impor' respeito...algumas pessoas têm dificuldade de debater ideais com mulheres bonitas...agora está muito melhor assim...(lol)

umBhalane disse...

Zenaida

As mulheres bonitas pertumbam-me, mexem comigo, seu caso também.

Porém estimulam-me, nunca me atrapalham.

E que a Sua Voz nunca lhe doa, fale sempre, de preferência bem,... mas fale, sempre.

Mas gosto mais do seu anterior visual, e também porque não me parece "loira", com o devido respeito e perdão das loiras estécticas.

Condicionada, sim.
Compreendo. Aceito. Sei.

Mas venham as ideias.

ricardo disse...

Os fins justificam os meios

Maquiavel


"Agora, pegando nas suas palavras àcerca das viagens de D. Lulu e seus pares a Portugal, centro da UE para esta questão - eleições em Moçambique - e, - apetece-me agora ser eu a reinar - não será que Ela foi prometer, muito softamente, a devolução dos bens aos Portugueses, aos Colonos, e mesmo, pasme-se, a alguns/todos os colonialistas!!!!!!!!!!"

UmBhalane gosta de se divertir connosco quando o assunto é falar a verdade.

Não quiz responder. Pois avanço uma hipótese:

A comunidade internacional, na íntegra, quer a FRELIMO no poder, não importa os meios, nem o estilo. Porque este partido é aquele que (ainda) melhor serve os seus interesses!

Alguém discorda? Pois prove porquê!

P.S.

A propósito, ouviu as últimas? segundo previsões europeias, a economia de Portugal irá conhecer uma estagnação nos próximos 11 anos. Onde é que acha que irá buscar os balões de oxigénio?!

Nem me dou ao trabalho de falar do novo orçamento rectificativo, por abaixamento da arrecadação fiscal. Porque cargas de águas as empresas lusas fogem ao fisco? Será por sovinice?

Saudações Africanas

umBhalane disse...

“Com quase 90% das mesas de voto apuradas (11.357 de 12.699 mesas), os dados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) indicam que Guebuza tem 76,3% dos votos, contra 14,9% de Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), e 8,8% de Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).”

Lusa - 02/11/2009 - 14h20


Cavaco Silva é o Presidente de Portugal, é o meu Presidente.

Sendo da família PSD, votei tacticamente em Manuel Alegre para arrumar definitivamente no caixote de lixo o pai de “toda” a porcaria que grassa em Portugal.
As ervas daninhas são persistentes, e duram, propagam-se, crescem – Mário Soares.

Cavaco não precisou do meu voto para a segunda volta, demonstrando-se assim a bondade do meu raciocínio - votar Manuel Alegre.

A flexibilidade mental e de atitude, a mente aberta, são necessárias.

Num quadro que apontava claramente para a sedimentação da vitória de Guebuza, entendeu, o meu Presidente, enviar uma mensagem de felicitações, como parece ser da praxe mundial.

“quero apresentar-lhe, em nome do Povo português e em meu nome próprio, as mais calorosas felicitações e votos de sucesso no desempenho das altas funções que Vossa Excelência é chamado, de novo, a desempenhar, pelo Povo moçambicano”.

“eloquente demonstração do espírito cívico do Povo moçambicano e do seu apelo à democracia, bem como um sinal da esperança que deposita no futuro do País”

“Estou convicto, Senhor Presidente, que as excelentes relações de que presentemente desfrutamos, assentes nos laços de sólida e muito particular amizade que unem os nossos dois Povos, encontrarão, no decurso deste seu novo mandato, oportunidades acrescidas de desenvolvimento e aprofundamento, tanto no campo bilateral, como no quadro da CPLP” (1)


Cavaco fez o que entendeu ser melhor, em nome de Portugal, em nome do Povo Português.

Estou solidário com ele – Cavaco não pode dizer o mesmo que eu, escrever o que eu escrevo, por razões demasiado óbvias.

Portugal, e o Presidente de Portugal, não são um partido político da oposição Moçambicana, ao regime despótico da frelimo.

A política interna de Moçambique tem que ser disputada pelos partidos que ainda vão havendo em Moçambique, e enquanto ainda houver eleições “democráticas”.

Compreendo a síndrome de orfandade, o desânimo, a revolta impotente perante o triste espectáculo, a que se convencionou chamar eleições em Moçambique – farsa eleitoral, seria o nome mais adequado.

Até eu fui surpreendido com a manobra de exclusão/impedimento/não autorização da oposição poder concorrer em todos os círculos eleitorais – o maquiavelismo em toda a sua plenitude, mesmo ultrapassado.

Que demonstra uma verdade insofismável, irrefutável.

A FRELIMO NÃO CONFIA NO POVO MOÇAMBICANO.

O Povo podia “enganar-se” e votar “mal” – derrotar a frelimo nas urnas.
Então, há que subverter tudo, desmontar o sistema eleitoral enquanto senso comum, amplamente aceite em países com tradições na matéria.

Minam-se as instituições, criam-se leis, condições desiguais, fato por medida frelimo, modelo único.

Tiram-se os partidos inconvenientes ao Povo, não vá este enganar-se.

Como se desconseguia tirar o Povo aos partidos inconvenientes,

então, numa manobra “legal”,

tiram-se os partidos inconvenientes ao Povo, deixando-o a chuchar no dedo – abstenção, desacreditação, desânimo, frustração, impotência, raiva contida, sufoco de + 5 anos…

Assim, vamos arranjar um saco de “boxe” – o Ocidente, Portugal à cabeça – SEMPRE.

A música preferida da frelimo.

No Quénia lutou-se/luta-se, no Zimbabué lutou-se/luta-se…

Em Moçambique, espera-se…

umBhalane disse...

Relembro uma “postagem” minha, tipo recado - 12/10/09 5:10 PM

umBhalane disse...
1917, Outubro - os comunistas assaltam o poder na Rússia:

1918 a 1922 - guerra civil:

1922 / 1953 - Estaline toma o poder na URSS;

1956, 25 fevereiro - Nikita Krutschev, líder da URSS, denuncia o totalitarismo e os crimes de José Estaline, e renega a sua herança;

1980, Setembro nasce o Solidariedade – Sindicato Polónia, e começa o desmoronar da Cortina de Ferro

1985, Março - é eleito Mikhail Gorbatchov, último dirigente soviético

1986 - teve início a Perestroika e a Glasnost;

1989, Novembro, 9 – Queda do Muro de Berlim

1991, Dezembro, 25 - colapso da União Soviética, por implosão.


1953 – 1922 = 31 anos de ditadura pura e dura, assassina - Josef Stalin;

1956 – 1917 = 39 anos para aparecer 1 Krutschev, uma boa consciência que se demarca dos crimes praticados pela facção de Estaline;

1980 – 1917 = 63 anos para aparecer 1 movimento popular de fundo na URSS;

1985 – 1917 = 68 anos para aparecer 1 Gorbatchov, um líder clarividente e pragmático;

1989 – 1917 = 72 anos para o Povo retomar o poder, derrubar a ditadura comunista;

1991 – 1917 = 74 anos para o regime implodir, explodir por dentro, rebentar.


2009 – 1975 = 34 anos !!!

12/10/09 5:10 PM



(1) É evidente que este último parágrafo é uma balela, é falso, e a história prova-o todos os dias, diariamente.
Bla-bla “político”.

Abdul Karim disse...

Zenaida por favor,

Volte ao visual anterior...

O Blog tinha uma brisa muito propria.

umBhalane disse...

Caro Ricardo

Quis responder desde cedo, de manhã, bem cedo, já que ontem não deu.
O meu comentário batia sempre na trave, por isto, que encontrei (não se pode dizer “descobri”) - O seu HTML não pode ser aceite: Must be at most 4,096 characters

Como demorei!

É verdade que gosto de me divertir, ironizar, …porquê que é que se há-de andar sempre com cara de polícia, cinzento, ou cara de criminoso de colarinho claro!
Divirto-me com as situações, porém, não com as pessoas – é diferente.

A “graça” da D.Lulu, foi apenas a devolução de vários cumprimentos assacados a Daviz Simango, sem procuração deste, claro.
Eu sei que entendeu – mas a responsabilidade é apenas minha – fui eu quem extrapolou a situação.
Se é “verdade” para Daviz, porque é que também não será “verdade”, para D. Lulu!
Apenas isso.

“A comunidade internacional, na íntegra, quer a FRELIMO no poder, não importa os meios, nem o estilo. Porque este partido é aquele que (ainda) melhor serve os seus interesses!”

Estou cansado de escrever também essa certeza, mas cansado de cansar, mesmo.
Às vezes me aplico a auto-censura – fica pesado demais, aborrecido, …censuro-me.

Quanto ao seu S.P. , não gosto da outra, causa-me desconforto, saiba que continuamos vigilantes, a luta é contínua, mas desconseguimos estar unidos, ainda…

A luta é contínua – sempre na luta – objectivo – derrubar Sócrates, e a sua quadrilha de malfeitores.

Sempre pela via legal – mas se for preciso fazer outro 25 de Novembro – ainda estou disponível, como sempre, como estive, e na linha da frente.

Em último, dos últimos recursos – disponível, não manipulável.

Obrigado pela preocupação solidária.

ricardo disse...

Enfim, a revelação que se esperava.

Este é o (verdadeiro) cidadão da UE que eu conheço.

Por isso, é que se tem de ir a fonte SECAR o sustento do Vieirismo-Científico!

Não é o que todos (Quénia, Zimbabwe, Sudão, etc.) fazem?!

umBhalane disse...

"Este é o (verdadeiro) cidadão da UE que eu conheço."

Como fiquei animado!

Um Chingondo da Zambézia, chega com 31 anos pela primeira vez na terra dos "brancos", e agora já é um verdadeiro cidadão da UE, Portugal já é pouco!!!

Quando muitos dos seus indígenas, nem cidadãos conseguem ser, quanto mais da UE.

Zambezianos são assim mesmo.

Fazer o quê?

ricardo disse...

Como diria Brecht...

É preciso aprender a estar de acordo.

Uns dizem sim, e não estão de acordo. Outros dizem não, e não sabem porque é que não estão de acordo. Outros até, nada dizem...

Por isso, é que é preciso aprender a estar de acordo!

Logo, não estou nada de acordo com isto:

"(...) frustração, impotência, raiva contida, sufoco de + 5 anos…

Assim, vamos arranjar um saco de “boxe” – o Ocidente, Portugal à cabeça – SEMPRE.

A música preferida da frelimo (...)"

Porque me parece contraditório perante as evidências:

1-As farsas eleitorais têm sempre os mesmos patrocinadores, os países ricos, nomeadamente UE, USA, Japão;

2-Os patrocínios que recebemos não são caridade, são favores. E os favores pagam-se. E como? Com contratos, riquezas, mão-de-obra barata, poluição, aculturação, etc;

3-Um cidadão europeu, é um habitante da UE, que se rege pelas leis europeias. Portanto, caro amigo, africano, hoje é que já não é;

4-O cidadão europeu, não é necessariamente o que os seus governos o são para África. Mas tem responsabilidades por aquilo que eles são, legitimando-os "(...) Cavaco fez o que entendeu ser melhor, em nome de Portugal, em nome do Povo Português.
Estou solidário com ele – Cavaco não pode dizer o mesmo que eu, escrever o que eu escrevo, por razões demasiado óbvias(...)".

Puro desprendimento;

5-A maioria dos europeus revê-se na triste sorte das Guinés, Zimbabwe e Darfur. Mas também, já assobiam para o lado quando o assunto é Congo (4 milhões de mortos - a guerra mundial africana, consequência a jusante de um problema criado pelos Belgas em 1960) ou Ruanda (850 mil mortos em 1994, em apenas três semanas, patrocinado pela França).

Será excessivo protestar contra o silêncio dos cidadãos europeus perante coisas patrocinadas pelos seus próprios governos?

6-O mais intrigante. o cidadão Europeu é um democrata e um contestatário permanente das políticas dos seus governos. Mas só admite a contestação se esta tiver origem no espaço europeu. Uma espécie de voz activa;

7-Já o cidadão Africano, deve ser exemplar quando aceita críticas de dentro do continente e até da UE, USA, Japão. Mas não pode (ou não deve) contestar o que lhe dizem a UE, USA, Japão. Questionando-os na sua própria casa, que é o local onde nascem os seus problemas. Uma espécie de voz passiva;

É este o status-quo que foi imposto à África, com o nome de democracia. Certamente, como já alguém disse neste Blog, segundo "padrões africanos".

É este muro que se constrói à 5 séculos e que se quer perpetuar.

E não é apenas um muro africano de lamentações. É pulp fiction!...

Quanto ao ser da Zambézia, folgo em sabê-lo. Mesmo que fosse de Marte, o sentimento seria o mesmo.

Mas, ainda que mal lhe pergunte, Cavaco Silva é ou não o "seu" Presidente?!

ricardo disse...

Apraz-me registar que, Jose Socrates, primeiro-ministro Portugues, apenas ontem felicitou a FRELIMO e Guebuza pela sua reeleicao...

umBhalane disse...

Anda muito ocupado com a corrupção generalizada...distraiu-se.

umBhalane disse...

Vou tentar ser construtivo, mais.

Creio que entramos num ciclo vicioso - argumentos, contra-argumentos,...

Proponho, ao Sr. Prof., que lance um desafio aos seus muitos leitores e seguidores, onde me incluo, sob tema genérico - ÁFRICA

- Que papel entendem que deve ser o de África no mundo, o que deve ter, desempenhar;

- Qual a percepção que têm como o resto do mundo a encara, a trata - UE, USA, China, Índia,...o qué África, afinal, para o mundo?;

- Como pensam que se pode, e deve, esbater os constrangimentos, os obstáculos, enfim, como se pode melhorar esses relacionamento;

- Outros.