19 outubro 2009

Escravidão afecta 13 milhões de pessoas


Quase 13 milhões de pessoas são algo de escravidão lucativa no mundo. Na Eruopa, 270 mil pessoas são vítimas de trabalho escravo. Confira aqui. Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.

11 comentários:

Viriato Dias disse...

Esta ai mais um caso que coloca a Europa na berlinda. Os factos falam por si. Não temos que fazer jogos de cogumelos ou de aprendiz de feiticeiros para tentar esconder o sol com a peneira. Mais uma vez a Europa no centro da polémica. O que eu mais quero, contrariamente ao que muitos devem estar a pensar, não é incentivar algo ou repugnar esta Europa, nada disto. O que eu mais quero, repito, é chamar atenção as pessoas para uma analise mais imparcial dos factos e não chamar a África de um antro dos males.

O racismo pode até existir em África, mas o seu bastião está na Europa, América e por ai em diante. Isso deve merecer a nossa atenção como cientistas sociais, ou melhor, como a escassa parte que sabe minimamente ler e escrever, e mais nada do isso.

Um abraço

umBhalane disse...

A PROPÓSITO DE SABER LER E ESCREVER…

Parafraseando, Saramago, escolho propositadamente Saramago,

“Escrever não é alinhar as palavras umas atrás das outras…”

É preciso saber ler, e bem, para igualmente se poder aspirar a escrever, também bem.

De facto, a Europa está mais uma vez na berlinda – logo porque existe, faz parte do planeta terra, é habitada, e, entre outras, é porta de entrada de milhões e milhões de desafortunados pelo poder de atracção forte que exerce – não ignorando os milhões de desafortunados indígenas, autóctones, que também possui.

Os factos falam por si, e a Europa está no centro da polémica.

Factos

• A nova faceta da escravidão do século 21 afecta quase 13 milhões de pessoas.
• Para o escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime, existem hoje na Europa 270 mil pessoas sendo tratadas como escravos.

Parece-me que sobram cerca de 12,730 milhões, talvez muitos deles no Sudão, no Zimbabué,… dos grandes e impolutos heróis africanos – Omar al-Bashir, Robert Mugabe,…

Sobram, para fora da Europa, 12,730 milhões.

E a polémica está precisamente no combate que a Europa lidera a este tráfico, polémica que está CONTRA valores fortemente impregnados noutras sociedades, e que vão arvorar brevemente as bandeiras da “independência, do nacionalismo, da resistência ao neo-colonialismo, e da ingerência nos assuntos internos desses exemplares países” que não precisam de nomeação, deixando ao critério de cada um sua evocação.

• Na tentativa de combater o comércio de pessoas,
a presidência sueca da União Europeia deu início,
nesta segunda-feira, à Conferência Ministerial contra o Tráfico de Seres Humanos.

Em Bruxelas, ministros e representantes de organismos internacionais vão discutir…

Em Bruxelas, o ministro da Justiça Tarso Genro…”


É assim que se procede, ou pelo menos tenta-se, faz-se esforço, num dos bastiões do racismo.

Já no poço das virtudes pratica-se em larga escala, e há muitos séculos, o tráfego, o trato, o comércio, a exploração, … de seres humanos, numa forma concertada, e aceite como natural, ainda hoje, perante a complacência dos seus “líderes”, e grande parte da sua população.

Estou esclarecido.

NOTA FINAL

Como Europeu preocupa-me o facto de haver exploração de seres humanos na Europa, em Portugal, e denunciados quase todos os dias na imprensa.

Como Europeu, nascido em África (Moçambique), preocupa-me mesmo muito, que valores que a Europa levou séculos a adquirir, conquistar, consolidar, e que me levaram, após 31 anos sequenciais e consecutivos de vivência em Moçambique, a optar sem quaisquer hesitações e de forma decisiva, ser Europeu,

temo que esses valores sejam abalados, enfraquecidos, derrubados,…

precisamente por outros que consigo transportam “costumes” que nada têm a ver com os que os Europeus comungam.

Porque há “homens” sem rosto que isso aproveitam, para minar os alicerces desta “nossa” civilização, farol da Humanidade, qual Alexandria no antigo Egipto.

Disse.

micas disse...

Gostei UmBhalane. E como gostei!!!

Viriato Dias disse...

Desde muito que aprendi com os velhos, lá na minha terra - Tete, que a ignorância não é crime; é liberdade de expressão e deve ser protegida. Só por isso, caro umBhlane, não vou fazer o seu jogo que até já conta com conseguidores de luxo (o Micas). Ambos se escondem em pseudónimos para lançarem sobre às pessoas uma série de inverdades e dados completamente falsos, deturpado, às vezes, o curso da história.

É já antigo este seu desejo de fechar a ciência e de chamar-se assim de "Camões" ou coisa parecida, o que lhe frustra bastante porque o que está em causa aqui não é escrever bonito (ainda que seja condimento para o sucesso de um país) mas sim de expressar as ideias em função do que pensamos, analisamos e julgamos ser correcto. Teríamos tido este prazer que o umBhalane têm, de atrelar-se à dados dos seus para servir de comprovativo do que diz, que diz de forma errada, porque não serve e nem cabe na cabeça de um africano este tipo de discursos. Uma coisa é o desejo, a outra é a acção. Que o diga Lula da Silva, que tem acusado o Ocidente de ter um discurso desfasado.

Diga, com excelência de prova, quantos tratatos é que a Europa aprovou mas que não cumpre? Diga, ainda, quantas recomendações das Nações Unidas que o Ocidente acatou? Nada. Zero. Nem contra a poluição, nem contra as armas quimicas, nem contra nada. Sabe porquê? A ganância de mandar. Neste desejo até conta com o apoio de Vaticano, se quer saber.

umBhalane,

Aconselho-te a estudar mais a realidade, deixe de se orientar com base nessas fontes escuras e tendeciosas. Não é Mugabe que provoca a fome no mundo. Desde 1960 produziu-se mais armamento bélico do que uma forma para acabar com a fome. Mugabe pensa exactamente como pensa um africano como eu: nada de subjugação, nada de supermacia, nada de lacaismo, nada de nada que não seja cooperação. Deve estar magoado o meu amigo com o fim das colónias, e é por isso que certas economias ocidentais nunca mais deram sinais de crescimento desde que perderam o ultramar. São dados, meu caro.

NB: Sobre a P.I, digo-lhe, ou mando-lhe as informações para se informar e formar, ou então limito-me a calar de vez. Saiba, pois, que nesta matéria tenho créditos e dos bons, explico-lhe como se estivesse a descrever a palma da minha mão.

Um abraço

umBhalane disse...

Viriato

A melhor forma de matar, acabar com a "discussão" de um qualquer problema, chegar a um consenso por mais leve que seja, é levantar muitas nuvens de poeira.

Está de parabéns.
Tem conseguido.

Visto que caminhamos definitivamente em linhas paralelas,

fico com os seus cumprimentos, bastantes generosos,

e quedo-me por aqui.

Não fico ressentido, muito menos magoado.

E tiro-lhe o meu chapéu, porque o Viriato é um digníssimo discípulo de Mugabe.

E digo-lhe, certo que não o estou de modo algum a ofendê-lo, e que para o Viriato é um enormíssimo cumprimento.

Um abraço

umBhalane

Viriato Dias disse...

umBhalane,

"Não ofenda, não insulte, não ameace, abdique dos ataques pessoais, evite a propaganda. Não se desdobre em pseudónimos, procure identificar-se."

São as regras expostas pelo professor que eu sempre procurei cumprir. Claro, também tenho telhado de vidro, por isso que me vergo num eventual exagero meu.

Um abraço

micas disse...

Viriato

Obrigada pelo conseguidor( embora não faça a mínima ideia do que isso seja)de luxo

Ah! e se tem lido com atenção os meus comentários SOU A Micas e não O Micas( uma das muitas formas carinhosas com que sou brindada pelos amigos), mas já que tanto critica quem usa diminutivos ou pseudónimos....

Maria Araújo - Gostou? Já acredita só porque assinei um nome?

Quanto a tudo o resto....sem comentários...

Anónimo disse...

Acho que nestes casos os dados relativos ajudam a compreender melhor o problema, que, infelizmente não esta sendo discutido nestes comentários que li anteriormente. São 13 Milhões dos quais 270 mil estão na Europa, ou seja pouco mais de 2%. Embora sejam 2% são, mesmo assim, 270 mil almas que sofrem do problema na Europa o que é grave. Mas de maneira nenhuma se pode dizer que a Europa é o centro do problema. Os números falam por si. Creio que este problema do trabalho escravo é mais acentuado em África, na Ásia e na América do Sul. E mesmo na Europa, em muitos casos se verifica que os cidadãos dos continentes anteriormente citados são os donos dos escravos. Tenho visto algumas reportagens que mostram como os cidadãos chineses, por exemplo, se escravizam entre eles na Europa, aproveitando-se de algumas fragilidades dos sistemas. Tenho também acompanhado a forma como muitos cidadãos africanos tem chegado à Europa, em condições infrahumanas, mas através de redes de afro descendentes. Acho que o problema aqui não esta em definir quem é mais e quem é menos escravizado ou escravizador, mas num compromisso sério de todos os países para lutar contra esta problemática que afecta a muitos seres humanos. E, felizmente muitos países estão de acordo em lutar contra o problema. Contudo, a maioria não tem condição para o fazer. E aqui a liderança dos países mais ricos, neste caso a Europa, faz-se sentir.

Anónimo disse...

Também nos países da península arábica (Emiratos, Arabia Saudita, etc), escravatura é patrocinada por alguns cidadãos que procuram empregados baratos e por grandes empresas de construção e outras (algumas das quais marcas ocidentais muito conhecidas). Esta ultimo tipo de escravatura acontece também na China, na Indonésia, na Índia e noutros países. Alguns destes casos tem sido reportados por ONGs e pela imprensa internacional, incluindo a Al-Jazera e a BBC.
Portanto a escravatura em países mais pobres está relacionada com a fragilidade institucional aliada a alguma cumplicidades das autoridades.

umBhalane disse...

E, portanto, a escravatura,

• em países ricos como a China (dizem os entendidos ser já a 3ª economia mundial, e cerca de 2020 será mesmo a 1ª), esta pujança económica aliada às profundas liberdades, aos sólidos direitos , liberdades e garantias dos camponeses, soldados e marinheiros da gloriosa e triunfante sociedade socialista popular, tornam imbatível a China.

Só lhes faltava mesmo a mola - o resto, a democracia verdadeira, com todas as suas implicações - poder popular, liberdade plena, vanguarda do Povo, tudo isso já tinham solidamente conquistado, adquirido.

Então porquê escravatura na China, que nem sabia haver?

• E noutros países também ricos da península arábica (Emiratos, Arabia Saudita, etc)?

A que se deve?

micas disse...

Ao Ocidente UmBhalane.....ao ocidente.

Micas ou...Maria