02 julho 2009

Os 480 dias de silêncio político de Mulémbwè

Segundo o "Canal de Moçambique", o presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwè, não discursa há 480 dias, desde que, o ano passado, criticou camaradas do seu partido, a Frelimo, a propósito do 5 de Fevereiro de 2008. Confira aqui.

12 comentários:

Anónimo disse...

O discurso proferido pelo presidente da Assembleia da Republica foi bastante forte, diria mesmo agressivo (um grande puxão de orelhas aos camaradas), seria de estranhar se os camaradas não tomassem uma atitude em relação a ousadia deste. Quero com isto dizer que enquanto camaradas devem partilhar de um ideal comum, e no caso, Mulémbwè por momentos deixou de lado esse ideal e olhou para situação real do país. Acho que a consciência falou mais alto por alguns momentos. Pelo menos UM de tantos camaradas tem a consciência do que andam a fazer.

É de louvar a atitude de Mulémbwè, mas acredito que ele sabia que o seu discurso teria consequências. Com o seu discurso deixou transparecer que não concorda com que os seus camaradas andam a fazer. É bom saber que existem indivíduos no seio do partido Frelimo que não plenamente de satisfeitos pela forma como a máquina governativa está a funcionar. Devem existir outros, mas não têm a coragem de Mulémbwè, preferem fazer-se de cegos, sei-la mortos.

Ficou claro também que no seio dos camaradas não há espaço para opiniões divergentes, é sim e sim, ou melhor, estás connosco ou fazes parte do inimigo….. Isto mostra que regras são para serem cumpridas e quem não as cumpre sofre as consequências.


For Shizzle

Anónimo disse...

Se calhar não lhe pagam o necessário para discursar...

Ou será que o Presidente da Assembleia nada tem a dizer?

Hum.....

umBhalane disse...

Pois é Sr. For Shizzle, pois é...!!!

Viriato Dias disse...

É o preço de estar num país onde a independência mental não existe. O Estado sendo o maior empregador e atrelando-se ao partidão, quem comungar contra os ideais deste corre sérios riscos de empurrar o comboio pelos dentes, como diria Jonas Savimbe. O que é mais importante é nunca se vergar, Simango pode vir a ser uma peça chave para que este e outros segredos sejam desvendados. Tenho fé.

Um abraço

Um abraço

Reflectindo disse...

Tenho dito que para quem conhece o verdadeiro sentido da democracia a nossa precisa ainda de muito cuidado, sobretudo com a governacão de Armando Guebuza. Em democracia a tolerância da diversidade de ideia e a liberdade de expressão é um dos principais pilares; a justica é um dos outros pilares. Na essência a Frelimo age como a Renamo de Afonso Dhlakama, continuo a sublinhar o que tenho dito. Aliás até Dhlakama revela isso ou revelou aquando a expulsão de Daviz Simango em Quelimane. Se ainda duvidamos que perguntemos o Embaixador Valeriano Ferrão se na Frelimo há espaco para os verdadeiros críticos.
Quanto a Mulembwè desde há muito que sabemos não ser favorito de Guebuza apesar de ter evitado o máximo que pesou a Hélder Muteia. A democracia não deve ser apenas para satisfazer a doadores, mas aos mais de 20 milhões de mocambicanos.
Mas compatriotas é todo lado a forca da democracia é o povo, o eleitorado. Se no discurso Mulembwè mostrou estar solidário a esse povo que sofre e agora a altura de desse povo também solidarizar-se com Eduardo Mulembwè.

Espero que um dia, em Mocambique, possam haver candidaturas independentes a deputados da Assembleia da República, o que provavelmente reduziria a arrogância de certos líderes partidários.

Anónimo disse...

Mulémbwè, Homem sábio, cerebral, reflectiu, reflectiu e acabou por concluir:

> Se a PALAVRA vale PRATA, e o SILÊNCIO vale OURO, por onde optar?

Obviamente, pelo silêncio! Assim, coerentemente, optou pela VIRTUDE de saber ouvir!
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Sir Baba Sharubu disse...

Reflectindo(2/7/09 5:28PM)said: "A democracia não deve ser apenas para satisfazer a doadores, mas aos mais de 20 milhões de mocambicanos."
I was very touched by this reflection because it is seldom that I can read in the media a reference to the 20 million of mozambicans. It is like they are invisible...

Anónimo disse...

Alguns ainda nao comprenderam que na Frelimo nem todos podem cantar o Galo,Mulémbwé DEVE estar a pagar um elevado preco por ter ousado faze-lo.

agora vamos aguardar pra ver o que lhe vai acontecer depois das elecoes gerais, é simples 1X2 .

Compatriotas temos o caso do Mulémbwé por ser o mais visivel m nao nos esquecamos de outros que pagaram com moedas m duras casos do Mandlate da agricultura e muito recentemente o do Teodauto do cc.

Vamos aguardar os proximos capitulos

Anónimo disse...

Ouviram o discurso de Boas Vindas de Mulémbwè ao PR Guebuza, quando da última apresentação na AR ?

Eu vi e ouvi! No seu estilo ELOQUENTE e EMPOLGANTE, Mulémbwè, bajolou, BAJULOU o PR Guebuza, até ao ridículo!

Guebuza irradiava um misto de modéstia, recato, e euforia: parecia querer intervir para dizer, "Mulémbwè, não precisas ir tão longe".

> Mulémbwè tem sido um Brilhante REGENTE de duas desafinadas "orquestras", dos apitos, palmas em diferentes e criativos ritmos, vaias, batuque nos tampos das mesas", etc.,

> É urgente a RENOVAÇÃO ... dos artistas e do Regente! HABITUARAM-SE à mediocridade; não mais a largarão!
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Reflectindo disse...

1. Depois das eleicões de 28 de Outubro, provavelmente, Eduardo Mulembwè será Provedor da Justica. Também posso especular sobre a que a Frelimo apresentará Presidente da Assembleia da República.

2. Concordo que dia 22 de Junho, Mulembwè bajulou a Guebuza até que chegava, mas não sei se ele não fez aquilo por ironia. Mocambicanos são bons a ironia sobretudo quando sabem o que os seus chefes querem ouvir.

3. Vítimas são de facto muitos, nos ajudemos a fazer a lista.

Anónimo disse...

Depois de 28 de Outubro acredito que o camarada Mulembwe será o proposto para candidato a Provedor de Justica. Tudo vai depender do número de deputados que o MDM terá na próxima legislatura por causa da exigencia dos 2/3. É que será mais racional fazer um acordo com o MDM do que com a actual RENAMO.
Consta que o Presidente da Assembleia da República será o Manuel Tomé ou Luisa Diogo...

Reflectindo disse...

Caro Sir Baba Sharubu, os mais de 20 milhões de mocambicanos a poucos lhes interessam. Já ouvi um deputado a interpelar outro deputado alegadamente por ter se queixado de problemas de água em Manica. Dizia ele que o seu colega havia tomado um bom banho, pelo que não tinha razão de queixa. Mas o deputado é para falar em seu nome na Assembleia da República? Enfim, é o meu Mocambique.

Abraco