No quadro de um projecto de melhoria das condições de trabalho da Assembleia da República mediante a revisão da lei orgânica da instituição, discutiu-se hoje a introdução de assessores e assistentes para presidente e vices da Casa do Povo (como amam dizer os deputados). Um deputado da Renamo, José Monteiro, interveio para dizer que o seu sonho era ter um assessor para cada deputado, o que, porém, reconheceu ser apenas um sonho. Até cerca das 10 horas desta manhã, os deputados de ambas as bancadas estavam de acordo sobre a necessidade de aprovar a revisão da lei.
Adenda 1: em tudo o que for melhoria das condições de vida e de trabalho dos deputados, as bancadas da Frelimo e da Renamo estão invariavelmente de acordo. E caso o sonho de Monteiro fosse realizado, imagine-se o potencial acrescido de sono e comunicação celulárica da AR.
Adenda 2 às 12:47: de acordo com a Rádio Moçambique, a proposta da revisão foi aprovada na generalidade. As alterações custarão 30 milhões de meticais ao orçamento do Estado (noticiário das 12:30).
8 comentários:
VAMOS TODOS VOTAR!
VAMOS TODOS VOTAR!
VAMOS TODOS VOTAR!
MZ
PROF.
MDN
AGORA VAMOS VOTAR EM QUEM MERECE OS DOIS BELIGERANTES JA DERAM!!!!!!!!
CHEGA!!!!!!!!!!!!!!
Prezado Professor,
Li com algum interesse o seu comentario a proposta de lei hoje discutida na AR. Acha que os deputados nao devem ter assessores? Este e um tema interessante, mas antes de avancar aguardo pela sua resposta, caso nao se importe!!
Um abraco,
MA
O comentário tem basicamente a ver com a desmesura da pretensão de Monteiro. No tocante à sua pergunta: já há "assessores" a mais na AR, entre 250 indivíduos. É como se quiséssemos reproduzir a mentalidade de directores, ministros, vices, mais as secretárias, etc. Um Estado cada vez mais caro, este.
Não sei se este termo “desmesura” baste, para classificar de tamanha vergonha e falta de sentimento face o ensejo do deputado Monteiro em ter um assessor para cada deputado! E ainda bem que não passa de um sonho, porquanto a única coisa grátis neste mundo é o mesmo o sonho. Eu que sempre considerei elevado o número de deputados na AR, primeiro porque fazem pouco para aquilo que são as reais necessidades do povo, segundo país um país que vive de doações externas em mais de 50% do seu orçamento não pode se dar ao luxo de gastar de forma supérflua, terceiro o critério de selecção de candidatos à AR é marginal, feito com base em apetites amigáveis, ou seja, como diria o professor José Hermano Saraiva “a escolha de pessoas para um determinado cargo, tal como os prémios, está inclinado de estrabismos políticos e de oportunismo de secretaria.”
Se os 250 (?) já dorme e bocejam, teríamos que suportar com os nossos impostos ao todo mais 250 parasitas? Que haja bom censo e sentido de responsabilidade. A demais a AR já por si possui assessores em várias áreas, porque é que os mesmos não são consultados? Bem, como não passa de um simples sonho a ideia do deputado Monteiro, vou ponderar o meu comentário. Sem não um aviso: a AR não um lugar para acomodar as mentes, e sim para servir os interesses nacionais.
Um abraço
Upssiiiiiiiiiiii Com todo respeito que tenho pelo Manuel de Araujo, ja paramos para pensar o que significaria 250 assessores para o nosso deficitario orçamento? A proposito o que é que os deputados farão eu acho que as bancadas deveriam reservar nos seus assentos alguns lugares para deputados com alguma bagagem sobre as diferentes areas de conhecimento o que acontece é que para se ser deputado basta ter as quotas em dia e participar assiduamente nas reuniões é tudo suficiente resultado temos um parlamento com mistura de analfabetos,intelectuais curandeiros,e etc uma confusão instalada por isso temos muitas leis que são uma autentica aberração mas acho que isso seria possivel censurando a qualidade dos deputados em cada bancada, este comentario pode conter varios erros imensas desculpas por isso to muito ofendido com a noticia e tenho uma reunião agora.
Maxango
Este é um dos problemas da nossa democracia.
> Os Deputados não se submetem individualmente ao escrutínio eleitoral; são nomes, impostos, numa LISTA partidária.
> Os critérios para a sua escolha são políticos, e não fundamentados em qualquer competência técnica, logo, os Deputados, que se dizem representantes do Povo (quando, em rigor, são representantes do Partido que os colocou na sua Lista, por critérios internos), NÃO SÃO OS MELHORES!
Os Deputados constituem a Bancada Parlamentar do Partido que os elegeu.
> É normal haver uma estreita ligação entre as Bancadas Parlamentares e seus Partidos. Estes, por sua vez, têm gabinetes técnicos para apoio às decisões dos seus Deputados. Por isso, salvo muito raras excepções, há disciplina de voto imposta pelos Partidos aos seus Deputados.
No caso do Partido do Deputado Monteiro, existe até um pomposo “GOVERNO SOMBRA”, ou seja: O Deputado Monteiro tem atrás de si os seus Ministérios, do Interior, da Justiça, das Finanças, etc., etc., que, segundo tudo indica, estuda as matérias das suas áreas específicas e ASSESSORA os seus Deputados.
> Quer o Deputado Monteiro melhor assessoria que a do seu “Governo Sombra”? ou, nos casos em que não há “governos sombra” das Unidades Técnicas dos seus Partidos?
Depois do Assessor vem a necessidade do gabinete de trabalho para o Assessor, sua Secretária, pessoal auxiliar, viatura, mobiliário, telefones, viagens para que o Assessor possa no terreno melhor avaliar as matérias sobre as quais se vai pronunciar, etc, etc.
> Por este andar, cada Deputado vai virar um pequeno Ministério e, breve virá a necessidade de mais Assessores, pois, Assessor é especialista e não "clínico geral"! Cedo dirá: essa matéria não é a minha área...
O que efectivamente se impunha, numa primeira fase, para não ser muito drástico, era reduzir o nº de “SONECADORES” em 1/5, ou seja, passar de 250 para 200 (e ainda ficávamos com uma boa orquestra).
A Lei já foi, ou vai ser, obviamente, aprovada. Os Deputados não vão perder esta oportunidade de, para além de “representantes do Povo” ascenderem também a um cargo de CHEFIA: Chefes dos seus Assessores & companhia: dá outro Estatuto, outra "dignidade" à função.
Finalmente duas sugestões:
1ª Que se defina o Perfil Técnico do Assessor de Deputado, para não termos políticos a assessorar políticos ;
2ª Que se defina se o lugar é exercido a tempo inteiro (com ou sem acumulação de funções), ou seja, se este esforço financeiro de todos nós (contribuintes) vai criar NOVOS empregos, ou apenas “Novos Tachos”.
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PS: Receio estar a ser injusto no comentário acima:
> Eventualmente, esta medida insere-se nas peocupações do Governo de, como forma de minimizar os efeitos da Crise Internacional, desenvolver esforços na criação de Emprego.
O que posso mais acrescentar quanto aos assessores dos deputados senão assinar o que muitos aqui disseram? Como Maxango e o anónimo dizem, porquê não discutimos a qualidade dos deputados em si?
E concordando com Viriato, se fossem apenas 150 ou 200 deputados não seriam suficientes para nos representarem?
O mais interessante é que em coisas boas não há unanimidade na Casa do Povo.
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