06 julho 2009

Negócios


A Agriterra de Phil Edmonds compra o milho aos produtores no nosso país a metade do preço internacional. Confira aqui. Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.

2 comentários:

umBhalane disse...

E quem paga depois as comissões?!

Um bom gestor tem que saber fazer contas.

Anónimo disse...

 A 1ª reacção à notícia convida a “explodir”, dizendo: BANDIDOS, EXPLORADORES!!

 Porém, podem não ser! Estamos a comparar realidades diferentes. O preço internacional corresponde ao custo do produto colocado nos Portos, ou a Bordo + a margem de lucro do exportador.

 Assim, grosseiramente, teríamos: PREÇO DE COMPRA NA MACHAMBA (os tais 50% do preço internacional referidos na notícia) + transporte para armazém de limpeza, selecção e armazenamento + custo da embalagem + mais custo de carregamento e transporte até Porto de embarque + taxas portuárias = CUSTO NOS PORTOS + margem de lucro = NOSSO PREÇO INTERNACIONAL (a comparar com o preço da notícia).

 Seguramente, o nosso preço Internacional” do milho produzido na Angónia, onde a Agriterra opera, ou mesmo Manica, é bem superior ao preço internacional de importação a que a notícia faz referência.

 Esta situação mostra como as “MEIAS NOTÍCIAS/ meias verdades” podem ATÉ criar um sentimento de hostilidade contra o investimento estrangeiro e prejudicar o desenvolvimento do país.

 A Agriterra opera em Moçambique através da sociedade comercial D.E.C.A (Desenvolvimento e Comercialização Agrícola) com silos em Tete, Chimoio e Maputo, e tem unidades de moagem de milho.

> Realizou avultados investimentos em silos e meios de transporte e imobiliza temporariamente importantes valores monetários no fomento da produção (sementes, agro-quimicos, assitência técnica), comercialização e stockagem de matéria prima para a industria moageira, etc.

> Actua desde o fomento da produção à transformação industrial (farinha) e exportação.
____
 É certo tratar-se de um Grupo com fortes alianças à nonemclatura do Partido e do Governo.

Alianças que acabam por acontecer (quase naturalmente, quando o Governo, no processo de procura de soluções para a resolução de problemas importantes do país, contacta entidades com experiência comprovada em certos ramos (neste caso, o fomento da produção de cereais e garantia de compra aos produtores = CRIAÇÃO de RIQUEZA).

> No decorrer desses processos surgem OPORTUNIDADES de “juntar o útil ao agradável” e acabam por surgir parcerias (onde o capital nacional é intangível = capital influência), com o pretexto da necessidade de um agente facilitador das relações com o Governo, de modo a melhorar a eficiência dos projectos.

> Muitas vezes, note-se, a exigência dessa parceria é feita pelo próprio investidor, que assim se sente mais “confortável”.

E assim vamos engrossando o império das “participações intangíveis” das nossas estruturas, com AEG destacado ... "chefe é chefe".

> Mas, libertemo-nos de falsos pudores, sejamos realistas: É ou não UNIVERSAL o princípio de que:

“Quem tem a faca e o queijo na mão; quem parte, reparte, e não fica com a melhor parte; ou é tolo, ou não tem arte!

> De uma coisa nos podemos orgulhar: os nossos governantes “& companhia”, não são tolos e são óptimos artistas!
__