Por vezes aparece alguém a escrever para além da diatribe estereotipada ou do cientifismo moralizador. E a fazê-lo com brilho, mesmo que não concordemos com ele ou com ela. É o caso de Jonas Manuel Mavihani, em trabalho divulgado hoje no “Notícias” e cujos dois primeiros parágrafos são os seguintes: "Infelizmente, os analistas políticos, jornalistas e outros que agora estão a falar muito nunca põem o dedo na ferida. Falam sobre um partido liderado por príncipe zulu e sobre uma possível terceira força que teriam instigado os atentados contra cidadãos estrangeiros residentes na África do Sul, para além dos criminosos que normalmente passeiam a sua classe neste país. Estas teorias todas pecam por uma coisa: atribuem as culpas a terceiros e criam outras expectativas. Por exemplo, ao atribuir todas as culpas a uma terceira força, cria-se a esperança de algum dia, após as investigações, as forças de defesa e segurança apresentarem algumas provas ou elementos pertences a tal terceira força. É geralmente sempre a mesma coisa entre nós, os africanos: as nossas desgraças são causadas por terceiros – colonialismo, imperialismo, terceiras forças, etc., etc. Nunca geralmente aceitamos que as nossas acções constituem um fermento ou catalisador activo das nossas desgraças. Portanto, espero que as pessoas interessadas no que está a acontecer aqui na RAS (estamos todos, mas refiro-me aqui às estruturas), façam uma análise profunda e muito séria. Estava a pensar em fazê-lo e em publicar os resultados num jornal académico no estrangeiro, sob forma de artigo. De facto, um colega sugeriu-me que escrevesse sobre a matéria, mas ainda não tenho a certeza se o devo fazer, pois também sou vulnerável."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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3 comentários:
brilhante na simplicidade. Dizer a verdade pode ser perigoso
joaks
Paula
Pois é os feiticeiros estão na casas estrangeira e quando se fala a sério e honestamente logo aparece um espírito a dizer que se deita fogo no fogo.
A vida é assim: feiticemo-la.
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