O jornalista Eliseu Bento está preocupado com as eleições sábado próximo no Zimbábuè: "Precisamente por isso, gostaríamos de deixar aqui expressos os nossos grandes receios sobre o que poderá acontecer logo após o anúncio dos resultados. Não teremos aqui um novo Quénia? Esperemos sinceramente que não, até porque Moçambique e os moçambicanos seriam dos principais atingidos."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
Se o Zimbabwe se tornar em Quénia teremos que nos sentir "todos" culpados porque diferentemente do Quénia, não será sem aviso. O Quénia vinha duma situação relativamente calma oque não é o caso de Zimbabwe onde "tudo" está clara e previamente instalado para que haja uma "ganda" fraude. O silêncio do qual Sir Baba questionava vai nos atormentar se os Zimbabweanos(Shonas e Ndebeles) começarem a se "catanarem" ressuscitando os ódios étnicos a muito adormecidos.
Sem dúvida que não devemos excluir os problemas étnicos que menciona. Mas creio que lá esses problemas são menos agudos do que no Quénia. Eventualmente os problemas no Zimbábuè são...pan-étnicos. Vamos aguardar.
The "Brothers-in-arm"-effect. I have since long ceased to be surprised at the evident lack of interest by Zimabwes neighbours for the consequences of a total/final, Zimbabwean, social meltdown. The power arrears not paid to Mozambique for electricity, the flow of refugees to South Africa. The past just seems to be a very strong link that seems to be upheld any any cost. I am convinced that every country has to be analyzed within its own context. Kenya will not be repeated mechanically neither in Zimabwe nor in Mozambique.
Bem, vamos aguardar. Entretanto, tenciono prosseguir ainda hoje a minha série sobre o Zimbábuè e aó colocar alguns pontos para debate.
Mais informção sobre a situação no zimbabwe, visite www.zimonline.co.za, www.journalism.co.za
Obrigado, Zenaida!
"Kenya will not be repeated mechanically neither in Zimabwe nor in Mozambique"
Tenho para mim que o "trigger" do Quénia foram os resultados eleitorais. Esses foram contestados com violência. Os problemas étnicos foram uma espécie de "side effects" que veio dar uma carga bem maior às manifestações contra os resultados. Zimbabbwe pode não ter um passado com registos de conflito étnico. Tudo tem um "day one". Anyway essas coisas as vezes se cavam onde estavam bem guardadinhas... As vezes ate se inventam...
Vamos esperar para ver...mas como já disse, podiamos ter evitado um Quénia no Zimbabwe...
Não são principalmente os problemas étnicos a ter em conta no Quénia, mas os problemas da "partilha do poder". O "efeito étnico" consistiu na inutilização das eleições em favor de um reajuste governamental.
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