21 março 2008

A "hora do fecho" no "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "Na hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com a "hora do fecho" desta semana:
* Afinal ainda há empresas “socialistas” em Moçambique. O novo “boss” do sector que tem nas mãos a “batata quente” do transporte público urbano, descobriu que na empresa dos “machimbas” da capital há 545 trabalhadores para 40 autocarros, o que dá um rácio de mais de 13 pessoas por unidade operacional. Por isso o “boss” diz que não bastam mais autocarros, é preciso alterar a gestão. Mesmo que os sindicatos e a tsunami2 não gostem de ser confrontados com estas realidades …
* E quem anda mesmo zangado com a “dama de ferro” do ministério do Alto-Maé são os empregadores. Dizem que a nova lei, em vez de simplificar só complica a vida de quem quer criar riqueza e recrutar trabalho e gestão com maior qualidade. Um dos comentários, claramente de quem não gosta da senhora, é que a sede da fossilizada central sindical passou a ser no ministério.
* Há um tempo atrás, depois de muito burburinho de corredor, o grande chefe voou para Washington a fim de assegurar os 500 milhões que Mr. Bush quer enviar como desafio do milénio para a “pérola do Índico”. Mas as manobras de corredor continuam e não há meio de a mola começar a ser usada. Pelo caminho caiu uma empresa ligada ao “lobby” do partidão e um jovem quadro que nadava em “verdinhas”. Estar encostado à maçaroca não é tudo na vida …
* E como os donos da mola também perdem as boas maneiras, já estão a promover uma transferência à moda das estrelas de futebol, para que os 500 milhões sejam bem geridos. O “patrão dos patrões” é que está triste pois, mais uma vez, vai perder o seu braço executivo. Será que vai haver celebração pelas terras “machuabo”?
* Dr. Tsunami, já depois de ter feito marcha-atrás nos hospitais de dia, ganhou um aliado de peso na guerra da propaganda. O sociólogo que teoriza corrupção e tenta enquadrar a crítica de cantores críticos lá vai dando uma mãozinha ao doutor no matutino do banco central. A associação dos médicos é que não está pelos ajustes e prepara resposta sobre o tema e a falta de medicamentos nas unidades hospitalares. Vamos ver se solicitam consultoria ao sociólogo para saber como fazer a crítica…
* No 1º. aniversário dos massacres do paiol tudo parece conjugado para estragar o sossego do ministro inamovível. Nos vários debates nos canais televisivos, o seu nome foi, mais uma vez, o mais badalado para ser remodelado. Dias depois, numa explosão de um paiol na Albânia, um dos antigos aliados naturais, o chefe do pelouro da Defesa pediu de imediato a demissão porque achou que “não tinha condições morais e políticas” para continuar no posto. Chatice de coincidências…
* O ministro porta-voz dos outros ministros, pela segunda vez é citado a dizer que as taxas de aeroporto serão integradas nos bilhetes de avião. Só que os ratos de aeroporto, porque é “cash” que entra todos os dias, lá continuam a cobrar as “verdinhas” nos seus casulos, fazendo perder tempo e complicar o sistema nervoso dos viajantes.
* Há uma petição a circular para que o nosso constitucionalista mor e mais uns tantos juristas que participaram na reunião do Tofo, onde foi plasmada a primeira lei mãe, para fazerem um curso acelerado ao mais alto nível e para explicar o significado de Estado laico e republicano. Com o piscar de olhos às religiões que novos e antigos sobas do poder fazem, mais parece que se caminha para um Estado confessional …
* Os filhos de papá da “nomenklatura” continuam a dar de cabeça dentro e fora do país. Para além das pistolas em discotecas, máquinas de escrever partidas nas esquadras de outros, o filho do “boss” da SADC resolveu dar uma volta com o carro protocolar do papá e teve azar. Segundo o Mmegi, o desencartado espatifou-se contra um muro e a organização ainda não disse quem vai pagar a factura.
Em voz baixa
* Um “cantor de moda”, promovido a “star” na telefonia móvel, diz que o que está a dar é o “estilo à cão”. E para mostrar como é, um vídeo, aparentemente retirado do seu telemóvel, já circula intensamente na internet. Quo vadis Moçambique …"

5 comentários:

Anónimo disse...

Quo Vadís Moçambique.

Isso mesmo, lá vamos nós assistindo passivamente esse montão de desmandos e abusos de poder.

5 de Fevereiro, que saudades

Anónimo disse...

Alô Prof! Obrigado por nos oferecer esta página! Quando eu estava em Moç ainda lia muito esta rubrica, que saudades!
Por curiosidade, haverá por acaso uma publicação on-line do savana??
Eu tenho acompanhado algumas notícias aqui onde vivo e suponho podiam interessar-lhe, como faço para enviar-lhe as referências??
Para terminar, agradecer ainda pela informação que nos tem facultado!

Aderito.Magumane

Carlos Serra disse...

Infelizmente não há, já disse isso ao pessoal do semanário. Mas creio que eles estão a tentar algo nesse sentido. Quanto ao envio de coisas para mim, pode usar o meu email:

humanus@zebra.uem.mz

Abraço!

Anónimo disse...

O savana aceita assinaturas em versao PDF. E´só fazer o pedido para o e-mail: savana@mediacoop.co.mz

Carlos Serra disse...

Boa informação!