07 dezembro 2007

Moçambicanos descrentes dos políticos

Apenas 24% dos Moçambicanos acreditam que os políticos estão de facto interessados em resolver os seus problemas. A maioria dos Moçambicanos acha que a corrupção é tão elevada no país que pode pôr em causa a sobrevivência de democracia - revela um estudo encomendado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade e dado a conhecer hoje pelo "Correio da Manhã".

15 comentários:

Anónimo disse...

E têm razão.

Estão apoiados pelo sociólogo Simmel que opinou ser "o Estado um reino clandestino".

Os políticos só dizem meias verdades.
Trabalham no segredo dos deuses.
No dia em que disserem a verdade criam a instabilidade social, o temor pelo futuro, a infelicidade.

Como bem disse Vitor Hugo: "a mentira só se diz a quem não é feliz com a verdade".

Carlos Serra disse...

Espero ter acesso ao relatório na próxima semana. Entretanto, será interessante analisar as taxas de abstenção nas eleições que se avizinham.

Anónimo disse...

Não cheguei a ler o estudo mas julgo que há um erro na frase.
Ora se 24% acreditam que os políticos querem resolver os seus problemas e democracia diz-se que é um regime de "governo do povo, pelo povo e para o povo", então como é que também concordam que está em causa a sobrevivência da mesma?

Não é a descrença que me preocupa mas sim o conformismo.

AC

Carlos Serra disse...

Certamente são os 76% dos descrentes que dizem isso...Vou reler o que escrevi e, se necessário for, emendar. Obrigado. Deixe-me eu tentar obter o relatório na próxima semana.

Carlos Serra disse...

Efectivamente vc tinha e tem razão. Corrigi. Muito obrigado.

AGRY disse...

Em Novembro, dispus uma postagem que me parece ter a ver com esta. Ei-la
O cepticismo quase generalizado em relação à politica e à governação, tende a destruir, na sociedade actual, a ideia de que o homem é um animal eminentemente político.
Edificar um Estado de direito em espaços anteriormente flagelados por séculos de repressão, apresentou-se como um desafio à audácia e à imaginação de sociedades recém-libertas de regimes colonial-fascistas.
Os elevados índices de analfabetismo no ex-império e nas ex-colónias, a escassez de quadros técnica e academicamente preparados, economias incipientes, pouco desenvolvidas, isolados do mundo, são algumas das heranças do passado que era urgente ultrapassar.
Os desenvolvimentos pós libertação provocaram o desencanto da grande maioria dos cidadãos que se remeteu para um cepticismo feroz, traduzido na célebre expressão : “ os políticos são todos uma merda”
A miragem duma sociedade mais justa e solidária desmoronou-se como um baralho de cartas.
A frustração gerada pelos acção dos diversos executivos que nos governaram produziu um mal estar em cadeia
A descredibilização da politica e dos políticos instalou-se, com armas e bagagens, e para ficar.
Nos dias de hoje, uma fatia significativa dos cidadãos questiona o ritual eleitoral e a abstenção não pára de crescer.
Nas nossas terras, os contorcionismos da grande burguesia, travestida de democrática, agudizam-se pelo carácter desinformativo e anestesiante dos media ao seu serviço.
A velha táctica de dividir para reinar obteve, inevitavelmente, algumas vitórias. O instinto de posse fragiliza alguns trabalhadores e torna-os presas fáceis e à mercê dos apelos ao consumismo.
A solidariedade, pelo contrário, exige um pouco mais de todos. A comunidade, o primado do bem geral sobre o individual empurra para os braços da direita o que deveria manter-se no campo oposto.
O combate aos sindicatos e ao espírito sindical processa-se em várias frentes.
Enfim, temos o país e os governantes que merecemos. Nada mais.
Que fazer?
Como diz Mata Harnecker, devemos procurar mostrar que a politica não é arte do possível, mas a arte de construir a força social e politica capaz de mudar a realidade, tornando possível, no futuro, o que hoje nos parece impossível.
A capitulação, o desalento, o cruzar de braços, o deixa-andar não nos leva a lado nenhum. Não podemos renunciar ao combate de ideias e à luta por uma sociedade mais justa.
Se não participarmos na politica, continuaremos a ser governados por arrivistas, incompetentes e corruptos. Seremos governados pela lei do mais forte

Carlos Serra disse...

De acordo. Espero escrever algo amanhã sobre a tentativa de despojamento político. Abraço!

Anónimo disse...

Olha, abster-se a uma eleicão é BURRICE. É falta de cálculo sobre quem se beneficia ou prejudica por abstêncão, não sendo por acaso que a Frelimo esteja engajada a mobilizar abstêncão desde que ela descobriu que lhe vale.

Anónimo disse...

Interessante maneira de ler uma pesquisa! Que outras coisas diz a pesquisa encomendada pela FDC?

Nelson disse...

...mobilizar abstenção...
Deve ser de forma muito astuta...não consigo perceber...

Anónimo disse...

O que é FDC, afinal? Claro que não das más ONGs mas há que sabermos mais. Isso seria possível procurando saber de quem lá trabalha, sem ou com o cartão da Frelimo? Qual é o discurso essencial na FDC?

Anónimo disse...

FDC é da Graca Machel = Frelimo. Indica uma pessoa apenas que lá trabalha que não seja da Frelimo. Essa senhora é esperta e mobiliza abstencões para a sua Frelimo. Porque ela não trabalha para reduzir os ladrões no seu partido?

Nelson disse...

Interessante....

Carlos Serra disse...

Permitam-me dizer 3 coisas: (1) A pertença a um partido não significa necessariamente produzir uma pesquisa "má"; (2) Os resultados apresentados (de forma breve) não são abonatórios para o partido no poder; (3) deixem-me tentar obter o relatório. Abraço!

Nelson disse...

Aguardo...