Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
11 outubro 2007
Os guerrilheiros da quinquilharia
O "Notícias" tem dedicado saborosos títulos não ao conflito homem/animal - que é nele rotina, tal como tenho mostrado amiúde aqui no diário - mas ao conflito polícias/vendedores ambulantes. Reparem neste, da edição de hoje: "Guerra gato e rato: Edilidade proclama vitória informais ganham novos espaços". Pois é: o exército convencional da polícia faz frente aos guerrilheiros do informal na cidade de Maputo. Quando aquele avança e "dispara", julga ter destruído o campo inimigo. Mas este usa a guerrilha e move-se rapidamente e ocupa novas áreas. E se as forças armadas deixam o campo anterior, nos interstícios surgem de imediato, com golpes audazes e inesperados, os guerrilheiros da quinquilharia. E por quê? Resposta de Mateus Cossa: "O Conselho Municipal diz para nós irmos aos mercados mas é aqui onde nós conseguimos vender qualquer coisa que garante a nossa sobrevivência e das nossas famílias".
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4 comentários:
Ih, mas que riso! Divirto-me tanto com a sua escrita! Sem deixar, claro, de ver o cerne da questão. Mas não deixo de imaginar um batalhão de "mancebos" armados de quinquilharias, fazendo frente ao "bem armado" exército do município! Xiiiiiii, deixem-me rir!
Olá Amélia! Sempre nos faz bem rir. A imagem que traçou é real: imagine polícias com AK47 a correr atrás de um vendedor de pedra-pomes...
"Menina responde à pergunta: o que fazer com um ladrão?" Prof., veja, por favor, o meu comentário.
Obrigado, acabei de ler e de comentar. Abraço.
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