Uma geógrafa do Museu Nacional de Geologia, Patrícia Tapia, afirmou existir no Niassa uma reserva de ouro que pode ser a maior de África. Circulando a notícia e caso se comprovem a realidade e o valor da mina, o Niassa pode transformar-se no terreiro de um duro (mais duro ainda) combate político entre a Frelimo e a Renamo.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
18 comentários:
Sempre ouvi isso e mais: Que o ouro não era suficiente para merecer um investimento. Não é só o Niassa mas também a zona do Vumba (?), salvo erro. Mas seria bom para Moçambique: ajudava a economia a crescer, desde que liberta dos «exploradores» que só pensam no seu enriquecimento particular.
Sim...Em Manica e mais particularmente no Vumba, os veios estão esgotadas há muito, a exploração aurífera, bem documentada pelas fontes portuguesas, fez-se desde o século XVI.
A afirmação dela é fundada em factos reais? Foi feito algum estudo consistente? Bem gostaria que fosse real!!! Jorge Saiete
O jornal não fornece detalhes e deixou a afirmação perdida em meio a uma informação cujo título aponta para outro lado. Era e é tema que merecia e merece uma investigação. No tempo em que fui jornalista, teria criado o que na gíria se chamava e se chama uma boa "peça".
Que desenvolvimento do pais que nada pa!! temos gas natural, que eh exportado para a Africa do Sul depois reimportado.Esse ouro ficaria nao mao de uns senhores investidores ligados a uma gente que bem conheco, assim como ficou o projecto da barragem de Mpanda
Que nao haja ouro nenhum..so nos trara mais dores de cabeca.
Thanks.
Boa tarde Prof.
Já ouvimos, até de Afonso Dhlakama de que Moçambique possui muitos recursos naturais. E ainda ouvimos sempre que estanmos em cerimónias onde a primeira Ministra ou o Pr está presente, quando antes de tudo, se entoa o hino nacional.
Só que pessoalmente estoumuito cansado de ouvir a mesma coisa, pois sei que mesmo sem eles, o destino dum país não muda se estiver no cativeiro da má governação.
Há países que estão há meio século a produzir petróleo ou minerar ouro a sério como Nigéria ou Gabão. E o que vê?
Há países que quase nada têem como Cabo Verde mas que aí estão eles a sair da pobreza! O que se passa?
Há países que quase que estão em pleno deserto! Mas que estão podendo sair-se bem.
A presença ou não do ouro, ou petróleo nada mudará o destino do país, se com o pouco que temos não somos capazes de tirar o melhor proveito dele. Andam a exportar a madeira. O Prof e muitos outros, incluindo eu, denunciamos.
E qual foi o nome que recebemos?
E tyardará ouvir que há muito petróleo na bacia do Rio Rovuma e do Zambeze. Aí sim, manuel Pereira reerguerá o seu velho plano: pôr as cancelas no rio Save.
Abraços.
Folgo em saber de si, Egídio. Sim, é necessário pensar o que diz. Abraço!
> Há, efectivamente, indicadores que apontam para interessantes reservas de ouro e outros metais e minerais no Niassa.
> Porém, faltam estudos técnicos que permitam quantificar as reservas, os teores (quantas gramas de ouro por tonelada de solos ou rocha a movimentar), definir as melhores tecnologias para o seu aproveitamento e apurar os custos.
> São estudos caros, pois exigem sondagens e estudos laboratoriais complexos. Porém, sem estes dados, as afirmações vindas a público são levianas, especulativas.
> A carência de infra-estruturas no Niassa - vias de comunicações, energia electrica, empresas de prestação de serviços - agrava os custos e desencoraja investidores.
> Entendo que - a prazo - a exploração intensiva de recursos não renovaveis só terá efeitos positivos no bem estar da população, se associada a Fundos de Desenvolvimento (geridos com rigor)que fomentem actividades produtivas renováveis.
Florêncio
A sua explicação ajuda-nos sobremaneira. Obrigado!
"A mine is a hole in the ground with a liar at the top."
This is an old American saying, usually attributed to Mark Twain, although there is no evidence that he ever said or wrote it.
Concordo consigo Egídio,realmente temos alguns paises africanos cheios de requezas, mas se formos a observar a situação sócio-económica dos mesmo...uma pouca vergonha.Má governação e gestão dos mesmos recursos. vejam o caso de Angola! Um país rico em minas de diamantes e todos eles "espalhados" pelas ruas em mãos alheias.
Não me lembro de ter ouvido falar em fábricas nacionais que se dedicam a exploração de minérios sem que sejam os "outros" a dizerem-nos que em Pande temos gás, em Manica tinhamos ouro, em Nampula enfim, um pouco por todo lado existe algo.
O seu último parágrafo é exemplar, Wetela! Teremos um dia de analisar a mentalidade de empresário chapa 100, sempre atrelado aos réditos de circulação (rápida, com pouco custo e ganho imediato) e mordomia.
Temos um exemplo do gás onde a exploração de Temane inicia-se em Janeiro de 2004 (a de Pande está prevista para o próximo ano). Segundo as pesquisas feitas pelos exploradores, as reservas aprovadas e prováveis dos campos de Temane e Pande permitem assegurar 35 anos de venda de gás. O contrato de venda de gás garante o fornecimento de 120 MGJ/ano (milhões de gigajoules) de gás durante 25 anos. Um gazoduto soterrado de 865 km entre os campos moçambicanos de gás e as fábricas químicas da SASOL na Secunda na África do Sul. O gazoduto foi equipado com pontos de fornecimento em Moçambique, com o objectivo de distribuir em Moçambique 5% da quantidade exportada para a África do Sul. A zona industrial da Matola é abastecida por esse gás....pergunto essa venda de gás de 5%(que nós resta) é para um bairro? Quantas casas, famílias moçambicas usam este gás? Será qie alguém fez um estudo para saber que esta percebtage seria sufuciente para todos nós ou os " descobridores" do nosso gás é que assim o decidiram em seu benefício(do tipo dar uma comissão de gratificação por deixar tirar o gás para o nosso pais sem muitos custos). Em tempos cheguei a sonhar em comprar uma botija de gás a 150mt já que não haviam custos de importação excepto do processamento. Mas foi mesmo um sonho...Por isso nada de sonhar com o ouro de Niassa!
Espero, sinceramente, que não apareça em breve o título "Temos o maior problema da África?"...
A melhor noticia que espero ouvir..ate ja comprei um XIRICO, para nao falar da minha pobre TV, eh esta TEMOS O MELHOR GOVERNO DE AFRICA.
Ai sim, taremos podres de rico!!Nem ouro, nem gas...nem petroleo. GOVERNO..so GOVERNO!! Com gente capaz, honesta, livre de Ministros que recebem honorarios das Empresas Publicas, sem um PR cuja funcao principal eh estender o alcance dos seus negocios!!
Deiam-me um GOVERNO..Por favor.
LP
> Caro Wetela, os 5% são os chamados royalties - aquilo que o País efectivamente recebe como contrapartida da cedência dos direitos de exploração.
> O Governo "pega" nesses 5% e vende-os ás indústrias, Mozal e outras, realizando receitas para o orçamento do Estado.
> Há normalmente outras contrapartidas insignificantes: construção de uma ou outra escola ou unidade sanitária, que rapidamente se tornam inoperativas por falta de fundos para o seu funcionamento ou manutenção e conservação.
> Por isso referi acima que a exploração de recursos Não Renováveis só terá efeitos positivos para o bem estar das populações das zonas onde a extracção é feita e do país em geral, quando associada à criação de Fundos de Investimento (geridos com profissionalismo e rigor)que permitam o desenvolcimento de actividades produtivas sustentaveis - que criem riqueza de forma continuada.
> Infelizmente, a maior parte dos grandes projectos mineiros assenta em "lavras ambiciosas" - visando esgotar rapidamente os recursos mais rentáveis.
Florêncio
Uma situação triste, mas que vários ou muitos nesta pátria amada encobrirão com apaixonados discursos sobre o combate contra a pobreza absoluta. Se aqui entrasse e escrevesse o meu antigo aluno Luís Covane, diria que as nossas visões são lamentavelmente de curtas vistas...migratórias. Para o Sr. Mini Macatai Mathendja que escreve no "domingo", bem, para esse estas visões só podem vir de Satanás.
> O verdadeiro combate á pobreza faz-se criando capacidade para - de forma continuada - criarmos mais e mais riqueza e, obviamente, aplicando essa riqueza de forma equilibrada.
> Estou plenamente de acordo com o que diria Covane. Os nossos governantes embriagam-se com o sucesso do curto prazo: apostam em políticas económicas com resultados que possam usufruir em vida.
Florêncio
PS - é dificil entender como Inhambane, com gaz em exploração, turismo, madeiras, tem dos mais baixos níveis de bem estar do país.
Enviar um comentário