Temos montes de linguistas generosos cadastrando as nossas línguas nacionais (que ninguém ainda sabe quantas são). Entre essas línguas nacionais está (para mim) a portuguesa. As línguas são capturadas em suas miudezas técnicas. Mas nenhum linguista deste país quis ainda estudar o por baixo das línguas, aquilo que nelas é a alma, o jeito de ser e fazer a vida, de fazer amor com as coisas de forma inesperada.
-O senhor está bom Sr. Matsinhe?
-Mais ou menos....
Esta forma de eclipsar os extremos dualistas tem múltiplas outras maneiras que Hegel certamente não conhecia.
-Sr. Missone, faz favor, Mava é uma terra que fica longe?
E se as coisas são chatas, o nosso povo sabe como com elas lidar.
-A vida está complicada.
-Não há crise!
E, depois, para que alma se mantenha perene, em muitos verbos das línguas nacionais não existe o estado congelado do presente do indicativo do género "está", mas, antes, o estado transitivo, em movimento, do "está indo" (corrijam-me caso esteja errado).
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