A arte de imputação causal é virtuosa. E porque é virtuosa, servimo-nos dela com naturalidade, sem nos apercebermos, tal como o Sr. Jourdain de Molière fazia prosa naturalmente, sem disso se aperceber. Deixem-me dar um exemplo:Segundo o "Notícias", (1) a polícia neutralizou há dias dois vendedores de armas de fogo no distrito da Gorozonza, (2) presumindo-se (não se sabe quem presume ou presumiu) que o material tenha sido retirado "da base da Renamo localizada em Marínguè". (3) O comandante da polícia em Gorongoza afirmou circularem rumores de que os "homens armados"da Renamo têm fornecido armas a camponeses para venda aos "sindicatos do crime". (4) A polícia trabalha duramente para compreender como funciona o esquema. (5) Dados em poder do "Notícias"(não revelados) mostram que "potenciais"" (sic) compradores do referido material "praticam (sic) as suas acções criminosas, com certa frequência (sic), nas cidades de Maputo, Beira, Nampula e Inhambane, protagonizando, assim, assaltos à mão armada". (6) E como há "procura de mercúrio e de ferro velho, um pouco por todo o país", aqui temos "outra causa" (sic) que faz com que "muita gente busque material bélico, "com os preçários a variar segundo as necessidades" (sic).
A conclusão é, com a naturalidade do Sr. Jourdain, oferecida ao leitor: (7) a grande criminalidade armada no país é da responsabilidade da Renamo.
1 comentário:
A Frelimo quer induzir isso a quem. O Rogério Sitoe devia ter vergonha na cara. Vejam que das armas encontradas com comandante aqui em Maputo o Rogério não reporta.
Aliás essa é mais uma provocacão já que há sessão da Assembleia da República para os deputados da Frelimo inibir que a Renamo critique com severidade a onda de criminalidade. Lambrámo-nos, claramente, da sessão passada.
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