O presidente do Partido de Reconciliação Democrática (PAREDE) - partido que existe apenas nas colunas do jornal "Notícias" - , Jorge Múa, declarou que a sua formação se afastou do Bloco da Oposição Construtiva, onde pontifica e preside o Homo Sibindycus, denodado usador de capulanas e turbantes, lutador contra a pobreza absoluta e frequentador regular do "Notícias". Por que se afastaram Parede e Múa? Porque - disse - o citado bloco não tem registo jurídico e porque lá não se dialoga. Uma verdadeira desgraça blocada. Neste jogo de cissiparidade cortesã dos pequenos partidos à espera de uma teta de vaca partidária choruda que nunca chega, Múa disse, milenarista: "Temos história neste país".
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
A propósito, os partidos políticos que temos em Mocambique, para além da Frelimo, Renamo e PDD, têm símbolos, isto é bandeiras?
Têm outros órgãos para além dos presidentes?
Tanto quanto julgo saber, apenas os partidos (em vias de extinção ou já extintos) do Pademo do Ripua, do PCN do Simango, do PIM0 do Homo Sibindycus e o Monamo do Máximo Dias têm bandeiras visíveis ou que eram visíveis em sedes. Uma vez em Nampula descobri que as "sedes" da maior parte dos partidos lá representados eram as casas dos presidentes. Quanto a órgãos além dos presidentes, creio que tudo funciona a nível de pequenos grupos de parentes e amigos quando as eleições chegam, pequenas linhagens que se desintegram quando não há dinheiro ou quando as alianças vantajosas não são possíveis. Quanto a programas, é tudo ao nível de coisas (não escritas ou, se escritas, apenas de uso dos presidentes) como "o país precisa de desenvolver-se, de desenvolver a agricultura, de ter democracia, unidade nacional, mais escolas, hospitais e coisas assim".
Tendo a Renamo alijado esses candidatos a parentes e a modestas mordomias na Assembleia da República, quero crer que os "partidos" irão deixar de ocupar o único lugar onde têm algum relevo: o "Notícias". Se o que escrevi vos parece errado, por favor corrijam-me.
Muito obrigado, Prof, pela explicacão. Já ando sem saber se é que os nossos políticos pensam que o facto de a maioria da populacão ser constituída por analfabetos, os partidos não podem fazer o que é suposto que se faca em política e em qualquer parte do mundo, por exemplo: símbolos, estatutos e programa, definicão de políticas alternativas, estruturacão, sessões, congressos, eleicöes internas, etc. É que se isso não é necessário, nunca esses políticos nos trouxeram as suas teorias e o que assistimos é que os partidos se extinguem e o interesse à votacão desmorona-se como podia acontecer em qualquer parte do mundo. E de admirar ainda é que entre esses políticos, há muitos escolarizados que podiam sentar-se para analisar o que de política não fazem.
Apenas o meu ponto de vista.
Mas sempre há gente que pensa que pode ter ideias políticas diferentes sem as ter porque decorando as que ouvem. E sempre há gente à espera de uma oportunidade, pequena que seja, para desencantar uma mordomia. Lamentavelente há muito desapareceu o Neves Serrano...
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