23 outubro 2007

Moçambicanos suspeitos de participação no assassinato de Lucky Dube

Após uma operação policial célere, quatro indivíduos suspeitos do assassinato do cantor sul-africano de reggae Lucky Dube vão hoje a julgamento na África do Sul. Há indícios, ainda não confirmados, de três deles poderem ser Moçambicanos, de acordo com a Rádio Moçambique no seu noticiário das 7.30 de hoje e em despacho do jornalista João de Sousa, baseado em Joanesburgo.

15 comentários:

Egidio Vaz disse...

Triste sina a nossa. Um abraço.

Carlos Serra disse...

Espero que não se confirme. Abraço retribuído.

Anónimo disse...

eu tambem vou ca rezando para que nao seja verdade!!

PP

Carlos Serra disse...

Seria feio se isso fosse verdade, nós, sermos especialistas de pistolagem na África do Sul.

Anónimo disse...

Professor, não seria “normal”se a “fabricação” acabasse nos moçambicanos, afinal rezam os planos, relatórios que o HIV e SIDA em Moçambique são devidas aos corredores que ligam-nos aos países vizinhos, África do Sul de entre eles.

Porque seria então agora problema acusar o vizinho de um “problema” que temos, apenas porque desta vez os suspeitos são moçambicanos?

Bayano Valy disse...

Moçambicano ou não, vejo isso como crime. O que interessa é o acto e não justamente quem o praticou. É o tal caso do terrorista ser islâmico e não como uma pessoa com nome e essência própria. Penso que temos que tentar mudar o pensamento de que os actos hediondos têm nacionalidade, etnicidade ou religião.
Um abraço

Anónimo disse...

Ok..morte eh morte, criminoso eh criminoso.

Mas sera que alguem duvida que quando o criminoso eh nosso irmao ou quando o finado eh nosso muito chegado, o impacto sobre nos eh muito mais forte? To vendo ai eu a passar na rua "famoso" por ser irmao do Anibalzinho!

Come on...lets pray that we (mocambicanos) are not famous for the wrong things.

PP

Bayano Valy disse...

agora vamos sacrificar-te por seres irmão do "Animalzinho"? Não será essa uma forma de preconceito? Quando começamos a pintar toda uma nação de bando de criminosos somente porque um dos seus cometeu um crime não estaremos também a cometer um crime?

Anónimo disse...

Oh Bayano, boas perguntas essas? Nao creio que qualquer um deva ser sacrificado porque seu parente cometeu crime algures. Mas tambem, nao quero que nos os mocambicanos sejamos conhecidos no mundo fora pelas mas razoes.

Logicamente que nao se trata de conotar todo Mocambicano com o crime, assim como nao conotamos todos os Mocambicanos com o premio que o Chissano ganhou. Entretanto, confesso que me senti feliz ontem quando me felicitaram pelo feito de Chissano (eu que nem foi ter 1 dolar se quer). Mas nao vou dizer que ficarei alheio se alguem me vier dizer " sabia que foi um mocambicano que assassino o Dube?".

A sua pergunta de preconceito. Questiono-me tambem: preconceito meu ou da sociedade, da qual faco parte obviamente? Imagina na Inglaterra a celeuma que deu quando uma Inglesa casou com o filho de Bin-Laden. Confesso que nao tenho nada a ver com isso, ate era a favor do casamento :). Como eki o Bayano interpreta esse comportamento dos ingleses??

PP

PP

Patricio Langa disse...

Bayano.
Lembras-te do Ananias Mathe. Naquela semana, bastava eu dizer a alguém que sou Moçambicano, a seguir vinha a pergunta: Ohhh, so you know that guy…Mathe!Algumas pessoas, infelizmente, não conseguem dissociar o individuo criminoso da nação, etnia, raça, religião etcisso. Mas há aquelas outras cuja tarefa deveria ser a de dissociar. Quando essas se comportam coma aquelas, aí é que estamos mal, mesmo!

Anónimo disse...

Eu realmente nao sei qual o termo correcto em sociologia ou seja la uki for.

Mas no meu pobre vocabulario, tenho algo que se chama IDEAL e a algo REAL. Dai que o ideal seria que as coisas fossem como o Bayano e outros defendme. Disso nao ha duvidas, e etsamos em pleno acordo (creio eu). Quando se trata de maus actos, infelizmente a realidade nao eh essa, o que nao deixa de ser lamentavel. Oh, os feitos da Lurdes tambem nos soam bem no mundo fora.

Agora se deviamos encetar uma campanha de dissociacao (para nao estarmos mal como o langa diz), ate que sim. Vamos a obra nessa nossa campanha de dis-preconceitualizacao. Tarefa grande essa!!

A verdade eh que, no minimo quando eu disse que tava rezando para que nao fosse, foi porque exemplos (como os que o langa aponta) ensinam-nos que esta associacao eh inevitavel.


PP

Anónimo disse...

Fazendo uma analogia à estrutura biológica humana, podemos de certa forma dizer que os preconceitos funcionam como anticorpos para se defender de vírus e bactérias caracterizados como nocivos. Em geral, os anticorpos repudiam tais invasores antes que se multipliquem e contaminem todo o corpo (um efeito preventivo de origem natural). A medicina avançada também produz vacinas artificiais para desenvolver preconceitos biológicos (do sarampo, da poliomielite, do tétano e de várias outras doenças consideradas infecto-contagiosas). O objetivo é deixar o sistema imunológico preparado para quando o vírus nocivo chegar, o corpo, já vacinado (previamente avisado), esteja prevenido e se defenda antes que o vírus se multiplique e cause maiores problemas. Portanto, o preconceito por si só não é sinônimo de sub­desenvolvimento. Na verdade, quando bem usado é sinônimo de prevenção e de prudência.

Anónimo disse...

Alo E. Vaz, andou sumido, seja bem vindo....

Anónimo disse...

Bayano,

não podemos nem iremos escamotear a realidade. A verdade é que a confirmar-se que foram moçambicanos que mataram o Lucky Dube (espero que não), da próxima vez que falares com um sul-africano, ele vai-te atirar isso à cara.
Agora, é óbvio que não devia ser assim. Mas do Dever, ao Ser, vai um longo passo.
Tal como disse um outro leitor, e muito bem, ontem senti-me muito orgulhoso, como moçambicano, em saber que o Chissano ganhou aquele prémio. E eu que resido em Portugal, fui interpelado por alguns conhecidos "tugas" que disseram que tinham lido a notícia etc. e obviamente fiquei feliz por isso.
Ora, se as coisas pro bem funcionam assim, porquê que pro mal não devem também funcionar assim?
Lembro aqui em Portugal a fama que os cabo-verdianos e ucranianos têm de arruaceiros e que gostam de confusão etc.
Por causa de uns pagam todos. É assim em todo o lado. Até aí, outro dia estava a ver que se começam a notar cada vez mais tendências xenófobas em Moçambique. Ora porque a tendência é para associar os nigerianos ao tráfico de droga. Ora porque eles é que dominam o comércio informal e tiram o lugar aos moçambicanos etc. De certeza que as coisas não serão assim, mas a tendência é sempre para generalizar.
Neste caso do assassinato do Lucky Dube, porquê que as coisas iriam ser diferentes?
Para finalizar, dizer que a confirmar-se esta notícia, não me espantaria. Basta dizer que grande parte da criminalidade existente em JHB e arredores tem como agentes activos moçambicanos e zimbabweanos. Esta é a realidade.
Muitos dos nossos compatriotas deslocam-se para aquele país e depois dedicam-se ao crime. Obviamente que a maioria não envereda por este caminho, mas como disse acima, basta um para manchar a imagem de toda uma comunidade.
Saudações.

Raul

Carlos Serra disse...

Ao fim e ao cabo, meus amigos, temos aqui o "eterno" problema de colarmos na coisas a substância da sua alma, nos indivíduos a alma da espécie, boa ou má...Abraço forte!