"Um grupo político dominante tudo fará para convencer os dominados de que a defesa dos seus interesses particulares tem em vista fins universais, comuns a todos".
A propósito da passagem do 21.º aniversário do acidente de Mbuzini que vitimou o presidente Samora Machel e 33 membros da sua comitiva, o secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana (ligada ao partido no poder, a Frelimo), José Patrício, exortou os jovens a preservar os valores da unidade nacional, do associativismo e do voluntarismo. Eis aqui um apelo cujo conteúdo se repete e, até, se amplia de forma aguda, tanto mais quanto o capitalismo, duro e fáustico, penetra o país de lés a lés, com os seus valores de competição, individualismo, lucro, enriquecimento e consumo. Muitos dos camaradas de Machel, do tempo do associativismo e do voluntarismo, são hoje capitalistas enxertados em múltiplas empresas, tal como se pode verificar consultando a base de dados Hermes da Pandora Box. Por isso os ideais e o patrícios da vida mudam consoante as condições que patriciamos e que nos patriciam. Mas, naturalmente, "quanto mais os dominados preocuparem o grupo dominante mais este procurará transformar a mentalidade dos primeiros mantendo intacta a situação que gera a dominação."
5 comentários:
Temos de ser bons capitalistas para sabermos ensinar os que não são a ter orgulho na pátria. Tenhop dito.
Ao menos a sua moral é cristalina, ó Tivane!
com tanto desemprego, exclusaso social, humilhação e arrogância, como é que pode haver união? uniao nacional.Qual nação? a dos exluidos ou dos incluidos? Quem pode ter amor à bandeira? aqueles que tem a barriga cheia ou os que tem a barriga vazia? associação de quê e de quem? umhhhh...
Repare-se em quantos discursos sobre desenvolvimento temos agora e também sobre certos dirigentes empresários que falam em atrair investimentos "nacionais".
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