01 agosto 2007

A teoria do governador Mathe sobre morte e extracção de órgãos genitais em Mocímboa da Praia

Volto à notícia da morte de seis mulheres no distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado. Segundo a Rádio Moçambique, a essas mulheres foram extraídos os órgãos sexuais.
Ora, em conferência de imprensa, o governador da província, Lázaro Mathe, considerou três possibilidades para explicar o fenómeno, a terceira dos quais considerou a mais fiável:
1. Extração de órgãos para transplante, operação que requer cuidados especiais e implica agentes externos. Esta hipótese devia ser afastada pois não tinham sido encontradas evidências locais.
2. Produto da cultura tradicional africana para fins obscurantistas (sic). Hipótese também a rejeitar pois a cultura africana não tem práticas dessas.
3. Tentativa para perturbar o combate dos camponeses contra a pobreza (sic), seja na faina agrícola, seja na carretagem de água. Esta era e é a hipótese mais plausível - sustentou Mathe.
Evidentemente que a teoria do governador merece a nossa atenção pelo muito que encerra de chamada de atenção para mãos com desígnios obscuros. Mãos que, indirectamente, propõe serem internas.
Infelizmente para nós, existem no país indícios, actuais e antigos, da extracção de órgãos humanos para fins mágicos, indícios que surgem frequentemente relatados na nossa imprensa. E essa extracção não tem fins políticos. Mais: visa, por vezes, justamente melhorar o trabalho e, até, favorecer a riqueza.
A propósito desse fenómeno, o "Diário de Moçambique" e os livros de ocorrências nas esquadras da polícia são boas fontes de informação.

4 comentários:

Anónimo disse...

So um pequeno comentario nesta coisa de crimes..principalmente os com recurso a armas:

REBENTOU O PAIOL, PROLIFERAM ARMAS NAS MAOS DE INUMEROS CRIMINOSOS. Nao esta alguem a fazer dinheiro depois de magistralmente ter iliminado as possiveis pistas? Para alem do "calor", nao eh tempo de pensarmos que tambem "O Rato" roeu a corda em algum canto?

Sei la, sao concidencias..mas armas nao caem do ceu.

SP

Anónimo disse...

O Comentario anterior vem muito a proposito destas declaracoes da policia:

Entretanto, Cossa adiantou que há “hipóteses de que as armas sejam fornecidas pelas empresas de segurança, arrancadas aos agentes da PRM pelos assaltantes e ou mesmo vendidas por ex-militares que depois de desmobilizados permaneceram ilicitamente com as armas que usaram durante a guerra dos 16 anos”. http://www.canalmoz.com/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=6&idRec=2418

SP

Carlos Serra disse...

A criminalidade tem, claro, vários eixos. Neste caso, trata-se de uma extrapolação errada feita pelo governador com recurso a um slogan que, de tão e mal usado, a propósito de não importa o quê nem quando, acaba por ser esvaziado do sentido que se pretende ele tenha.

Salvador Langa disse...

Mano Mathe esqueceu dizer absoluta, pobreza absoluta.