Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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6 comentários:
Como são os outros povos, não-acústicos, que vêem mais do que ouvem?
A minha curiosidade é outra. Li o artigo a aguardo a segunda parte para descobrir por que alternativa para língua(s) oficial(is) se deveria ter optado.
Tento adivinhar: Emakhwa, quem sabe, falado por 26,3% da população com mais de 5 anos de idade em 1997 e entendido por pelo menos mais 7,9% (população Elomwe). Não, não seria aceite no sul. Talvez o Changane, língua mais próxima do poder,falada por 11,4% ou o xironga,originalmente da capital. Também não, seria o norte a não concordar.
Talvez se proponha o swahili ou zulo. Ou o inglês. Ou as 20 línguas de Moçambique, na educação, na administração pública, na legislação, na informação. Aguardo para ver.
Socorro Fatima Ribeiro
Vamos aguardar, calmamente, acusticamente, pela continuidade do trabalho de José Lopes.Mas naturalmente que a reacção de Fátima será fundamental.
Subscrevo a reflexão do segundo anónimo, aguardando curiosa que na parte restante do texto de José de Sousa Lopes venha a constar qual teria sido a melhor opção para a(s) língua(s) oficial(is) de Moçambique.
Longe vão os tempos de Samora Machel, na esteira de Mondlane, para quem três critérios foram determinantes na selecção do português face ao panorama linguístico do país: permitir a construção da unidade nacional; facilitar o acesso à ciência, ao conhecimento internacional; possibilitar a comunicação com outros povos.
Enfim,
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.”
Mas num aspecto estou plenamente de acordo com Sousa Lopes: mais, muito mais, devia e podia ter sido feito pelas línguas bantu moçambicanas. E acrescento: muito mais pode ser feito, mesmo agora, por todos os que as falam, e inclusivamente nas nossas escolas. Mesmo sem livros, sem professores formados, sem salas de aula, sem carteiras. Segunda-feira. Viável e sustentável.
Fátima Ribeiro
Entretanto, aguardemos acusticamente.
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