Espero que haja, aqui e depois, após conhecermos a conclusão do trabalho de Lopes, um frutuoso e acústico, bem acústico e nada apocalítico debate.
E, claro, não me esquecerei de Mabunda que, como alguns devem saber, ocupa regularmente espaço neste blogue como mosqueteiro apocalítico da causa do tudo-está-bem no corte de madeira.
7 comentários:
Em coeerência quem rejeita a lingua portuguesa como lingua materna ou oficial, deveria tambem rejeitar as fronteiras traçadas a régua e esquadro pelo colonialismo. Uma e outra permissa foram impostas (á força) dado que antes da chegada dos portugueses não existiam.
Quantos ás fronteiras (coloniais) estamos preparados para as defender nem que seja com sangue. A lingua (colonial) é alvo de constantes ataques e atropelos que a apenas alguns parecem incomodar.
Será que o Sr. Mabunda está preparado para ser coerente?
Esse Mabunda é um caso especial. o Guiness book, vai fazer um livro so para ele...meu Deus
Olá estava vislumbrando seu mundinho que adoro. Nossa esta cada dia mais lindo né, cheio de presentes, encantador. Quero te convidar para ir lá no Mundo Animal pois estamos cada dia mais lutando em defesa de nossos cachorrinhos.bj
www.cuidedenossosanimais.zip.net
Pois é, cachorrinhos variados aqui também abundam. Obrigado pela adorável lembrança canina.
Olá meu anjo estava aqui delumbrando seus trabalhos e como ta lindo seu mundinho, quero que saibas que o Mundo Animal tem a honrra de ter como uma pessoa que respeita os animais.www.cuidedenossosanimais.zip.net
As incoerências de Mabunda:
1.”quem não é portugués não fala português”. Tomar esta afirmação de um português como axioma para articular todo seu argumento sobre as linguas nacionais é,no minímo, de um reducionismo básico para não dizer um desconhecimento completo das realidades lingüísticas do nosso continente e da história em geral da evolução dos espaços lingüísticos a nível planetário. Senão,que dizer dos brasileiros¿ da diaspora portuguesa de 3º geração (em particular nos EUA e França) que não fala português mas vota. Invertendo e comparando, a Inglaterra e a França teriam que reconhecer como seus cidadãos legitimos todos os falantes “maternos” (asiáticos,africanos,caribenhos…) e estes últimos teriam que reínvindicar a sua pertença cultural àquelas nações.
2. O “erro apocaliptico” . Aquí ao menos,vejo uma consolação para o nosso ego nacional. Sou um preveligiado por conhecer práticamente toda a África,nalguns casos de conviver e partilhar com gente de todas as classes os nossos “problemas africanos”.Pois, antes de nós,práticamente todos os países subsharianos cometeram e cometem o mesmo “erro apocaliptico”. Sabe o Mabunda quais seriam e podem ser os custos politicos (paz,coesão social,formação da nação…) da eleição de uma língua nacional como língua veícular em países “fabricados e inventados” pelo colonialismo,onde cada língua pode reívindicar uma nação? É a ponderação desses custos que influciaram e continuam a influenciar as politicas lingüísticas na África subshariana. Decididamente,Não inscreveria no cativo de erros de Samora, grande vernáculo na sua língua materna e no portugués, de Lumumba, de Seku Touré e tantos outros, esse “erro apocaliptico”.
3.”São, quanto a mim, moçambicanos de nacionalidade adquirida, e não genuína.” Depreendo desta afirmação de que a nossa Constituição é outro “erro apocaliptico” por não ter estabelecido uma classificação de nacionais de 1ª e de 2 ª classe com base nesse criterio e,naturalmente com direitos e deveres diferentes. Reedição da politica de assimilação colonial¿desconhecimento da história nacional¿complexo “fanoniano” de colonizado¿ou versão de Mabunda do discurso de “pureza” nacional,racial,cultural,etc,que alimentaram e ainda alimentam tantos ódios,rancores e conflitos?NÃo sei sinceramente como avaliar! Mas essa ideia, implicita no argumento de Mabunda, de uma nação estratificada, arrepia-me pelo seu potencial de conflitualidade.
4.”Saber falar a língua local é uma das marcas de identidade de um cidadão nacional, no mínimo africanO.” E eu que falo nyhanja, sou malawiano ou moçambicano? E os que falam Shona,são zimbabweanos? Isto apenas para mostrar os limites,digo bem, limites, do criterio lingüístico para definir a identidade nacional. Oívia Massango problematizou bem esta questão.
5.O Paradoxo:Já agora, e levando “as falas sem consequências” de Mabuda a outras consequências, o jornal para quem escreve (OPAIS) e mesmo o que ele escreve (em portugués), fariam parte de um jornalismo “adquirido”,não genuinamente nacional.Pelo número de falantes de português no país,é realmente de se preguntar a quem se dirige o jornal e para quem ele escreve.
Bem, retomei hoje a tese do Sr. Lopes.
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