Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
acho muito bem. é menos uma familia que nao vai cair nas malhas da pobreza absoluta. uma familia onde o ocio nao tem lugar, nem em sonhos. O primeiro combate contra a pobreza deve começar no meio da nossa propria familia. Que atire a primeira pedra quem nao faz a mesma coisa ou quem nao ia fazer igual se tivese opurtunidade.
Inde mano anonimo a gente devia mesmo criar uma organizacao MAdre Tereza de Calcuta.
É caso para dizer que, definitivamente, a menina Guebuza passou de Valentina a “VALENTONA”. Frequenta discotecas protegida por “Valentões” que impunemente, sem escrúpulo, não hesitaram tirar a vida a um pacato cidadão por ter feito uns risquinhos no carro da donzela: para que sirva de exemplo!
Agora, fazendo jus ao nome, “Valentona” surge na BEIRA GRAIN TERMINAL, ao lado de “pesos pesados”: Cornelder de Moçambique e CFM (empresas ligadas à gestão de infra-estruturas ferro-portuárias), num investimento estratégico para a Região: apoio à importação e exportação de cereais para os países da Região (stocks estratégicos.
Ora, se o “Valentão” Angolano criou um Banco para a Filha (BAI – Banco Angolano de Investimento), porque não há-de o nosso Guebuza oferecer uns SILOS à filha, lá para os lados do Chiveve?
Só os maldosos, invejosos, chamarão a esta ternura paternal CORRUPÇÃO AO MAIS ALTO NÍVEL.
Um abraço,
Florêncio
PS: SIMPLES: o Estado (Guebuza) oferece o espaço infra-estruturado do Porto da Beira, que é de todos nós, como comparticipação da sociedade no investimento total. O resto, a sociedade vai buscar ao WB ou instituições similares. Fica assim realizada a participação da nossa Valentina; só resta saber quanto pesa: provavelmente 25% no capital, mais um lugar não executivo nos órgãos sociais com mordomias que não envergonhem a dimensão do investimento. É JUSTO!
Ao que parece, Guebuza continua com uma forte apetência por investimentos com ligações ao sector dos transportes e comunicações. Ficou-lhe o gosto do tempo em que como ministro dos transportes começou a negociar em AVES, sem penas, da LAM…
Caro Florencio, vamos la a saber afinal,o que lhe inqueita, as mordomias da Valentina ou a qualidade do investimento? importante para mim é o investimento no pais e a criaçao de postos de trabalho. pelo menos o Guebas nao guarda todo o dinheiro na Suiça! Fa-lo circular dentro do pais.
Quanto ao resto (benecess de pais a filhos) o Florencio so fala de Angola e Moçambique, os dois maiores paises da Africa Lusofona. Seria interessante saber se nos paises mais pequenos, como Guiné Bissau, Sao Tomé e Principe, por exemplo se a musica é a mesma.
Que a Valentina se desloque com guarda costas nao é um problema, faz parte do Show. Tem que se marcar as desigualdades sociais de alguma forma. Até porque o povo gosta. Parece cruel o que estou a dizer mas é verdade.
Infelizmente as pessoas so "respeitam" as familias presidenciais qdo elas assumem o ar de intocaveis e supra-humanas.
O contrario, isto é, se as ditas familias se colocam em igualdade de circunstancias com os seus concidadaoes a tendencia é para serem humilhadas e ridicularizadas, pois é destilado sobre elas todo o fel, consubstanciado numa mistura de odio e frustaçao, que o povao nutre por todas as "Valentinas" e "pseudo-valentinas", impedindo-as mesmo de darem o seu contributo em todos os meios sociais eu disse todos, todos mesmo. é a tal historia do do cota Einstein, "é mais facil separar um atomo do que um preconceito".
Por isto, proponho, Caro Florencio, que deixemos as lamurias de lado e tratemos, sim de criar mecanismos de fiscalizaçao sobre os tais investimentos. Tenho dito, como diria o amigo Tivane.
PS: gostaria tambem de ter um lindo cabelo como o da Valentina, gostaria de apanhar o aviao como apanho o chapa, aqui no meu Moçambique maningue nice, mas nao posso vou fazer o quê? Chorar, nao. Luto para que os meus irmaos tenham a possibilidade de ter um emprego, para que possam ajudar-me, a criar estas crianças que eu pus no mundo, porque o pai delas ja era, e eu estou desempregada, nao que nao tenha competencias, até dizem que sou inteligente, mas simplesmente recuso-me a fazer favores em troca de padrinhos. por isto e por todas "eu" e por todos "eles" que sao o outro lado do meu "eu", que venham os investimentos, que se criem postos de trabalho...
Pareço ridicula! Sei. Mas isto tudo é uma brincadeira de muito mau gosto, onde o importante é sobreviver...
fiho de professor, nao tem garantidoo posto de professor, filho de mecanico tem garantido o posto de mecanico, a mulher do mecanico ,vai ser cozinheira na casa do ministro para o qual o mecanico arranja o carro... e por ai fora ...
Tudo se passa na base de relaçoes de reciprocidade... simplesmente uns dao mais nas vistas que outros, é mentira Caro Florencio?
assinado: ANONIMO.
Porque o "valente" nao assina o seu nome, perguntarao.medo? nao. falta de coragem? nao.
Simplesmente porque mesmo escrevendo o meu nome continuarei ANONIMO. Ha anonimos com nome e anonimos sem nome, somos apenas anonimos com algumas ideias, parece...
Inté Caro Florencio.
Minha Cara,
Ninguém põe em causa a importância dos INVESTIMENTOS para o país, particularmente os bons investimentos: os que geram emprego, criam riqueza, pagam impostos. Todos os países, ricos e pobres têm mecanismos de atracção de mais e mais bons investimentos. Moçambique não pode ser excepção.
INVESTIR significa deixar de consumir hoje na expectativa de, com a aplicação dessas poupanças, desse sacrifício, poder gozar de mais bem-estar amanhã.
O que se critica - EM MOÇAMBIQUE OU EM QUALQUER PARTE DO MUNDO - é o enriquecimento SEM JUSTA CAUSA, o roubo ou o uso do poder público ou político NÃO para beneficio da comunidade MAS, fundamentalmente, para benefício pessoal: o chamado tráfico de influências = CORRUPÇÃO.
Enquadram-se nesta categoria, as PARTICIPAÇÔES DE FAVOR, aquelas situações em que o dinheiro CONTINUA NA SUÍÇA e as mordomias crescem por cá. Precisamos de um punhado, uma elite de políticos com maior preocupação social.
Concordo consigo quando diz “Tudo se passa na base de relações de reciprocidade... simplesmente uns dão mais nas vistas…” É plenamente verdade, minha Cara: “ninguém dá nada a ninguém”. O problema está em dar O QUE É PATRIMÓNIO DE TODOS para receber benesses pessoais em troca, prejudicando a Comunidade.
Depois, há as incompatibilidades entre o exercício de determinados cargos públicos e a manutenção, directamente, ou através de “testas de ferro” de interferências em actividades empresariais. Falta de ÉTICA.
Por muito que compreendamos a tentação de “comer onde se está amarrado”, não nos podemos RESIGNAR e aceitar tais comportamentos se quisermos um país melhor para os nossos filhos.
REGOZIJO-ME com o seu exemplo, sua capacidade de NÃO SE RESIGNAR, de preferir não aceitar empregos, que lhe fazem falta, porque não aceita por em causa a sua dignidade: recusa-se a prestar favores em troca de padrinhos. É com gente assim, com valores, que se constrói um país sólido, minha Cara.
Compreendo o seu ponto de vista sobre os guarda-costas da Valentina: “ Tem que se marcar as desigualdades sociais de alguma forma. Até porque o povo gosta.” Mas, minha Cara, não posso aceitar que esses “valentões” tenham autorização para matar impunemente. Consta que papá Guebas, depois de muito barulho na imprensa, terá exigido um inquérito. Não sei no que deu; mas sei que alguém foi ASSASSINADO!
Não tenho qualquer aninosidade contra as “Valentinas” ou outras filhas ou filhos de governantes ou políticos com faustosos patrimónios, nem sempre conseguidos pelas vias legais. Os filhos dessa elite política ou económica são, provavelmente na maior parte dos casos, pessoas de bem e com valor, que acabam por ser prejudicadas pelo preconceito “tal pai, tal filho”.
Quanto à fiscalização dos investimentos, minha Cara, só faz sentido quando há competências bem definidas: para autorizar, fiscalizar, julgar. Quando todas essas competências estão concentradas no mesmo poder, a fiscalização não passa de um “faz de conta”.
Inté Cara Anónima… com Ideias mais compridas que curtas.
Com simpatia, creia.
Florêncio
Caro Florencio
Mto obrigado pela sua pronta resposta, afinal bem vistas as coisas nossas ideias nao divergem assim tanto, somos ambos uns “nao resignados”...
Nao sou a favor de que se tire a vida a alguem, em circunstancia alguma e por, nao importa que metodos. Ao priveligiar o investimento em Moçambique estou a desculpabilizar Valentina e seus sequazes? Sinceramente, nao creio.
Por enqto, no esplendor de sua “risonha” vida, Valentina, encerra, ja, segundo o que aqui escreve o Florencio, no operculo da sua consciencia a morte de um homem. Compete-nos a nos julga-la, aqui e agora? Nao. Mas podemos encetar esforços para que se faça, nao? Sim, claro que sim, podemos unir nossas vozes, podemos fazer circular abaixo assinados, gritar até que a voz nos doa, (como diria Dona Alice, minha mae), podemos e devemos, enfim pressionar, para que justiça seja feita... um exemplo é o que faz o Professor Serra aqui relembrando, mais uma vez a morte de Macuacua. Alias, o que ja havia feito aqui neste mesmo blog ha cerca de um ano. Outro exemplo é o que fazemos, boa parte de nos, aqui no recondito das caixinhas deste blog, postando nossas opnioes ou apenas lendo (necessidade de estar informado) as opinioes de outros...
Serei a favor de um investimento que nao gere riqueza para o pais? Noa. Um investimento que nao crie postos de trabalho? Nao. Entretanto, penso, que pelo facto de Valentina “passear-se com uma suposta morte na consciencia” nao é condiçoa sine qua non, para que o investimento em causa seja bom ou mau. Que o investimento em causa, eface da memoria colectiva a morte, de um so homem, que seja.
Morte “espectacular” ou morte “silenciosa”.
Sim, porque esta ultima tbem existe. Pela complexidade da arte que a envolve, faz com que sejamos menos atentos a este tipo de mortes, Caro Florencio. Mas, creia-me, Carissimo que o “silencio silencioso” ou o “silencio cumplice” matam mais que “bala de estriquinina”. Assim temos a pressao causada pelo desemprego, por exemplo, a negaçao glorificante do individuo. Tacitamente, aceitavel, por todos nos. Sim, sobretudo depois que o desempregado, virou, a arte do ocio, na pena de alguns dos nossos concidadaos...
É possivel, Caro Florêncio, que todo o sistema de fiscalizaçao actual, nao passe de um “faz de conta”. E agora, o que fazer? Cruzar os braços? Esperniar? Vociferar? Talvez. Impedir todos os investimentos, manchados com o sangue da injustiça, calada e/ou falada? Talvez.
Entretanto, em minha opiniao, modesta seja ela, enqto o individuo, nao tiver possibilidades de desenvolver estratégias pessoais, ser autonomo e continuar dependente do outro i. é, enqto o individuo nao tiver pelo menos um emprego, que lhe confira existencia pela positiva, jamais teremos, um sujeito capaz de exigir, de julgar, a fiscalizaçao.
Alguem merece a morte pelo facto de ter riscado uma chapa, éfemera, de um carro? nao. Mas, sera que alguem, em posiçao fragilizada, vai fazer desse facto seu apanagio de vida? Nao creio. O desemprego confere ao individuo uma “existencia pela negativa”. Ora bem, esse estado de negaçoa de si proprio, so pode, suponho, encontar o seu antidoto no trabalho. (cresci, ouvindo meu pai dizer que o trabalho dignfica o homem). Talvez seja por isto que o povo “faz de conta” que nao vê, nao sente, nao pensa, nao age.... O povo nao está. Ausentou-se. O que noa quer dizer, que nao é. Apenas nao está.
Que se dê a possibilidade aos individuos de “existirem pela positiva”. Entao, serao esses mesmos individuos, que se transformarao em sujeitos capazes de exigir, de julgar, a fiscalizaçao, por um lado e por outro lado, de influenciar sobre a desconcentraçao de poderes.
Por vezes, para podermos atingir os fins, que julgamos, serem menos injustos é necessario “calejar o coraçao”, Caro Florencio. É so isso. Uma questao de estratégia. Como almejar “um país melhor para os nossos filhos”, se os jovens pais, nao mais, sao do que individuos que “existem pela negativa”? Diplomados sem emprego, nao diplomados sem emprego...”sem emprego” , o diploma, ja noa garante a estabilidade social, o diploma passou a ser, parafrazeando carlos Serra, a eterna pergunta a montante...
PS: A posiçao por mim tomada nao é, assim, a favor do “enriquecimento SEM JUSTA CAUSA, o roubo ou o uso do poder público ou político...” enqto fuga às normas reguladoras da sociedade, nao é marginal ao conjunto de normas que regulam os comportamentos individuais. Mas resulta sim, do espaço de manobra que me é oferecido, ou que “eu” sou capaz de conquistar, em torno das relaçoes de reciprocidade. Relaçoes essas que “me” sao impostas por outros que me excluem à partida, mas que “eu” negando a minha “existencia negativa”, insisto em, simplesmente, existir, por enqto...
Assinado: ANONIMO, Com simpatia, creia-me, identificado em sua escrita e pela sua escrita, seu caracter, suas ideias, concerteza...
Inté Caro Florencio. Kanimambo.
Hiiiiiii esta do emprego, manos, é uma conversa muito comprida. Ha uns que têm dois, tres, quatro e mais empregos e outros nao vêm nem a miragem de um so emprego. Acresce ao facto que aqueles que têm um monte de empregos, ainda têm tempo para ir prosapiar na barraca
Há um ministro dos negócios estrangeiros dum país européu que foi obrigado a vender as suas accões numa companhia petrolífera que explora no Sudão. Este devia vender as accões porque o país e o seu governo estavam compremetidos a mediar a paz no Darfur, então, os jornalistas desse país que o exigiram, não podiam ver como o ministro agiria fora dos seus interesses pessoais. Mas como o país é democrático o ministro cumpriu com as exigências. E o Mabunda devia saber disto para além de dizer a respeito ao Guebas/Vantina.
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