Quando, em ciências sociais, escrevemos as nossas teses universitárias no estrangeiro, invariavelmente escrevemos sobre as nossas terras e sobre as nossas gentes. Escrever sobre as terras e as gentes que nos acolhem é, certamente, uma heresia. O certo é que os países estrangeiros sabem de nós sem necessidade de cá virem. Pequeno humor: não estudamos os outros porque amamos ser estudados.
8 comentários:
E faz muita logica. No estrangeiro buscamos os intrumentos ou as lupas que nos permitem fazer a analise das coisas que existem ou acobtecem na nossa terra. O ultimo fim dos nossos estudados eh operar mudancas nas nossas terras. Claro que podemos estudar os outros povos mas com o fim de percebermos ou analisar melhor o nosso. Se nao for esse o objectivo, tal tese nao tem muita aplicabilidade, para alem de que o autor teria muita dificuldade em situar-se dentro da sua propria tese. Na australia por exemplo, brancos que querem estudar comunidades aborigenes ja nao sao mais permitidos, ou para tal precisam de argumentar muito bem em que aspecto esse estudo vai beneficiar os aborigenes e eventualmente, o autor branco. Questoes de epistemologia, ontologia, metodologia, e etica, nem sempre sao favoraveis a que qualquer um pesquise qualquer coisa e em qualquer lugar. Pelo menos para nos que cujo nossos projectos DEVRM passar por uma exigente comissao de etica.
PROF.
HA Algo estranho em MARRACUENE se ouvi bem estava a ouvir a RDP AFRICA e falam de rapto de uma procuradora e alvejaram um dos meliantes se e que ouvi bem o PEDRO COSSA PORTA VOZ DA POLICIA A FALAR A INSTANTES.
GOSTARIA QUE CONSULTASSE AS SUAS FONTES AGRADECIA TEACHER
MARIO LITSURI
Mundo Globalizado. Pensamento afunilado.
É isso que ando a condenar. Esquecem com facilidade as raízes, mas mesmo assim, dizia Samora Machel, podem mudar de nacionalidade, de vontades, etc, mas nunca de cor.
Zicomo
Professor:
a minha Tese de Licenciatura concluida no ano passado na area de Aconselhamento para a Adiccao, na Universidade de Bath, foi sobre a eficiencia de Palestras e Workshops num Centro de Tratamento Residencial britanico,dando-me as bases para uma proxima Tese a ser realizada dentro de 2 anos, se tudo correr como planeado (ainda nao sei qual o tema a abordar).
Nao ha regras sem excepcoes!
Saudacoes
Ze Carlos
Penso que não há muito interesse em escrever sobre as terras dos países desenvolvidos. Há séculos que é documentada a história universal que, na verdade, é a história do ocidente. Há muito tempo que é documentada a histótia da ciência e da filosofia, mas trata-se na verdade da história do conhecimento e da filosofia ocidentais. Há muito tempo que a sociologia dedica-se a estudar os problemas sociais, mas os tratados de Sociologia que temos e inclusivamente se usam nas aulas de Sociologia em Moçambique e noutros países africanos retratam a compreensão dos problemas das sociedades ocidentais. Para quando uma história universal que contemple os não ocidentais como sujeitos? Para quando uma história do conhecimento que contemple os nã0-ocidentais como sujeitos do conhecimento? Para quando uma Sociologia que tenha por orientação não as teorias sociológicas produzidas no Ocidente, mas teorias que tenham por base dados empíricos sobre as nossas terras e formas de organização social? Pois tudo isso é para “ontem”. Penso que é altura sim de “escrevermos sobre as nossas terras e sobre as nossas terras”. É altura de pensarmos e escrevermos sobre as especificidades do nosso conhecimento, das nossas formas de organização social, das nossas medicinas, etc.
Siiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!
E tudo isso porquê?
Deve ter uma explicação racional, não?
Ou é também feitiço?
Concordo contigo J. Nobre. Eu nao iria, por exemplo, investigar a eficiencia de medidas de prevensao de HIV/AIDS nos jovens Australianos ou Singaporenses enquanto bem deveria fazer um estudo desse tipo em jovens do meu Pais. Alias, a nao ser que quisesse fazer um estudo comparativo. A quem sempre pensa que a qualidade de um trabalho se mede na base do seu tituto, precisamente quando ele evoca o estrangeiro, tecnologia da ponta. Ou seja, quando mais confuso e mais assustador, melhor. Quando mas confusas e menos compreendidadas as pessoas acham que por esse meio ganham mais respeito. Sequelas de colonialismo. Coisa do colono e que e bom. O que e nosso e bizzarro.
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