07 março 2010

Racializar o social (7)

O término desta curta série.
Efectivamente, a história mostra que muitas vezes a luta contra um sistema político racializado não é feita contra o sistema pelo qual a racialização opera, mas contra quem o opera. Então, o fim da luta consiste em substituir um grupo fenotipicamente identificado por um outro. A questão central não é pôr fim à exploração social, mas democratizar racialmente os privilégios; não é eliminar a discriminação racial, mas fazê-la mudar de pólo - uma operação que o Capital regra geral preza e defende. Um corpo doutrinal é invocado para justificar e homologar a substituição. E, não poucas vezes, grupos criam movimentos reivindicativos de brancos, negros, identidades brancas, negras, etc. Por outras palavras: é sempre no interior das categorias racializadas que o social é visto, aplaudido ou impugnado.
(fim)

1 comentário:

ricardo disse...

Exactamente. O modelo sul-africano aplica-se a esta definicao.

E os demais modelos em Africa, teem algumas caracteristicas do sul-africano.