Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, dois aperitivos:
* Ironicamente, quando está em curso um mediático julgamento sobre corrupção e ajudas ao partidão, Moçambique caiu mais quatro lugares no índice da Transparência Internacional estando agora no 130º. Lugar. Como consolação pode registar que a Rússia e os seus aliados regionais, Angola e o Zimbabwe estão muito pior...
* Agora que acabaram as eleições, D. Lulu diz que é inevitável o aumento do combustível. Por isso o homem dos Transportes trabalha há meses num plano B para evitar um novo 5 de Fevereiro. Mais vale prevenir que remediar...
* Ironicamente, quando está em curso um mediático julgamento sobre corrupção e ajudas ao partidão, Moçambique caiu mais quatro lugares no índice da Transparência Internacional estando agora no 130º. Lugar. Como consolação pode registar que a Rússia e os seus aliados regionais, Angola e o Zimbabwe estão muito pior...
* Agora que acabaram as eleições, D. Lulu diz que é inevitável o aumento do combustível. Por isso o homem dos Transportes trabalha há meses num plano B para evitar um novo 5 de Fevereiro. Mais vale prevenir que remediar...
3 comentários:
O julgamento do caso aeroportos vem confirmar aquilo que muita gente sabia e dizia mas que tambem foi sempre negado de que ha uma robalheira concertada e generalizada e que um dos beneficiarios dessa robalheira e o partido no poder.
Este julgamento nao deixa duvidas sobre como se estao a construir castelos a custa do suor dos pobres cada vez mais pobres. Nao deixa duvidas de como o partido no poder esta a engrandecer o seu patrimonio e poderio economico.
Porque esse e o esquema os "ladroes" pagam a impunidade drenando parte do dinheiro para o partido. E parece que este caso e so a pontinha do iceberg. Haver vamos.
No principio do mandato que esta a terminar parece ter havido preocupacao do presidente em formar o seu staff incluindo a familia deles por isso custa a crer que alguem que e nomeado Ministro nao saiba que os seus parentes, nao sendo trabalhadores, nao sejam elegiveis para bolsas de estudo.
Ja aconteceu isto no ministerio da educacao onde o tambem ministro usou indevidamente dinheiro do estado para pagar bolsas de estudo aos seus parentes mas provavelmente como nao lhe aconteceu nada, antes pelo contrario o tal ministro foi premiado virando deputado e natural que o ministro dos transportes achasse que nao haveria problema de fazer o mesmo. Pode-se agora perguntar porque e que uns ficam impunes e outros correm o risco de pagar a factura (se e que vai pagar)?
Tal igual o anónimo se lembra sobre as bolsas do Ministro Ngwenha eu faço. Não sou daqueles que se esquecem facilmente, pelo menos ainda não. Para além destas houve outras na UEM...
Há uma estratégia para "O Caso Aeroporto" que é tentar-se falar muito pouco dele sobretudo na net/blogs. Estou tentando entender.
O Caso Aeroporto, Ngwenha e outros, já me fizeram reflectir muito sobre que sociedade estamos a construir. Há anos discutí com alguns amigos em Nampula e pressentíamos que voluntaria ou involuntariamente estavamos construindo castas, o que ao longo prazo poderá resultar que alguns clãs ou famílias poderão nunca ter membros na função pública...
Porquê assim? Aproveitando-se o mercado livre, parece que a nomenklatura beneficia-se mais de bolsas sobretudo para fora do país. E ela, distribui-as aos seus familiares e amigos. Por exemplo, 33 mil dólares duma empresa para bolsas de filhos de um ministro é injustiça demais. Alguém já imaginou quão produtivo se esse dinheiro fosse distribuido para mais de 30 (trinta) estudantes vindas de famílias economicamente vulneráveis?
Como foi nos primeiros anos da independência? Na verdade, devido a regras de então, muitas famílias marginalizadas no tempo colonial conseguiram aceder a função pública e até fazer carreiras profissionais com sucesso. Pelo que me lembro, nos primeiros anos da independência, para bolsas de estudo dava-se prioridade aos filhos dos camponeses e famílias economicamente vulneráveis. Por essa razão, a maioria dos que foram para Cuba, URSS, RDA e outros países, vinha daquelas famílias. Mesmo internamente, em certas escolas havia uma certa prioridade ou pelo menos uma acção includente às famílias economicamente vuneráveis.
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