06 novembro 2009

(93) 06/11/09


Ao longo de todo o processo eleitoral surgiram muitos problemas, de vários tipos, muito complexos alguns, problemas a exigir que várias coisas sejam absoluta e rigorosamente corrigidas no futuro tendo em conta as próximas eleições. Todavia, não há evidências que provem que os problemas surgidos ponham em causa a vitória de Guebuza e da Frelimo. Há muitas coisas a criticar, mas também parece ser sensato pensar que não se deve fazer da lamentação e do choro armas políticas permanentes. Sabem, talvez os partidos sejam, afinal, igrejas de um certo tipo, onde também a entrega sem reservas, a pregação constante e a fidelidade sem limites são as chaves da crença robustecida, da ampliação da rede de fiéis e, portanto, da monitoria objectiva do futuro. E, tanto quanto julgo saber, nunca ninguém provou que o futuro habita atrás de nós ou nas lágrimas da impotência.
Adenda: podeis ler um dossier Savana aqui.
Adenda 2 às 11:38: sobre a actual posição do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, confira o "Wamphula Fax", aqui.

8 comentários:

Anónimo disse...

Esta mais que visto agora que o prof é dos frelos o padre da tal igreja.

Anónimo disse...

O Prof será de quem quiser ser, mas acusá-lo de falta de democracia seria o máximo da injustiça,seria acusá-lo de intolerância.

Não.Não concordo que se possa ver os partidos como uma forma de igreja. Seria generalizar as igrejas ou os seus crentes. Não podemos nem devemos hoje continuar a ver as igrejas como elas o eram no passado. Hoje mais do que nunca as igrejas( tal como os partidos) devem ser vistas como locais de abertura, de diáologo, de partilha.

Pregação cosntante talvez.Entrega sem reservas? Fidelidade sem limites? Se me permite, aqui ver espelhada algumas seitas.

Se quando se refere a igrejas, quer dizer seitas, aceito tudo o que diz. Se para si igreja é sinónimo de religião, não de todo.

O futuro não se compadece com as lágrimas da impotência.Porque o futuro é hoje.

Viriato Dias disse...

Como pode ser presidente dos moçambicanos uma pessoa sem coerência, sem conviçcão como o é Afonso Dhlakama. Ainda bem que ele deu o dito pelo não dito, o problema é a forma como ele faz, que revela um certo cansaço mental. Deve repousar o líder da Renamo. Ou o luxo não lhe faz bem ou a posição de líder da oposição lhe causa conforto. Há gente assim que se contenta com com o pouco quando devia estar no topo. Talvez tenha razão, em política é melhor ter razão no momento certo, tal como o fez Durão Barroso.


Um abraço

Abdul Karim disse...

Vamos esperar o anuncio oficial dos resultados.

Anónimo disse...

Concordo consigo professor quando diz que os problemas que surgiram ao longo de todo este processo nao terao influenciado nos resultados. Eu acho que o candidato Guebuza teria ganho, na mesma com mais ou menos votos. Concordo tambem com o Machad da Graca quando diz que provavelmente as manobras poderao ate prejudicado Guebuza. Agora gostaria de saber do professor o que acha que deveria ser feito em relacao aos problemas? mais especificamente, o que acha que a CNE deveria fazer em relacao ao enximento de votos em algumas mesas, a invalidacao dos votos, em relacao a situacao dos observadores "fantasmas" em Nampula, ao uso abusivo e ilegal dos meios do estado incluindo uso de instalacoes do estado nas horas normais de trabalho para propaganda eleitoral entre outros?

O que e que acha, tambem, sobre o que o partido e seu candidato deveriam fazer para mostrar que nao compactuam com estas manobras?

umBhalane disse...

I

“Ao longo de todo o processo eleitoral surgiram muitos problemas, de vários tipos, muito complexos alguns, problemas a exigir que várias coisas sejam absoluta e rigorosamente corrigidas no futuro tendo em conta as próximas eleições.
Há muitas coisas a criticar, mas também parece ser sensato pensar que não se deve fazer da lamentação e do choro armas políticas permanentes.
E, tanto quanto julgo saber, nunca ninguém provou que o futuro habita atrás de nós ou nas lágrimas da impotência.
Sabem, talvez os partidos sejam, afinal, igrejas de um certo tipo, onde também a entrega sem reservas, a pregação constante e a fidelidade sem limites são as chaves da crença robustecida, da ampliação da rede de fiéis e, portanto, da monitoria objectiva do futuro.

(talvez…)

II

Todavia, não há evidências que provem que os problemas surgidos ponham em causa a vitória de Guebuza e da Frelimo.”


1. Peço desculpa ao Prof. por alterar a ordem das frases, sua sequência.
Explico. Quando li na oblíqua o texto, houve de imediato uma alergia que de mim se apoderou, embora esteja em consonância com quase todo o escrito.
E muitas coisas análogas, aqui mesmo, também escrevi. Mais atabalhoadamente, de forma mais superficial, sem o peso institucional que o Prof. coloca, qualidade, e simplicidade (não, não sou seu aluno).

2. A parte I é, para mim, absolutamente pacífica, e o “talvez” mata a questão que pode, eventualmente, numa leitura rápida, arranhar a sensibilidade de pessoas mais susceptíveis, mas também lembro que saber perdoar é uma virtude bem Cristã.

3. “Todavia, não há evidências que provem que os problemas surgidos ponham em causa a vitória de Guebuza e da Frelimo.”

Esta parte já me faz alguma urticária, incómodo.
Sendo verdade, pois também não tenho dúvidas de que a frelimo ganharia as eleições, e isso também já está escrito,
dúvidas muito fortes tenho quanto à expressão da sua “vitória”, não democrática.
É a velha estória da garrafa meio cheia, meio vazia.

E “ganhar” com 65/70%, não é a mesma coisa que com 50/55%, com as consequências e implicações que daí advirão.

E a história (h) de como tudo foi feito, previamente, «a “vitória” organiza-se, a “vitória” prepara-se», TODA a gente já sabe – e não vale a pena bater mais no ceguinho!

Todo o mundo sabe, incluindo as chancelarias – outros valores mais altos se alevantam.

A representação da oposição, TODA a oposição foi roubada, e sua expressão reduzida ao nível mais baixo possível, ou apenas ao que a máquina da fraude frelimista conseguiu.
O objectivo seriam os 100% .

Digo que, absolutamente, HÁ evidências que provam que os problemas surgidos põem em causa a “vitória” não democrática, “tão expressiva”, de Guebuza e da Frelimo.

4. A oposição Moçambicana não deve deixar cair os braços.
Não deve adiar o seu destino para 2014 – o futuro é já HOJE.
A luta é contínua, e deve continuar, de uma forma inteligente e subtil.
Há um arsenal enorme de estratégias ao dispor, que requerem apenas sábia utilização.

Moçambique tem um bom exemplo ao lado – no Zimbabué.
Mugabe, o ditador fascista no poder, e sua nomenclatura de assassinos, o seu partido, todos eles dançam com a oposição.
Não são tão fortes como parecem – e viu-se nas últimas eleições (2).

E é garantido que TODOS sabemos que, a frelimo não tem a base de força da ZANU, não tem, nem nunca terá, essas condições objectivas da ZANU.

E só não vê, quem não quer!

E, historicamente, está já provado.


A LUTA É CONTÍNUA.
LIBERDADE E VIDA, VENCEREMOS.

ricardo disse...

Ora aí está, tal como previsto...uma narrativa a três tempos:

Visitinha da praxe ao "Chefe". Um "Relatório" entregue em mãos e o Galo a ver as perdizes a passarem-lhe por cima...

Alea Jacta est!

Uma vez mais, o "status quo" foi preservado. Em 2014, os doutos enviados serão chamados de novo para fazer o seu papel. Não é?

Ainda se perguntam porque é que a a taxa de abstenção é tão alta em Moçambique.

Que desperdício!...

Viriato Dias disse...

Não sabia que Mugabe era assassino. Sobre ele não existe nenhum mandato de captura! Ainda assim, há quem perde o seu tempo a insultar Mugabe quando devia, fica este apelo, dedicar-se a escrever musas ou crónicas do dia.

Mugabe está ai....presidente. O desejo de muitos de lhe verem fora da presidência do Zimbabwe deve esperar por mais uns 50 anos. Resta-me saber se terão folego para tal. Os regimes como o do Zimbabwe cria seguidores e gente apaixonados a levar avante um desafio, é assim que a pátria está acima de qualquer desejo pessoal.

Um abraço