Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
Segundo o Savana:
"Os últimos relatórios da cidade do Chiveve, em matéria urbana não são os mais simpáticos para o bom do Daviz".
> "Muita areia para uma só carroça",
> Muitos a querer apanhar boleia, poucos a labutar.
> Realismo, definição de prioridades, precisa-se!
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Não consegui perceber a ligação entre este comentário e o texto comentado. Nem consigo perceber a ligação entre a ponte Caia-Chimuara e o conceito de unidade nacional. Estar-se-á a pensar que a unidade nacional em Moçambique só se efectivará com a inauguração daquela ponte? Estar-se-á, por acaso, a pensar que antes da construção daquela ponte o povo moçambicano não estava unidade do Rovuma ao Maputo? Se sim, porque é que o batelão Caia-Chimuara nunca foi baptizado como Batelão da Unidade Nacional. Creio que estamos a discutir conclusões sem olhar para os pressupostos: unidade nacional(o que é? Já eistia ou passará a existir com a abertura da ponte ao tráfego rodoviário?); ponte (o que é? Antes dela havia ou não travessia?); atribuição de um nome à ponte (é mesmo a ponte da unidade nacional? A ponte sobre o rio Save é ou não de unidade nacional? Haverá em Moçambique alguma ponte que não seja de unidade nacional?).
Caro Nero Kalashnikov
Estive a pensar na sua boa lógica dedutiva.
Imaginemos um paraplégico com um alto grau de imobilidade.
Então os médicos encontraram (é proibido dizer "descobrir") a causa do problema, o indutor da imobilidade.
Operam-no no local aconselhável à coluna vertebral, e efectuam-lhe as ligações nervosas, qual emaranhado dum circuito electrónico de alta sofisticação.
Vitória, conseguiu-se.
O doente já recuperou a mobilidade, mexe muito melhor.
Transportemos para a ponte, num mero exercício de imaginação.
A ponte vai "resolver "TUDO", mesmo a unidade nacional, que perdoe-me, opinião minha, vai precisar de milhares de pontes...
Gostei dos seus argumentos.
Apareça mais vezes, com o carregador cheio, e a disparar assim, assertivamente.
Caro Nero,
Quanto à ligação do comentário: simples! A postagem "A hora do fecho" do Savana aborda vários assuntos.
O postagem, refere que, como "aperitivo", para nos deixar com "àgua no bico", ou seja, nos convidar à consulta do texto integral optou por começar com a transcrição de algo sobre a ponte (assunto tratado noutras postagens).
Do texto integral, chamou-me à atenção a notícia sobre o MDM e Daviz, pois, desde há muito, parece evidente que sem Daviz em todas as frentes, o MDM fica orfão e desprotegido.
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Estou cansado, cansado mesmo, e com o devido respeito, de visitar campas de homens insubstituíveis.
O processo não pára.
A massa está a levedar, e como tal, só pode crescer - a farinha é boa, a água também, e o fermento é óptimo.
Tempo?
Caro umBhalane,
O seu argumento até espectacular, mas creio que não tem a força que aparenta. E j’a me explico: “Imaginemos um paraplégico com um alto grau de imobilidade”, será que Moçambique se equipara ao paraplégico? Não creio. Talvez se equipare a um amputado que tem dificuldades de caminhar e que carece de uma prótese para poder caminhar melhor. Tal prótese, isso aceito, é a ponte Caia-Chimuara. Todavia, respeito a tua opinião e defendê-la-ei até com a minha própria vida. Confesso que não percebi esta tua frase metafórica: “Estou cansado, cansado mesmo, e com o devido respeito, de visitar campas de homens insubstituíveis.
O processo não pára.”
Caro amigo anónimo. Agora percebi o “link”. Obrigado pelo esclarecimento. E faz muito sentido. Viva o debate…
Caro Nero Kalashnikov
Eu escrevi "imaginemos" ...com um alto grau de imobilidade.
Não escrevi imobilizado, parado.
Nasci perto, muito perto dos batelões de Mopeia e Caia - e cheguei de utilizá-los várias vezes.
O diagnóstico é diferente, mas no fundo, o quadro clínico aponta, passemos o exagero, para um doente com dificuldades "graves" de mobilidade.
A ponte vem ajudar muito, muito mesmo, mas não vai ser a panaceia para tudo!
Antes fosse - ficava já tudo resolvido.
Quanto às minhas opiniões, não faça nada disso - defendê-las até à morte.
Eu até nem sei, mesmo, se elas estão certas.
Abraço.
Caro Nero Kalashnikov
Eu quero dizer, que embora Deviz Simango seja o expoente máximo do MDM, o seu líder natural, o processo por "ele" iniciado já nem tem volta - já o ultrapassou.
E assim como a massa de farinha nas padarias deve fermentar bem, antes de se coser o pão, assim também o movimento popular que encorpora a ideia MDM, nunca mais vai parar...
E Deviz Simango não é insubstituível - faz muita falta, mas...
Sendo um jovem velho, já vi alguns destes filmes.
Abraço.
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