Ontem, dia em começou o congresso da Renamo em Nampula e neste ano eleitoral, o "Notícias" colocou em caixa destacada, na sua página 3, um trabalho com o título logo abaixo. Hoje (o jornal está já à venda, mas com data de amanhã), a seis colunas, o "Magazine Independente" conta a história de forma bem diferente, através do título da segunda imagem. No primeiro caso, o cidadão Feliciano Pedro, ex-guerrilheiro da Renamo, foi torturado como presumida retaliação por se ter filiado na Frelimo o ano passado; no segundo, Feliciano foi torturado como presumida retaliação por ter sido encontrado em trabalho de espionagem para os serviços secretos do Estado (o jornal escreveu que em 2004, em vésperas de eleições, a história, do mesmo tipo, foi com Baptista Nachir).
7 comentários:
O noticias ja nos habituou a isso.
deixou de ser informativo, para ser desinformativo!
O noticias esta a prestar um pessimo servico ao pais.
triste, quando quem devia ensinar, desensina.
Caro Professor
Em 2004 escrevi sobre este assunto: "Construcao social das identidades colectivas em vesperas de processos eleitorais"
O nome correcto deste sujeito e Baptista Nhachir. Em momentos eleitorais irao ressuscitar varios assuntos que estavam na gaveta.
Desconfiemos das verdades obvias dois dois lados.
A logica de construcao destes discursos e basicamente de denegrir a imagem dos outros e auto-projectar a imagem de si.
(As imagens tendem a ser colectivas, ou seja nao importa que um membro de qualquer partido faz ou diz, porque o seu comportamento sera visto como comportamento do grupo (identidade colectiva.
Fiquemos atentos
Abracos
Eu cá comigo, recorrendo à Hannah Arendt, vejo mais tratar-se da velha e complicada relação entre verdade e política, com implicações para a história. Diante um mesmo fato, os políticos narram o acontecimento segundo a versão que mais lhes interessa. Os jornais também servem a interesses políticos e partidários. O Notícias não é excessão!
Em meio a tantos jornais que proliferam por esse Moçambique, cada um narrando o mesmo fato de modos diferentes, mais ficamos atrapalhados que esclarecidos.
Que fazer? Repito a pergunta de Lenin. Isolarmo-nos na torre de Marfim, como o fez Platão diante da morte de Sócrates que quis viver e dizer a verdade, isto é, dizer as coisas tais como elas são, ou entrarmos no jogo das verdades fatuais? Achi que vou optar pelo ceticismo!
Professor, Nao E muito estranho que a morte, no domingo passado, do General Candido Mondlane, o comandante, no teatro das operacoes, das tropas da Frelimo na operacao "No Gordio" nao seja Noticias em Mocambique? . . .
"Só é notícia quando o homem morde no cão e não o inverso". Portanto, é uma notícia com barbas branca. Afora isto, está interessante o debate no Parlamento. O discurso da Renamo, não sei pela voz de quem, suponho pela voz do seu chefe da bancada, porém, está repleto de verdades. Vale a pena escutar.
Um abraço
A quem aqui deixou um comentário dizendo que em 2004 escreveu sobre o assunto: (1) quem escreveu?, (2)é tudo uma simples questão de construção de discursos?
Realmente Professor
A questao pode ir mais longe sobretudo quando envolvemos a midia (Bourdieu afirmava em vida que quem do poder deter ira impor-se diante dos outros no controle a midia). E o noticias ira produzir noticias eleitorais, ainda estamos no inicio do jogo.
Tenhamos forcas para ver e apitar foras de jogo
Abracos
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