Dois temas magníficos. A começar logo pelo primeiro, a acusticidade moçambicana, a cultura do ouvido, um tema hegeliano emblemático. Os Moçambicanos fazem vida e cultura pelo ouvido e não pela vista. É uma "cultura não linear, mas esférica" (uma definição atribuída a António Frago). Aguardem que eu prossiga em tão esférico tema. E fá-lo-ei, claro, aguardando a continuidade do trabalho de Lopes.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
17 agosto 2007
A cultura acústica dos Moçambicanos (1)
O semanário "O País" trás, na sua edição de hoje (pp.14-15), a primeira parte de um extenso trabalho da autoria de José de Sousa Lopes, ex-director nacional de Formação de Quadros no Ministério de Educação e doutorado em História. Segundo o "O País", o trabalho foi publicado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil. Nesta primeira parte duas coisas são salientes: a atribuição aos Moçambicanos da cultura acústica (sic) e a afirmação de que a adopção do português como língua oficial foi um erro que tem contribuído para o agravamento das taxas de analfabetismo no país.
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1 comentário:
Ditos doutos de cultura esférica e acústica.
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