07 março 2010

Três problemas delicados

O nosso governo enfrenta dois delicados desafios e pode ter de fazer face a um terceiro.
O primeiro consiste em evitar a subida dos preços dos combustíveis e, por decorrência, dos preços em geral, subsidiando as gasolineiras.
O segundo consiste em evitar problemas orçamentais e salariais, face à demora na recepção dos fundos prometidos pelos doadores.
O terceiro consiste em enfrentar os protestos de certos grupos face à inspeçcão obrigatória dos veículos automóveis, em particular por parte dos grupos sociais de baixa renda e de proprietários de chapas (recorde o editorial do "Savana" aqui).

3 comentários:

Abdul Karim disse...

Coisas pequenas... pra grandes governos...

Coisas grandes... pra pequenos governos...

Desafios aumentam auto-estima.

ricardo disse...

Pois e,

E Dimas Marroa nao ajudou. Complicou, ao fazer uma interpretacao extensiva de uma Lei que nao se aplica aos reus. Proibido em Direito Penal. Assim, nao agradou nem a gregos, nem a troianos, e atrasou tudo ao ter que despachar o assunto para o Supremo, que agora devera diminuir ou mesmo comutar as penas dos condenados. Tal como o caso Manhenje, e mais um processo politico, com contornos juridicos (e nao o contrario) para doador ver. Itai Meque tambem nao ajuda, porque acaba dando mais razao aos que nao acreditam nas boas intencoes do discurso de tomada de posse de Guebuza.

Seja como for, os precos do combustivel nao tinham nenhum respaldo internacional para justificar sua subida. E o maximo que as gasolineiras poderao reclamar e a diminuicao dos seus lucros fabulosos. Agora perder dinheiro, e coisa que nunca lhes sucedeu na vida.
Os problemas orcamentais, derivam dos politicos. Mas e uma questao de tempo e o cenario se ira recompor. Ha fontes alternativas a recorrer tambem. Mas uma das implicacoes disso e abandonar aquele modelo de "bom aluno" que Mocambique tem usado como trunfo na financa internacional.
Em relacao a Inspeccao Automovel, apontam-se varias questoes em volta disto. Ambas a partes tem as suas razoes. Independentemente disso, a Inspeccao DEVE SER feita. Os semi-colectivos nao levantarao problemas, porque sabem que assim nao poderao aproveitar-se da janela de oportunidade do Mundial 2010, cujos meios logisticos escasseiam no pais organizador. E la, as regras cumprem-se. Resta-nos a classe media (sempre esta!), a qual reivindica a aplicacao justa dos seus tributos, com toda razao. Coisa que um governo como este e incapaz de garantir, seja por falta de dinheiro, seja por falta de capacidade de se auto-organizar. Porque, realmente, ate hoje nao entendo por que e que as Obras Publicas e os Transportes e Comunicacao nao se fundem num so Ministerio, com duas secretarias de estado. E o exemplo disso, e a incapacidade do Ministro dos Transportes em resolver a questao das estradas, porque nao lhe diz, de todo, qualquer respeito.

Eis o Preco da Casmurrice...

ricardo disse...

Ainda a proposito da inspeccao obrigatoria de veiculos...

Hoje passei por la (N4), e o seu imenso quintal estava as moscas.

Como ja disse aqui, defendo a Inspeccao Obrigatoria de Veiculos, embora entendam perfeitamente os protestos relativamente as estradas.

Por isso, creio que o Governo deveria recuar estrategicamente, propondo um meio-termo:

" Findo o Periodo de Seis (6) Meses, a LEI comecara a ser integralmente aplicada nas estradas que tiverem condicoes tecnicas para uma boa circulacao de veiculos". Refiro-me concretamente a N4.

Pode ser que a partir dai, outras estradas sejam concessionadas com portagem para que a sua qualidade melhore. Porque e um dado adquirido que este Governo jamais podera garantir um percentual minimo de estradas transitaveis.

Por seu turno, as autoridades da SADC, deverao (tal como a Carta Biometrica) a aplicar este principios a todos veiculos com matricula mocambicana que cruzarem seus paises.

E um bocado radical. Mas alguma coisa tem de ser feita. Manter um parque automovel obsoleto e inseguro, e que nao.