01 março 2010

Método

Com regularidade e confrontados com fenómenos que nos parecem estranhos, aberrantes, rapidamente e sem qualquer pesquisa séria, atribuímos a causa ou as causas a entidades comodamente próximas, de fácil consumo. Temos o hábito, já consolidado, de imputar a cérebros maquiavélicos externos a razão de ser dos nossos males. E agimos conforme, embarcamos em soluções sem solução, lamentando os feiticeiros. Ora, um dia, faz já muitos anos, Karl Marx escreveu o seguinte a propósito de um tema que agora não interessa aqui: "Nasce aqui a questão de saber se este problema não prenuncia já a sua falta de sentido e se a impossibilidade de solução não está já contida nas premissas da questão. Frequentemente a única possível resposta é a crítica da questão e a única solução é negá-la." Falta-nos, então, a vontade e o treino metodológicos, a capacidade de, perante o problema A, sabermos encontrar os caminhos adequados para a inteligibilidade B e a eventual solução C.

2 comentários:

Danilo disse...

concordo plenamente consigo professor...
realmente é sistemático essa nossa necessidade de rápida procura de bodes expiatórios quando nos acontece algo.
Parece lá nas familias, quando alguma desgraça acontece é porque alguem as encomedou... não será este um hábito cultural?
investimoes tempo e energia a procura de culpados e nunca em soluções.

Unknown disse...

Caro Danilo,

Então no vosso entender não importa a causa se não apenas a solução!

E eu que sempre julguei que o mesmo problema na Europa e África pode difererir das causas!... obrigado pelo contributo.