04 abril 2008

A "hora do fecho" no "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "Na hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com a "hora do fecho" desta semana:
* A jusante parece continuar o debate sobre cargas e tarifas a transportar na linha de Sena. A montante há alguma luz no túnel para a central térmica de Moatize. Jovens tigres que querem fazer inveja ao outro jovem tigre do banco estão a pôr de pé com os americanos da AES, da Vale e da estatal EDM um projecto de 2500 milhões de dólares para debitar 1500 megawats. Vamos ver se não há colisões.
* Os resultados no Zimbabwe estão a deixar gelada e muda muito boa gente do lado de cá da fronteira. Afinal o tio Afonso que já estava desesperado de tanto se agarrar ao exemplo do sindicalista brasileiro, tem mesmo à mão um outro sindicalista que emudeceu o galo da Zanu-PF.
* No partido dos camaradas entre escolinha de liderança e prestação de contas, os quadros interrogavam-se sobre os resultados do Zimbabwe. Como é que agora vão falar com quem trataram tão mal ? E o Mengistu, o homem a quem o tio Bob deu uma farma do outro lado da fronteira ? Será que há espaço para ele em Manica?
* Quem não anda nada mudo é o nosso ex. Nas próximas semanas vai à universidade falar sobre a revolução verde. Os alunos estão expectantes para saber a última equação do Proagri que tantos 4x4 trouxe para as cidades moçambicanas.
* Quem só se vai certamente calar quando ficar rouco é o deputado da propandada do partidão. Ainda não tinham começado as eleições no Zimbabwe e já ele tinha ladino e ligeiro declarado que seriam livres e justas. Opinião não partilhada por duas “ovelhas ranhosas” sul-africanas que borraram a compostura da bem comportada delegação SADC presente em Harare.
* Ficámos a saber que graças aos nossos aliados orientais vamos ter um estádio novinho em folha até 2010. Só não ficámos a saber quantas árvores vão ser cortadas para corresponder à boa vontade manifestada pelos nossos parceiros.
* O cantor de sucesso que tem andado nas bocas do mundo, ou do submundo continua com problemas, certamente decorrentes da fama. A polícia quer fazer-lhe uma entrevista e há também quem lhe queira debitar um suicídio.
* As perdizes, para além do Zimbabwe, também estão satisfeitas com o anúncio de mais 10 autarquias. Agora têm a possibilidade de facturar mesmo no coração da Gorongoza. Já só falta haver município em Maringué.
Em voz baixa
* O “pantera negra” esteve mais uma vez entre nós irradiando simpatia. E também aproveitou para tratar de negócios, a malfadada moradia que tinha sido oferecida por Samora Machel. O seu sucesso é a desgraça de uma família ligada à “nomenklatura”.

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