15 abril 2008

Espíritos, curandeiros e mercado (3) (prossegue)

Prossigo esta série, com notas sempre canhestras.
É vital o papel do detector, do médico social que ausculta, que identifica o problema social que afecta um determinado padecente ou uma determinada comunidade e para a cura social do qual propõe uma determinada terapia.
O problema social tem a ver com o feitiço, mal que assume várias características. É esse feitiço o responsável da infelicidade, da doença ou da morte. É com esse feitiço e a propósito dele que existe um conjunto estruturado de crenças e de representações sociais.
Existem vários trabalhos sobre feitiço, feiticeiros e curandeiros. Creio ser possível dizer que, em relação aos trabalhos coloniais, o primeiro sistematizador desse conjunto triádico foi o do missionário Henri Junod, em sua obra Usos e Costumes dos Bantos, um trabalho etnográfico centrado no Sul do país e cuja primeira edição em português data de 1944. O segundo - e de forma mais ampla, abarcando o país -, foi o do jurista Gonçalves Cota, especialmente no trabalho Mitologia e Direito Consuetudinário dos Indígenas de Moçambique, publicado em 1944.
Nota: imagem retirada daqui. Chegará a altura de, nesta série, analisar a modernidade de anúncios cura-tudo como o da imagem. Entretanto, o Tomás também tem uma referência ao tema no seu blogue

1 comentário:

Aderito Magumane disse...

Era um dos cenários previstos numa das postagens (entradas) deste diário, a que o prof havia chamado mais ou menos como um outro Quénia!
O mais agravante é que não se trata ainda de manifestações contra os resultados, mas sim pela falta destes...e quando chegarem??
Zimbabwe está a caminho de viver o que se viveu no Quénia sim, mas ao dobro! (Gostava de estar errado!)