Segundo o mediafax de hoje, "O navio chinês “An Yue Jiang” que transporta cerca de 77 toneladas de material bélico entre morteiros, roquetes e três milhões de munições para “kalashnikov” encontrava-se na noite de segunda-feira em águas territoriais moçambicanas, onde aguarda por uma autorização do Governo, para atracar. Contudo, uma fonte qualificada do governo de Moçambique disse-nos categoricamente que as autoridades civis e portuárias que fazem a gestão dos portos de Maputo, Beira e Nacala não têm conhecimento de qualquer pedido de atracagem do “An Yue Jiang”. O navio foi impedido a semana finda de descarregar o armamento no porto de Durban, na República da África do Sul, RSA depois de uma acção concertada entre o sindicato dos estivadores filiado na central sindical COSATU e organizações da sociedade civil que conseguiram uma ordem judicial de proibição."
Comentário: o governo do Zimbábuè é livre de importar armas, tem esse direito como qualquer outro governo. Mas quando as armas surgem num contexto particularmente delicado como aquele que atravessa o país, quando as armas surgem em meio a uma repressão política crescente e evidente, qualquer país que permita o desembargue e o envio dessas armas para o Zimbábuè pode sujeitar-se a sérios riscos de credibilidade a nível internacional e pagar por isso uma grossa factura. O governo do país que permitir o desembarque e o encaminho das armas para o Zimbábuè será, no mínimo, agora, encarado como homologador da repressão e das irregularidades eleitorais.
Adenda às 18:26: um jornalista sénior disse-me há momentos que o governo do nosso país recusou diplomaticamente, com argumentos técnicos, a atracagem em porto moçambicano do barco chinês.
3 comentários:
Boa tarde DR.
A STV hoje abriu o jornal da tarde com noticias comparativas do Canal de Moçambique (que está linkado no seu blog a edição electrónica) e do Mediafax. Já leu o Canal e as abordagens que vem fazendo nos últimos dias?.
Parece-me que a região esta é a beira de uma hecaptombe
Sergio Lopes
Segundo a RTP África (14:00 horas de Moçambique) o navio já está de regresso à China com o respectivo carregamento, depois de ter sido recusado pela África do Sul que as armas fossem transportadas pelo interior do país até ao Zimbabwe, e das recusas de Moçambique (na pessoa do Ministro dos Transportes, Paulo Zucula,dizem) e de Angola. Que se passa afinal?
"Arms for Zimbabwe May Turn Back" (http://www.nytimes.com/2008/04/23/world/africa/23zimbabwe.html?hp) , ppublicado hoje no The New York Times.
Segundo o artigo, que sugere Angola ou a Namíbia como eventuais paradeiros da embarcação mas não faz qualquer alusão a Moçambique, o governo chinês disse que o navio podia regressar à China. Esta posição é resultado dos grandes protestos de que a China tem sido alvo,
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