17 abril 2008

Espíritos, curandeiros e mercado (4) (continua)

Prossigo a série, com uma foto reproduzida daqui.
Naturalmente que devemos ter em conta que o mundo da gestão das forças do invisível sofreu alterações e que o tempo contribuiu para a acomodação de novas representações sociais, de novas técnicas de cura e persuasão, de novos forças maléficas e, até, de novos espíritos, ainda que tenha para mim que esse é um campo não estudado no país (tentarei tocar um pouco nisso mais à frente).
Todavia, creio ser possível estruturar uma classificação base dos médicos sociais e dos adivinhos, a saber:
1. Adivinhos: necromantes (tipo tingoma, nhacombeze) e osteomantes (tipo tinhlolo)
2. Adivinhos psicanalistas: nevropatas (tipo nhamessoro)
3. Médicos sociais: herbanários (tipo nhanga)
Pergunta: o que acham os leitores desta tipologia? Intuo que o Paulo terá muito sobre o que dizer.

2 comentários:

Anónimo disse...

Qualquer tema que remexa o sobrenatural e o parapsíquico é difícil de abordar.Primeiro pela profundidade do tema, segundo por constituir, em largas partes do mundo, um tema tabu. Em muitas faculdades de ciencias sociais no estrangeiro se tenta estudar e arranjar uma luz para inúmeros fenómenos que a ciencia ainda não conseguiu explicar de forma logica e racional. Este vazio é preenchido pelos necromantes, mediuns, etc. Seria interessante se o Professor tentasse entrvistar os nossos medicos sociais, fazer experiencias das suas faculdades parapsicológicas e produzir algo, como tão bem fez com outros temas.

Carlos Serra disse...

Sim, creio ser uma bela sugestão. Aqui existe um conjunto de 6 enormes colectâneas de textos de "medicina tradicional", um trabalho excepcional de recolha elaborado pelo alemão Gerhardus Kirchner, datado de 1990, que tenho o prazer de possuir.