Deixem-me tentar algumas ideias rudemente canhestras, algo que seja possível debater. E rebater, claro.
O problema que me ponho aqui não pertence, regra geral (repito, regra geral, porque a situação altera-se um pouco com o mundo dos herbanários do tipo nhanga), aos saberes biológicos gerais, às doenças explicadas por esses saberes, biomedicamente explicadas e identificadas por esses saberes, mas aos saberes das forças do invisível e dos espíritos, aos desajustes e aos males explicados e provocados por esses saberes, pelos saberes das forças do invisível e do não físico.
Uma desordem orgânica, uma desordem nos elementos naturais, uma desordem na ordem regida pelas forças colectivas e invisíveis dos espíritos, uma desordem que provoca o grande e secreto mal do tipo okhwiri (como, por exemplo, na Zambézia) não tem uma pergunta do género: o que provoca isto? Mas, antes, esta outra pergunta: quem provoca isto?
Sendo o mundo dos vivos havido como comandado pelo mundo do invisível (não menos vivo, ainda que suposto numa outra outra ordem de vida), benévolo ou malévolo; sendo a desordem algo que não é interior, intrínseco ao padecente mas, antes, um produto introduzido do exterior por entidades externas; sendo as entidades externas geradores de malignidade possíveis de contacto, de cumplicidade, de concerto, de cooperação, de domesticação, de comando; então temos todo um sistema de universos múltiplos com três componentes: crença, detecção dos problemas e terapia.
Pedido: leitores, por favor corrijam-me caso eu esteja enganado.
4 comentários:
Não para corrigir, mas para dialogar, afixarei amanhã um post acerca das questões que levanta.
Porque terá que ser grande e porque, deois de um dia difícil, estou completamente exausto.
Diriam alguns, provavelmente, que em resultado de algum feitiço.
Aguardo com ansiedade.
O comentário que tinha a fazer não cabe aqui e, por isso deixei ficar no meu blog. Não sei se não fugi do assunto, mas tentei enveredar, primeiro pela via mercadológica. Agradecia que comentasse as minhas limitações.
Obrigado, Tomás, irei ver. Hoje, daqui a momentos, prossigo a série.
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