17 agosto 2007

A cultura acústica dos Moçambicanos (2) (continua)


Prossigo esta série reproduzindo da edição de hoje de "O País" (p. 14) a definição e as características da cultura acústica moçambicana de acordo com José de Sousa Lopes.

6 comentários:

Anónimo disse...

Como são os outros povos, não-acústicos, que vêem mais do que ouvem?

Anónimo disse...

A minha curiosidade é outra. Li o artigo a aguardo a segunda parte para descobrir por que alternativa para língua(s) oficial(is) se deveria ter optado.
Tento adivinhar: Emakhwa, quem sabe, falado por 26,3% da população com mais de 5 anos de idade em 1997 e entendido por pelo menos mais 7,9% (população Elomwe). Não, não seria aceite no sul. Talvez o Changane, língua mais próxima do poder,falada por 11,4% ou o xironga,originalmente da capital. Também não, seria o norte a não concordar.
Talvez se proponha o swahili ou zulo. Ou o inglês. Ou as 20 línguas de Moçambique, na educação, na administração pública, na legislação, na informação. Aguardo para ver.

Anónimo disse...

Socorro Fatima Ribeiro

Carlos Serra disse...

Vamos aguardar, calmamente, acusticamente, pela continuidade do trabalho de José Lopes.Mas naturalmente que a reacção de Fátima será fundamental.

Anónimo disse...

Subscrevo a reflexão do segundo anónimo, aguardando curiosa que na parte restante do texto de José de Sousa Lopes venha a constar qual teria sido a melhor opção para a(s) língua(s) oficial(is) de Moçambique.

Longe vão os tempos de Samora Machel, na esteira de Mondlane, para quem três critérios foram determinantes na selecção do português face ao panorama linguístico do país: permitir a construção da unidade nacional; facilitar o acesso à ciência, ao conhecimento internacional; possibilitar a comunicação com outros povos.

Enfim,

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.”

Mas num aspecto estou plenamente de acordo com Sousa Lopes: mais, muito mais, devia e podia ter sido feito pelas línguas bantu moçambicanas. E acrescento: muito mais pode ser feito, mesmo agora, por todos os que as falam, e inclusivamente nas nossas escolas. Mesmo sem livros, sem professores formados, sem salas de aula, sem carteiras. Segunda-feira. Viável e sustentável.

Fátima Ribeiro

Carlos Serra disse...

Entretanto, aguardemos acusticamente.