07 maio 2010

Roubo do desenvolvimento

Com prejuízos avaliados em 632,8 milhões de dólares norte-americanos em 2009, quatro empresas moçambicanas (Electricidade de Moçambique, Aeroportos de Moçambique, Caminhos-de-Ferro de Moçambique e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa) enfrentam roubos sistemáticos “de cantoneiras das torres de transmissão de energia de alta tensão, de material ferroviário, sobretudo, carris, travessas e parafusos de linha, material de vias e vagões, equipamentos de segurança portuária e aeroportuária, entre outro material."
Comentário: creio estar ainda por fazer um estudo em profundidade sobre o tipo de ladrões desse tipo de material e o destino dado. Entretanto, recorde aqui.

6 comentários:

V. Dias disse...

Pois é professor.

A EDM tem sofrido bastante com esta situação.

Lembro-me de medidas tomada pelo então director regional da EDM em Nampula, F. D, reforçadas por Filipe Paúnde enquanto governador provincial de Nampula, que instavam as empresas de sucatarias a não comprarem material eléctrico roubado sob pena dessas empresas serem responsabilizadas pela justiça.

Resultou. Lembro-me que os roubos reduziram.

No Brasil, segundo sei, para acabar com este tipo de crimes os Estados tiveram de tomar medidas draconianas, entre as quais eletrificar de raiz os postos de transformação de energia. Também resultou. Porém, não sou a favor desta prática. Mas concordo com medidas duras contra os larapios.

Zicomo

ricardo disse...

A ruralização das cidades como base da aposta falhada de urbanização do Campo.

Pode até ser que não haja estudo algum sobre o assunto. Pois de outro modo alguém já me teria respondido a estas perguntas quando as coloquei à uns meses atrás?

1. A quem é que (realmente) serve aquela linha electrica que passa por aquele vilarejo andrajoso que nunca teve energia eléctrica? Quem é que tem luz em casa?

2. A quem é que serve aquele semáforo na auto-estrada que bordeja aquela aldeia perdida do interior onde nem água canalizada, potável alguma vez chegou? Quem é que tem transporte na zona?

3. Para que é que servem aquelas lampadas da pista daquele campo de aviação para fomentar o Turismo de luxo, que ladeia aquela imensa zona de belas, adolescentes e baratas prostitutas zimbabweanas? Quem é que tem a capacidade de lá ir?

Etc. etc.

Antes de nos indignarem as imperfeições humanas, devemos saber interpretá-las imparcialmente. Qualquer indignação que possamos agora ter sobre isso, reflecte essencialmente o nosso "avançado" prisma urbanóide-civilizacional.

Gostaria de ouvir a opinião dos matutos do interior quando o seu ganha-pão primário - terra para cultivar - lhes é surripiada na umbrella de um mega-projecto de bio-combustiveis ou pasta de papel. Ou até de aviso de cheias (quando o propósito é não pagar indemnizações por causa de uma futura barragem).

Perguntar-me-iam então se eles não teriam o seu direito de reclamar de "roubo ao seu desenvolvimento..." também. Quid Juris?

Ter cultura, não é simplesmente ter instrução. Pois é, porque há muito povo inculto no nosso planeta, mas com grande taxas de instrução (IDH).

http://www.youtube.com/watch?v=QlpB3PKZ9pU

Esse é um problema capital.

umBhalane disse...

Ricardo

Na Jamba, Savimbi/Unita, havia um polícia sinaleiro em cima de um estrado que, impecavelmente fardado, com luvas e tudo, orientava com rigor e grande praxe, o trânsito da Jamba...

que não havia.

ricardo disse...

Pois e, umBhalane, mas eu nao preciso de ir tao longe para descobrir outro exemplo similar, aqui na Moamba, a 50 km de Maputo.

Um HOTEL devidamente equipado e mobilado, chamado KAPULANA, inaugurado com pompa e circunstancia pela nossa Primeira Dama por alturas das ultimas eleicoes, com fundos drenados do Ministerio do Turismo e desde entao, VAZIO, tao vazio que se esqueceram de apagar as lampadas que estao permanentemente acesas, se calhar para afugentar os fantasmas que pululam na zona...

Nem sequer um rafeiro a marcar presenca. NADA. Zero Absoluto.

Ali esta ele, o KAPULANA, resoluto e imponente, a 7 km da portagem da Moamba e a 2 km da entrada da vila!

Mas sera que TAMBEM valeria a pena em falar de roubo do desenvolvimento aqui?!

Ou seria superavit de desenvolvimento?!

Pois, pois...

umBhalane disse...

"que se esqueceram de apagar as lampadas que estao permanentemente acesas"

Não há problema!!!

Cahora Bassa é nossa (85 + 15)%.

Abdul Karim disse...

Hoye , Hoye,

Cahora Bassa 'e Nossa !

Hoye , Hoye,

Cahora Bassa 'e Nossa !