Estamos, então, confrontados com um conflito denso de interpretações, de crenças, de busca de sentido para a vida, para o dia-a-dia. Tenho para mim que todo o saber é uma crença, uma linha férrea em direcção ao conhecido na luta contra o desconhecido.
No tocante a Quisse Mavota, há os defensores da visão supra-social do fenómeno, os defensores da visão social e os defensores de visão acima de tudo e todos.
Uns defendem a racionalidade do saber simbólico, especialmente analógico. Somos Africanos, dizem. Os espíritos são a nossa cultura.
Outros, a racionalidade do saber científico. Somos cientistas, dizem. A razão é a nossa cultura.
Outros, a racionalidade da estética. Estamos acima de vós, dizem. A verdade aérea sem grilhetas é a nossa cultura.
Mas, vamos lá a uma pergunta: que papel devem jogar os cientistas sociais neste imbróglio? Aguardem a continuidade da série.
(continua)
2 comentários:
Previsivelmente, o fenomeno estende-se a outros locais. Hoje, foi tambem assinalado a ocorrencia de desmaios "a la Quisse Mavota" numa escola na zona de Magoanine.
Asseguro-vos que nao cemiterio la. Quanto ao paiol...
Mas como a Governadora de Maputo prometeu patrocinar todas cerimonias de apaziguamento dos espiritos, entao, prepare-se o OGE, porque vem ai a factura!
Em Ndlavela, um outro estabelecimento de ensino registou fenomeno identico. Nao ha cemiterios nem paiois por perto.
So meninas tambem. A histeria e colectiva e generalizada baseada em rumores e alimentada por crencas enraizadas.
Ontem, pude apreciar no British Council um gesto amedrontado de uma docente que se assustou ao ouvir um ruido ocasional no corredor, desabafando que poderia ser "Quisse Mavota"!
Aqui esta mais um mito urbano. Tipico de sociedades fechadas em si proprias e governadas pelo obscurantismo.
O filme segue dentro de instantes...
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