O "Notícias" de hoje exibe um trabalho sobre a cerimónia "mhamba" realizada com "carácter secreto", sábado, na Escola Secundária Quisse Mavota. Ficamos a saber, entre várias coisas, que, numa festa na qual estiveram presentes centenas de pessoas (mas na qual esteve ausente a Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique), foram sacrificados dois bois e dois cabritos bem como consumidas "bebidas alcoólicas e refrigerantes, tudo adquirido pelas autoridades do governo da cidade de Maputo, em resposta ao pedido da comunidade do Zimpeto." É agora esperado que não mais haja desmaios da escola.
6 comentários:
Prof. Acho que se devia combinar ciência e cerimónias tradicionais para resolver o problema.
O Prof Serra conhece com certeza Palmeiras. Lá foi plantada uma nova palmeira em substituição da centenária que caíra. Houve uma festança de arromba acompnhada por abate de bois e cerimónias tradicionais.
Depois de se abastecerem com comes e bebes, nos dias seguintes ninguém mais se preocupou com saúde da jovem palmeira.
Mas como a vida de uma Palmeira (planta) não depende apenas da graça dos espíritos dos antepassados, a palmeira secou. Parece-me que neste momento restou-nos apenas um pequeno inanimado poste em vez de uma palmeira que se esperava também centenária.
Este é uma pequeno exemplo, que para além de chamar o lado científico das coias, também representa o que o país é: nada sustentável.
Muito obrigado pelo seu contributo. Tenho estado a interrogar-me sobre o tema. Siga a minha serie...
Uns criticam as cerimonias mas o prof parece defendelas. estamos esperando seus mais testos. ----
SGT estudante de antropologia daUEM
AMETRAMO esteve ausente ?
Mas entao a "cerimonia" tao tinha sido sugerida pela AMETRAMO ???
Bebidas alcholicas na escola ???
Claro Karim. O que iria la fazer se se trata de um problema familiar com aproveitamento politico evidente...
So fez bem em la nao ir. Salvou a face da tradicao!
Obrigado pelo link, Carlos.
O artigo é fascinante, no tom e na abordagem jornalística, quer em si próprio quer em comparação com aquilo que é costume no Notícias.
Permita-me salientar 3 aspectos que, creio, dão pano para mangas interpretativas:
- Afinal, os normalmente jocosos jornalistas do Notícias não só sabem em que consiste um kuphalha, como conhecem o que é habitual em cerimónias para ocasiões deste género. A alteração dever-se-á a algum impacto particular deste caso sobre os jornalistas,ou a orientações superiores? E porquê?
- A família fulcral para a realização da cerimónia está empenhada em realizá-la correctamente, mas com a expectativa de que, não vindo ela a ter os resultados desejados, se prove que o seu antepassado nenhumas culpas tem no assunto. A cerimónia tem bastante mais negociações de sentidos do que as imediatamente evidentes...
- Parece que as instâncias políticas mais elevadas estão a par de (e preocupadas com) a recnte sucessão de mortes e doenças entre os dirigentes da Ametramo. Só assim se explica a ausência de convite formal para uma cerimónia com tanto impacto social...
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