Avanço mais um pouco na série, pegando na primeira das cinco instâncias por mim sugeridas no número anterior.
Aceitar que existem vários tipos de racionalidade cognitiva e comportamental talvez seja uma das tarefas mais difíceis da vida.
O que entendemos ser a nossa racionalidade parece ser amiúde acompanhado da crença na irracionalidade de outras formas de pensamento e de comportamento.
Acreditar que os desmaios (há quem prefira chamar-lhes quedas) ocorridos entre estudantes da Escola Secundária Quisse Mavota são provocados por espíritos irados, pode ser considerado irracional por vários de nós.
Porém, essa crença é racional, faz sentido para quem a aceita e partilha, bem mais sentido do que aquele que consiste em explicar o problema com a tensão nervosa e com os efeitos psicosomáticos em cadeia gerados pela proximidade dos exames.
E quem fala dessa crença na Escola Secundária Quisse Mavota, fala, também, da crença nos espíritos havidos como irados na Escola Secundária de Muelé, Inhambane.
O que entendemos ser a irracionalidade dos outros é, apenas, a sua racionalidade e, ao mesmo tempo, produto da nossa ignorância enquanto produtores do labelo.
Avanço para a segunda instância no próximo número, afinal uma parente desta.
(continua)
Adenda às 10:35: confira o “Canal de Moçambique” aqui.
1 comentário:
Esta vai pegar moda e espalhar-se pelo país ...
O facto de os governantes apoiarem este 'fenómeno' é deveras preocupante, mas quando as coisas começarem a alastrar-se e a tomar contornos alarmantes, o governo que se safe dessa.
Considero que seja algo psicológico em algumas alunas, noutras, talvez uma forma de dar nas vistas ou de serem o centro das atenções.
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