12 março 2008

O que faz correr Guebuza? (1)


Quando neste diário me referi à exoneração no dia 10 - de uma só penada, imediata - de quatro ministros e à nomeação de outros quatro, escrevi que se tratava de mais uma "vassourada guebuziana, em grande velocidade, única na história política do país."
É sobre essa velocidade que vou escrever um pouco, de forma breve, muito sensorial. Uma velocidade que, há tempos, coloquei como substracto numa série na qual tentei encontrar pontos comuns entre o presidente Sarkozy da França e o nosso presidente Guebuza, num contexto que foi este : "Ambos são dois bons líderes populistas no sentido do sincretismo político, da indeterminação e do minimalismo das orientações programáticas. Ambos oscilam entre uma orientação autoritária e uma deriva hiperdemocrática".
Este curto trabalho é uma espécie de diagonal entre o que escrevi a propósito da vassourada guebuziana e o que há momentos li no blogue do Custódio Duma, a saber : "(...) a forma relâmpago como o Presidente toma suas decisões, sem dar tempo a preparações, auscultações e se calhar sem informar previamente os visados, principalmente os cessantes. Exonerados no fim do dia e empossados logo pela manhã. Ficou bem claro com os acontecimentos da segunda-feira e da terça-feira que os exonerados não sabiam ao certo o que estava a acontecer e isto não é certo. Na última hora acompanhamos que a Alcinda Abreu recebeu informação da sua exoneração num encontro em Dakar... teve que abandonar o encontro!"
Parece ser coisa de somenos, essa das mudanças-relâmpago, das decisões fórmula 1, do género que agora apanhou a minha conterrânea Alcinda em Dakar, certamente completamente surpreendida.

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