Faz alguns anos já que, em douta discussão havida num júri das provas orais de licenciatura na antiga UFICS de um candidato cuja tese sobre a lixeira de Hulene dirigi, um extremado colega, bom leitor de Simmel e praticante atlético da sociologia profunda, disse-me que não se podia falar em pobreza na lixeira a partir do momento em que as pessoas lá sabiam desenvencilhar-se e de forma bem racional (sic). Sem dúvida que esse era e é um colega de pensamento profundo. Lembrei-me dele a propósito desta foto aqui. E, lá na lixeira do Hulene, periferia da cidade de Maputo, as garrafas plásticas de água mineral também eram e são completa e rigorosamente aproveitadas. Certamente com tampas e tudo, caso estas fossem e sejam encontradas. E, claro, a um trabalhador que fosse e seja bom cumpridor das suas tarefas laborais dar-lhe-íamos, aqui, o prémio da auto-estima desenvencilhadora.
5 comentários:
Reciclagem, isso sim, e desensrascanço também.
Nunca mais vou esquecer os "rega-rega" feitos de garrafas de plástico. Tudo se aproveita e tudo se inventa.
lindo! desenrascanço sim, sobretudo quando se bebe a agua(bem potavel) e atira-se com as garrafas (bem vazias), para que os outros, tambem, sejam racionais (bem racionais).
Enfim, esses outros, nao mais sao, do que o objecto de estudo dos sociologos, sao apenas coisas, sim coisas, que deixam tranquilas nossas cabeçinhas racionalmente cogitadoras...
Acresce ao facto que a recuperaçao de tudo isto, tambem é ecologico, recicla a nossa consciencia.
Isso, recicla a consciência.
Hoje em dia todo o exemplo de reciclagem é essencial e bem vindo, neste planeta em crise ecológica.
Sim, a ecologia, uma admirável coisa.
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