Porque dois leitores colocaram o tema da reportagem (do jornal "Savana") que se segue, decidi dá-la a conhecer na íntegra, pode ser que gere debate: "Inicialmente, as vítimas, cujas casas eram incendiadas pelos malfeitores, eram funcionários do Estado que não fossem naturais de Mopeia. Isso levou a que se pensasse que os incêndios fossem protagonizados apenas contra os não naturais. Mas agora, já não há como distinguir os alvos dos incendiários, pois tanto os naturais quanto os não naturais acordam, a altas horas da noite, no meio do fogo, com as suas casas e os seus bens todos a arderem. Ante o olhar impávido das autoridades locais, o que todos os populares sabem dizer é que há perigosos incendiários que ateam fogo nas suas residências e põem-se em fuga, mas ninguém sabe dizer quem são eles, de onde vêm e por que fazem o que fazem, havendo mesmo os que desconfiam que se trata de fantasmas saídos do cemitério. Segue-se a reportagem."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Isto faz-me lembrar as histórias da guerra de desestabilização, que não vivi mas acompanhei atentamente na sua parte final.
Alguns ataques eram feitos pelos militares governamental, que tinham como alvos, muita das vezes, as infra-estruturas, incluindo à Ponte Dona Ana, para depois e para o espanto da maioria que viveu a situação, acusar à Renamo de o ter deitado abaixo. Coitado da Renamo, tem tanques tinha para o efeito. Mais tarde, Salomão Moyana veio conformar estes factos numa palestra que dei algures em Maputo.
O caso de Mopeia não foge à regra. São pessoas, digamos, formadas e que não tem um pingo de dignidade a ponto de não separar o trigo do joio. Infelizmente, o racismo político (para não falar de mais) é uma realidade no país. O resultado das investigações nunca vem à tona, quando se descobre que as ordens veio de cima.
Um abraço
Ha ate dirigentes que acreditam e propalam esta versao dos fantasmas. Nao adimira porque parece que virou moda recorrer aos curandeiros para ganhar as eleicoes. E ja houve tempos que estes curandeiros, ditos obscurantistas eram "severamente" combatidos.
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