Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 julho 2009
Nigéria: mais de 400 mortos em confrontos

Mais de 400 mortos "nos confrontos no norte da Nigéria entre os radicais islâmicos do grupo "Boko Haram" e as forças governamentais do país". Mais de 200 corpos recolhidos nas ruas. Entretanto, o líder do Boko Haram, Mohammed Yusuf, terá sido abatido hoje, confira aqui.
Tumultos da África do Sul: Balói expressa grande preocupação

O linchamento de Jean Paul

Com imagens chocantes, veja o filme na íntegra aqui.
Ponte AEG: o grande debate Nuno/Nametil

Olívia Machel na propriedade imobiliária

Debate sobre a ponte AEG

Mistérios entre o céu e as prefeituras

Obrigado à Yla pelo envio da referência.
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*Confira esta série, em 13 números, com o título Ionge: populares acusam autoridades de prender a chuva no céu e esta outra, em cinco números, com o título Leões, chuva, cólera e energia nociva: trajectórias de "guerreiros".
Situação pode agravar-se na África do Sul
Ponte Eduardo Moisés Alberto Guebuza

Adenda 1: recorde uma crónica do jornalista Fernando Lima com o título "A ponte de Livingstone", aqui.
Adenda 2: eis a carta referida mais acima, produto de uma diálogo entre Castel-Branco e um seu colega economista, divulgada também pelo Canal de Moçambique de hoje, aqui.
"Isabel Rupia injusta e duplamente penalizada"

Adenda: recorde este editorial do "Savana", aqui.
30 julho 2009
A "hora do fecho" no "Savana"

A ponte de Livingstone

Na Guiné-Bissau com Sanhá

Prémio Direitos Humanos 2009 para Jestina

Adenda: neste diário, a última postagem sobre Jestina data de 5 de Maio.
Por que se protesta na África do Sul?
Quais são as razões que estão à retaguarda dos protestos na África do Sul, já lá vão várias semanas? Leia a resposta num trabalho publicado no portal do Institute for Security Studies, da autoria de Johan Burger, aqui. Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.
Homo Vianus, o cruzado

Negócios, Deus e Tadeu

Adenda: espero que um dia os nossos pesquisadores decidam estudar em profundidade todos os movimentos do tipo milagreiro/salvacionista surgidos em Moçambique especialmente a partir dos anos 90. E estudar, igualmente, os seus portfólios.
29 julho 2009
Acidentes de viação e ganhometria (3)

Multiplicam-se preocupações, reuniões e medidas para fazer face ao que parece ser um pico sismológico da sinistralidade rodoviária no país. Hoje, por exemplo, estava difícil chegar à Matola devido a um aparatoso acidente envolvendo primeiro um autocarro e uma viatura creio que ligeira e, depois, choques em cadeia.
Alguém me telefonou hoje pedindo-me que tentasse explicar o que se está a passar.
Creio que aqui e acolá já surgiu a crença de que algo de sistemático, de programado, de traçado pelo destino, de extra-humano, está à retaguarda causal dos muitos acidentes que têm acontecido. Acaso? Não, nem pensar, dirão muitos, como um dia disse o matemático Émile Borel: o acaso é apenas o nome dado à nossa ignorância.
Mas - vamos lá fazer intervir o bom senso -, os acidentes que têm acontecido e que se tornaram, de repente, a manchete da nossa imprensa (suplantando a coqueluche do "conflito" homem/fauna bravia), não serão mero produto do acaso ou de mero cruzamento de séries causais independentes?
Ou será que - excluindo a acção premeditada dos maus espíritos e de algum incumprimento de rituais propiciatórios -, atrás daquilo que é a absoluta individualidade, irredutibilidade de um determinado acidente, existe um conjunto, eventualmente pequeno, de situações causais, socialmente determinadas? E que a quantidade de acidentes registados é como que a consequência lógica e ampliada dessas situações causais?
(continua)
Este diário no AMATOMU

Recém-admitido, este diário está em 14.° lugar no rank do news&politic blogs do AMATOMU sul-africano, entre 170 blogues, sendo o único escrito em português. Confira aqui.
Música moçambicana

Adenda: sobre José Mucavele, importa reter que ele doou à UNICEF, recentemente, a sua famosa Balada para as minhas Filhas. Confira aqui.
Chicken à la carte (filme de Ferdinand Dimadura)
Obrigado à Cristina Gomes (no dia 20) e à Teresa Lopes (hoje) pelo envio da referência.
Lubna: chibatadas por usar calças

Para reflectir sobre a democracia: "Uma jornalista sudanesa (Lubna Ahmed al-Hussein, na imagem, CS) está se preparando para receber 40 chibatadas em Cartum, na quarta-feira, como punição por usar roupas "indecentes": um par de calças compridas." A notícia está disseminada por muitos portais na internet.
Exploração desenfreada

Adenda: Existe uma grande preocupação oficial com os salários magros obtidos nos encontros tripartidos, mas nunca soube de um esforço, publicamente dado a conhecer, tendente a saber e a mostrar como vivem e como se reproduzem os trabalhadores dos mais variados misteres deste país.
Sidat, a novidade

28 julho 2009
Traficantes sentenciados no Gana

Lopes e o regresso ao futuro

Domingos e a riqueza

Da coluna de António Marques
Cuxecuxe?

Adenda: no campus da Universidade Eduardo Mondlane houve há anos valente preocupação depois que surgiu uma cabra com um cuxecuxe do género ao pescoço. Durante muitos dias ninguém quis aproximar-se do bicho.
Massinga: dois anciãos semanalmente linchados

Adenda: é muito possível que a crença na feitiçaria contribua para matar tanta ou mais gente do que a sinistralidade rodoviária ou o tão propalado conflito homem/fauna bravia. As medidas punitivas não irão nunca eliminar o problema. Nem elas nem lições de moral em comícios. O problema é bem mais complexo e diz respeito a todo um sistema estruturado de crenças, sistema que não é combatível com acções-aspirina. O que é isso? Nas palavras de Paulo Freire, são aquelas acções “cujo pressuposto fundamental é a ilusão de que é possível transformar o coração dos homens e das mulheres deixando intactas as estruturas sociais dentro das quais o coração não pode ter “saúde".
Adenda 2 às 6:41: a propósito do tema, trabalha-se para que seja lançado em Setembro o segundo livro da série Linchamentos em Moçambique, sob minha direcção, com o subtítulo "Um okhwiri que apela à purificação".
Zimbabwe: menos HIV devido à crise económica?

27 julho 2009
Conformismo

Bichamento para combustível

Adenda: para os leitores brasileiros: bicha nada tem a ver com o que estais a pensar, mas com filas de carros ou de pessoas.
Convicções eleitorais

Adenda: aqui está, expressa pelo bem-falante Edson, uma convicção eleitoral para debate.
Tchete, fungula maso!

Atenção: imagino a porção de relatórios do género que têm sido apresentados a Guebuza.
26 julho 2009
Chegou a hora do panga

Adenda 1: leia aqui uma opinião desabonatória sobre o peixe-gato ou panga. Entretanto, em programa de balanço sobre as actividades do seu ministério, Muthemba falou há dias na Rádio Moçambique sobre o aproveitamento industrial desse peixe, mas não sei se a nossa imprensa escrita conhece o acordo agora aqui dado a conhecer e que tanto hectare implica.
Adenda 2 às 19:16: leia ainda este outro trabalho, com um título expressivo: Empresários galegos também sabem colonizar em Moçambique.
Adenda 3 às 19:29: creio que se amplia internacionalmente a oferta dos nossos recursos naturais para exploração empresarial externa. Continuo a interrogar-me sobre esta economia rendeira, sobre onde anda - ou poderia andar - a nossa burguesia industrial.
Adenda 4 às 19:33: graças a uma busca feita pelo Ricardo, eis um vídeo sobre o panga, aqui.
Diário de bordo de Raquel: médica brasileira que trabalhou em Tete com doentes de HIV/SIDA

Creio valer a pena conhecer o diário de bordo (em 19 partes) de uma médica brasileira, Raquel Yokoda, que trabalhou em Tete em 2006/7 com a organização Médicos sem Fronteiras. Aos 26 anos, essa paulista teve por missão tratar de doentes com HIV/SIDA. Eis a parte 1, que começa a 14 de Dezembro de 2006, aqui. Prossiga a leitura por aqui.
E, tal como Raquel escreveu no seu diário, tatenda (=obrigado em ShiNhungwe) por ter ajudado o nosso povo.
Sociologia aplicada

A notícia é de 2001, mas creio valer a pena recordá-la, quanto mais não seja para termos, neste belo domingo em Maputo, uma ideia irónica da versatilidade de usos que podemos dar à sociologia: "Curandeiros liderados por um professor de Sociologia realizaram um ritual no estádio Harare, o maior do país. A iniciativa tinha como objectivo "varrer a má sorte no estádio e apaziguar os espíritos dos adeptos que ali morreram, no ano passado". Os curandeiros serviram bebidas tradicionais, sacrificaram uma vaca preta, em dedicação aos espíritos dos mortos, e uma cabra de cor branca, em atenção às vítimas do sexo feminino e jovens. (Notícias, 11/09/01).
Psicologia dos produtores da pátria (7)

Vamos lá a mais um pouco da série, em pequenas gotas, ao meu jeito.
Lembram-se de que escrevi o seguinte no fecho do meu último número em relação às barreiras que moldaram o percurso dos produtores da pátria : "Portanto, três barreiras: a primeira, contra a formação de uma burguesia nacional do tipo empresarial; a segunda, contra a diversidade política e, portanto, contra a via capitalista; a terceira, contra os regimes citados, expressamente contra o racismo."
As duas primeiras são, naturalmente, produto natural da luta anterior a 1975. A terceira foi produto não menos natural do modelo de relações sociais que passaram, em suas sucessivas e desiguais experiências, a ritmar a vida do nosso país. Sem dúvida que esse modelo incomodou seriamente os regimes racistas e capitalistas de Salisbury e Pretória.
As três barreiras dotaram, em seus diversos momentos históricos, o grupo hegemónico dos produtores da pátria de três características: tenacidade, versatilidade e crença na insubstituabilidade histórica.
Nota: em qualquer momento posso alterar o que aqui deixo escrito. Se isso acontecer, surgirão a vermelho as partes alteradas e/ou acrescentadas. Seria muito bom que os leitores pudessem contribuir com outras leituras, criticando as que aqui são propostas.
(continua)
25 julho 2009
Recenseamento eleitoral: BPPM confirma muitas das queixas da Renamo

Brevemente
Burundi: crimes contra albinos

Os albinos vivem em pânico diário no Burundi. São assassainados para que partes dos seus corpos sejam usados em operações mágicas. Cinco homens foram presos. Vários foram condenados no dia 23, dos quais um a prisão perpétua (na imagem acima, albinos acompanham o julgamento). Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, por me me ter chamado a atenção para o julgamento.
Acidentes de viação e ganhometria (2)

Tanto quanto julgo saber, não existe ainda ainda, publicado, um estudo sobre a sinistralidade rodoviária em Moçambique, em toda a sua complexidade.
Por aquilo que é possível avaliar na imprensa, os acidentes nas nossas estradas (conceito vago, pois uma picada rural não é do mesmo género que a autra-estrada urbana) são regra geral atribuídos a três causas: desrespeito pelas regras de trânsito, excesso de velocidade, embriaguez.
Essas causas são inseridas em complexos explicativos individualizados do tipo: ele conduzia em grande velocidade, fez uma ultrapassagem errada, não respeitou os sinais luminosos, etc.
Sem dúvida que a responsabilidade individual é parte integrante dos acidentes de viação.
Porém, dizendo as coisas de forma pedante, julgo ser necessário situar a sinistralidade rodoviária dentro de complexos explicativos sociais.
(continua)
Prossegue saque da nossa madeira

Adenda: imagino situações do mesmo ou parecido jaez que não chegam aos órgãos de informação, especialmente se é de maior peso social quem está em cima e manda ou faz mandar. Finalmente, recordo que este diário está cheio de postagens alusivas aqo saque da nossa madeira.Recorde, por exemplo, esta série, aqui.
A "hora do fecho" no "Savana"

24 julho 2009
Obrigado pela honra!

Reproduzido do Blogue da Comunicação - blogue brasileiro -, a conferir aqui. Obrigado aos colunistas, em particular aos Guilherme Freitas.
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