Encontrei o texto casualmente, já nem me recordo do que procurava na net. Mas sobre quem? Sobre Adilson Citelli, um professor brasileiro que escreveu um livro chamado Linguagem e persuasão e, segundo Afrânio Garcia, analisou cinco tipos de discursos: o dominante, o autorizado, o polémico, o lúdico e o autoritário (Afrânio decidiu ampliar a lista de discursos, acrescentando mais seis, o que torna o tema francamente delicioso). Confira aqui. Depois passe por aqui.
Se não tem tempo, leia pelo menos o enquadramento do discurso dominante, como segue: "O discurso dominante, juntamente com o discurso autorizado, formam a expressão da fala do “stablishment”, da organização do poder vigente. O discurso dominante verbaliza a fala, os princípios, os anseios e os ditames da oligarquia que detém o poder num determinado contexto. Qualquer discurso de um presidente, monarca, ditador ou ministro de Estado constituiria um exemplo de discurso dominante. É interessante notar que o discurso dominante, embora represente o poder, não é necessariamente autoritário, violento ou mesmo negativo. Se o presidente Lula determinasse a criação de 10 milhões de novos empregos, por concurso, ou a construção de milhões de novas moradias para as pessoas de baixa renda, estas seriam medidas extremamente benéficas e positivas, mas constituiriam, ainda assim, exemplos inequívocos do discurso dominante." (leia e/ou recorde o que escrevi sobre o discurso dominante aqui)
Creio que será útil para os meus leitores ter em conta o quadro analítico de Citelli sempre que estiverem confrontados com discursos nas diversas esferas da vida, incluindo esta, a doce blogosfera.
Creio que será útil para os meus leitores ter em conta o quadro analítico de Citelli sempre que estiverem confrontados com discursos nas diversas esferas da vida, incluindo esta, a doce blogosfera.
Imagem reproduzida daqui.
Já agora, se tiver tempo, leia e/ou recorde duas postagens minhas com os títulos Como vencer um adversário sem precisar ter razão e Dez mandamentos venais na arte de confusionar o adversário.
1 comentário:
Gosto deste espaco de conversa, onde o professor coloca assuntos para conversa variada. Acredito que o professor tem neste espaco um lugar de conversa e nao um lugar so para as pessoas pensarem-no como espaco de dogmas e pior virar lugar de promocao de desqualificacao. Entretanto pergunto qual o papel e responsabilidade dos sociologos quando fazem as suas analises (mesmo sendo sociologia de intervencao rapida) de modo a que estas nao sirvam apenas para desqualificar, estigmatizar as pessoas objectos de suas analises, como parece-me esta sendo o efeito da analise do que designa Zicoismo. Alguns dirao ainda vem o ultimo numero, mas ate agora os numeros zicoisam a coisa social, apesar de comecar a aparecer o zicoismo como reflexo so social mas de forma bem leve. Pois parece-me que mais do que uma compreensao de uma pratica social, de varios individuos sendo zico apenas um de entre milhares possiveis, essas analises estao a ser uma forma de linchamento do Zico, ou pelo menos de alimentar ou incitar esse linchamento. E quando sair o ultimo numero o zico ja estara linchado, com a beneplecita contribuicao de um analista do social. Discurso na perspectiva Foucauldiana sugere que as palavras nao sao neutras, e que para alem de representar coisas elas criam e cristaliza-nas ou ao menos contribuem nesse processo.
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