"O contrário é convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia" (Heráclito)
Imediatamente, como molas rapidamente distendidas por contágio, um bocado de todos os lados, todos berrando, todos exigindo punição, os moradores, sem distinção de sexo e de idade, saem das suas casas de blocos, armados com tudo o que puderam encontrar, catanas, paus, enxadas, não importa o quê. Está rapidamente formada a multidão linchadora e mimética.
O ladrão ou o suposto ladrão é interceptado. Tentar impedir isso representa imediato risco de vida. A multidão age sem freio. Segue-se o linchamento. Agride-se duramente, todos agridem, todos querem agredir, é fundamental agredir, é como se uma necessidade vital, da natureza estrangeira ao social e à razão, coloca-se um pneu no pescoço da vítima já semi-consciente, chega-se-lhe petróleo, alguém acende um fósforo. O linchado é queimado vivo, por todo o lado se berra.
É a conclusão sacrifical, a catarse, a purificação, a libertação dos males acumulados, da poluição social. Não importa se a vítima é ou não culpada, o que conta é que ela representa o bode expiatório que deve receber toda a mágoa social acumulada, ela é a peça vicária fundamental.
Os moradores julgam, dessa forma, que o social foi restabelecido, que a identidade foi recuperada, que o mesmo deu, de novo, lugar à diferença, a diferença entre a segurança e a insegurança.
A sua mensagem é polissémica: eles advertem os governantes de que também são capazes de violência e de punição, de que também têm leis alternativas, de que são capazes de organizar as suas vidas, de que são capazes de encontrar soluções quando as normais não chegam de onde deviam chegar.
Imediatamente, como molas rapidamente distendidas por contágio, um bocado de todos os lados, todos berrando, todos exigindo punição, os moradores, sem distinção de sexo e de idade, saem das suas casas de blocos, armados com tudo o que puderam encontrar, catanas, paus, enxadas, não importa o quê. Está rapidamente formada a multidão linchadora e mimética.
O ladrão ou o suposto ladrão é interceptado. Tentar impedir isso representa imediato risco de vida. A multidão age sem freio. Segue-se o linchamento. Agride-se duramente, todos agridem, todos querem agredir, é fundamental agredir, é como se uma necessidade vital, da natureza estrangeira ao social e à razão, coloca-se um pneu no pescoço da vítima já semi-consciente, chega-se-lhe petróleo, alguém acende um fósforo. O linchado é queimado vivo, por todo o lado se berra.
É a conclusão sacrifical, a catarse, a purificação, a libertação dos males acumulados, da poluição social. Não importa se a vítima é ou não culpada, o que conta é que ela representa o bode expiatório que deve receber toda a mágoa social acumulada, ela é a peça vicária fundamental.
Os moradores julgam, dessa forma, que o social foi restabelecido, que a identidade foi recuperada, que o mesmo deu, de novo, lugar à diferença, a diferença entre a segurança e a insegurança.
A sua mensagem é polissémica: eles advertem os governantes de que também são capazes de violência e de punição, de que também têm leis alternativas, de que são capazes de organizar as suas vidas, de que são capazes de encontrar soluções quando as normais não chegam de onde deviam chegar.
1 comentário:
Obrigado pela honra.
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