O problema das perguntas de partida em sociologia não está nem nelas em si nem na forma como são efectuadas: está, sim, creio, na forma como nos aproximamos delas, naquilo que consiste em chegar a elas através do nosso espólio cultural e social, a partir daquilo que somos. Por outras palavaras: o problema está em nós.
- “Está a moral em decadência em Moçambique?”
-“ Você não acha que devíamos criar medidas para combater as jeans apertadas das nossas catorzinhas?"
São perguntas literalmente grávidas de moral e de generalização, tipicamente burguesas.
Claro, vejam logo o problema da moral. Que representações sociais têm os grupos sociais de moral? A que grupo social pertenço eu, investigador? Estou consciente disso? Já fiz eu a sociologia de mim próprio? Ou acho que a sociologia se aplica unicamente aos outros?
Estão a ver quanto é preciso começar por fazer a sociologia de nós-próprios.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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1 comentário:
obviamente,como iremos conhecer os outros se tao pouco conhecermos a nos mesmos.as vezes a culpa esta mesmo dentro de nos,mas mesmo o que esta dentro de nos provem do meio social em que habitamos ,duma forma ou de outra.
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