05 março 2010

Homosexualidade e prismas (2)

Sobre Henri Junod, confira aqui e aqui. Sobre o buncontchana, confira logo abaixo a primeira parte do extracto de um livro com a linguagem característica da época:

Fonte: Junod, Henrique A., Usos e Costumes dos Bantos, A vida de uma tribo do Sul de África. Lourenço Marques: Imprensa Nacional de Moçambique, 1974, 2.ª ed., tomo 1, p. 467 (Henri passou a Henrique na tradução original).

30 comentários:

Anónimo disse...

A questao da homossexualidade é bem antiga entre os africanos apesar de haver correntes que aliam esta pratica "entre os africanos" como resultado da globalizacao. Helen Jackson, na sua obra Sida em Africa (nao me recordo bem em qual dos volumes), faz referencia a esta pratica ja no grande Zimbabwe. E nessa altura a explicacao que se dava é de que quando um corpo masculino é apossado por um espirito feminino (na sua nascença), este tem a tendencia de manter relacoes sexuais com pessoas do mesmo sexo para apaziguar o espirito.
Dinis Chembene

ricardo disse...

Um caso típico de prostituição masculina induzida pela dura vida dos magaíssas (desterrados pelo Chibalo) nas minas do Rand é nos apresentado como suposta prova inequívoca da existência intrínseca da homossexualidade em África.

Que apresenta o relato de Junod em função disto que anteriormente perguntei?

"...Quem e representativo dos vossos 90% de gays? La Biba & LaSanta? Os prostitutos da 24 de Julho e Zona Militar que se assumiram gays/transsexuais a troco de umas doses regulares de drogas, sem as quais morrem ou matam?..."

E outras situações extremas nas prisões, internatos, Casas Pia, casernas militares, seminários, onde muitas vezes os mais fracos se escondem numa pele de cordeiro para sobreviver.

Então, porque pagavam 10 Xelins, para comprar adornos e maquilhagem? Fazer as unhas dos pés e das mãos? E o patrão branco, porque é que não punha lá mulheres de verdade? Por falta de vontade ou por vontade a mais?

Começo a ficar desiludido com este assunto.

Penso que haverá temas mais interessantes a comentar se o ponto do debate se limitar a esta infeliz história empolada.

Se não houver, vou para a bancada. É mais saudável.

Elisio Leonardo disse...

Neste assunto, me identifico com os comentarios de Viriato(quanto aos assuntos do Mugabe, as vezes exageras um pouco na defesa!!!), Ricardo e Karim nos posts anteriores...

Bem, na Residencia Universitaria da UEM(onde eu moro), e provavelmente em todas as residencias e lares estudantis do pais, os estudantes são separados em dois blocos: Bloco femenino e masculino... Provavelmente esta configuração é a mesma nas penitenciarias, celas,etc.

A questão é: Se por acaso a assembleia "legaliza" o casamento homossexual em MOZ, teremos de criar mais dois blocos: Dos Gays e das lésbicas?

Os miudos nao concordariam em ficar com um colega(partilhar o quarto e o banheiro) que usa saias e que "aprecia" homens, e as mulheres, nao sei se aceitariam alguem que a natureza insiste em chamar de "homem".

Por mim, cada um pode ser o que quiser, mas integração social justa... não é assim tão fácil!!!

Anónimo disse...

é triste ver como as pessoas, 36 anos depois, mantêm os mesmos argumentos/julgamentos homófobos.

de que serviu a luta pela independência se não mudou mentalidades?

Elisio,
não é a indumentária que faz o monge, a menos que este esteja mais preocupado com o que parece do que com o que é.

e também não é por serem homossexuais que as pessoas olham para outras só como objectos sexuais. que ridículo.

os homossexuais moçambicanos são mesmo tratados abaixo de cão...

Unknown disse...

São este tipo de preconceitos, de estereótipos, este tipo de preconceito básico que dá sentido à acção de educação da Lambda.

Hoje me dia os homossexuais que podem frequentam a faculdade a alguns estão em residencias e dividem os quartos banheiros com os restantes estudantes. Só que por causa deste tipo de mentalidade tem de ocultar a sua sexualidade.

Não é a saia que faz o gay...como sugeri antes deve-se discutir a diferença entre Orientação Sexual e Identidade de Género.

Elisio Leonardo disse...

Ok, vou apelar para a experiencia pessoal, um caso que eu pessoalmente assisti enquanto era puto:

No meu bairro em Chimoio vivia um jovem gay e sempre um dos meus brothers mais velhos(aqueles que eram mais musculosos aka "charmosos") na época cruzava com ele na rua, ele pedia para parar e começava a "ladainha":

-Moço você é lindo, olha só para teu corpo, charmoso, posso pegar tua mão, estou a pedir um abraço... Depois de vários minutos de elogios, chegava a confissão... Eu sou gay e acho que você também....

O problema ai: Meus brothers tinham de mudar de caminhos sempre que viam ele a surgir na nossa direcção, com medo de ser apreciado, incomodado, etc... Para dar espaço a UM GAY que vivia lá, tinha-se de tirar o espaço a TODOS os outros jovens que detestam ser apreciados(sexualmente) por um ser do mesmo sexo!

Agora, o que não aconteceria numa residência universitária? Será que o convívio seria normal? Confesso sinceramente que eu me sentiria incomodado sim....

Mas ainda têm tempo de fazer uma experiência: Procurem um bom actor, e digam para ele se apresentar na R8 da UEM e se assumir Gay para todo o mundo... Verão qual a reacção da maioria dos residentes... Ai passem para R4 e depois me digam quantas mulheres que lá residem o aceitaram....

Anónimo disse...

Ricardo, vá para bancada porque é mais saudável, mas vai e aproveita reflectir sobre o que anteriormente escreveste: "Finalmente, há aqui que separar dois grupos de gays:

1. Aqueles que, geneticamente, desenvolvem características andrógenas e desenvolvem tiques femininos ou masculinos e um dia assumem-se como gays ou transsexuais. Que remédio;"

Ricardo, será que percebí bem que reconheces ou aceitas que há um grupo de pessoas que, geneticamente, desenvolvlem características... e que um dia assumem-se como gays ou transexuais? e se assumem, porque é que não respeitas esse assumir de uma característica endrógena? e porque " Que remédio"?

"2. E outros, por questões existênciais do seu próprio EU, ora saiem do armário, ou voltam a entrar nele, conforme as estações do ano.

São estes últimos que me preocupam. Porque a argumentação deles vai no sentido de se inverter os termos da vida em sociedade, com base nos erros da humanidade."

Ja disse que esta de dois grupos de gays faz-me lembrar os "bons e os maus gays" e que tu estás é contra os últimos, i.e., os maus.

Apesar de sinais um bocado preocupantes nas tuas afirmacões, não li nada escrito por ti onde declaras a homosexualidade uma doenca, ou sim? Como ainda não li nada sobre os restantes pontos levantados no questionário e que nao tem a ver com o facto da homosexualidade ser ou não intrinsecamente africana. Has-de responder-me desta vez?

Neste grupo do "contra", há uns que pedem provas e mais provas, mas quando lhes são apresentadas provas, saltam logo a afirmar que discordam com o MISAU e com todas essas instituicões. Outros, continuam a exigir provas e mais provas. Meus caros, não é por V. chamarem de doenca que isso se vai tornar doenca.

Caros contras, provem-me vocês, com factos (e não me digam que não hoa factos que provem o contrário)que a homosexualidade não existia antes da chegada dos europeus (apesar de existir provas da existência da homosexualidade na Africa do Antigo Egipto).

Eu acho que os "chamuales" teem todas as razões para continuarem a lamber as feridas até que estejam completamente sarradas antes de se meterem em novas batalhas.

AAS

Unknown disse...

Elisio, achas que ser homossexual implica necessariamente que a pessoa se comporte como a pessoa no exemplo que tu das.

Tinha uma miúda na minha escola secundária que não podia ver um aluno novo, logo ficava assanhada e saltava-lhe para cima, toda a gente já sabia que quando se quisesse "aliviar" era só procurar por ela. Achas que estou no direito de julgar que todas as mulheres se comportam assim? Como tinha aquele colega que andava a trás de tudo que era rabo de saia, a namorada dele passava mal porque era traída a toda a hora. Acho que devo assumir que tu por seres heterossexual és igual a ele.

No fundo estas a dar razão àquilo que eu digo, no teu meio um homossexual não tem espaço para assumir-se já que vai ser marginalizado.

Agora o problema aqui está onde? no preconceito de quem não o aceita, ou na homossexualidade do sujeito? Qual dos dois pode ser mudado?

Anónimo disse...

Elisio Leonardo,

Achas que o teu irmão "musculoso" viraria um gay só porque cruzavano caminho com um gay? Eu acho que ele estava era inseguro com a sua própria masculidade e mais nada. Tens que perceber que no meio disto tudo está o factor TABÚ entre as gentes da nossa terra.

Olha, numa postagem anterior o Ricardo perguntou se nós achávamos que as matronas lá de Cabo Delgado deveriam ser consideradas lésbicas so porque montavam as jovens raparigas durante os ritos de iniciacã? Claro que não! O problema está no facto de, desde muito cedo e numa forma de fazer perpetuas as tradicões, estas matronas procuram inculcar nas cabecinhas das jovens que elas devão ser parceiras de homens e só homens. Sendo assim, não haverá liberdade para esta jovem descobrir a sua propria sexualidade. Perguntou também sobre umas duas jovens que se tinha beijado em palco a troco de 500 paus e se estas eram lésbicas? o que é que o beijo tem a ver? e andar de mãos dadas entre duas amigas ou amigos como muito tenho visto pelas ruas de Maputo?

É o nosso gigante tabú que nos faz últimos em tudo, até na homosexualidade. O Barceló de Carvalho (Bonga), cansado desse tabú, foi à Tuga convidar o mariquinhas a ir pra Angola e cantou tanto que o mariquinhas lá foi e deu inspiracão ao Pepetela.


AAS

Elisio Leonardo disse...

Ok, Igor, desisto do meu primeiro exemplo e volto para o primeiro, que em vez de respoderem a minha pergunta, me chamaram de PRECONCEITUOSO, ESTERIOTIPOSO ou RIDICULOSO:

Fiz o teste: Perguntei aos meus colegas(uma amostra de 5) de residencia se alguem aceitaria um homossexual no seu quarto e todos disseram NAO, a menos que ele não se revele(E olha que nenhum deles estava a fazer campanha de nada, e logo não tinham motivos para mentir).

Perguntei a uma colega, em que residencia ela colocaria um GAY(se ela fosse da DSS), e ela sem exitar: R4(das mulheres), para não assediar os colegas.

É que por mim, a ideia da separação dos blocos é para que dois corpos que se atraem sexualmente não ocupem o mesmo bloco, nem na residencia, nem na cadeia, nem no convento. Então, a menos que me digam que Homossexual não tem nada a ver com atração sexual, a minha opinião prevalecerá!

Perguntei a ELA(aquela que ganhou um post no blog ATITUDE no dia 14 de Fevereiro) e ela disse que se eu lhe dissesse que partilho o quarto(e o banho) com um GAY, meu futuro possível casamento estaria arriscado...

Então, não sou o único que tem opiniões RIDICULOSAS, PRECONCEITUOSAS e ESTERIOTIPOSAS!!!

Bem, ficaram as minhas impressões sobre o assunto, então a menos que me chamem de novo de RIDICULOSO, vou esperar outro post, sobre outro assunto interessante, em que eu tenha algo para partilhar, para poder comentar...

BackstageEL

Viriato Dias disse...

Muita palha e pouco amendoim. Continuam, infelizmente, os apologistas da homossexualidade com os mesmos argumentos de arrepiar os ouvidos. Não respondo à partida, embora veja que os convites neste sentido não param de me chegar, porque estou empenhado na descoberta de uma cura para esta doença.

Acho absurdo a ideia dos meus "chamuales" apologista desta doença, que não mostram a cara, acantonaram-se em associações humanitárias, etc., para promover à insanidade do meio, cujos valores jazem na cripta dos Heróis moçambicanos.

Elísio,

Certas coisas, depois de tanto argumentar, só o tempo pode explicar. Tanto para o caso Mugabe, como para este dossier gay, o tempo dirá. Afinal de contas todas as sociedades do mundo e em todas as épocas criam os seus Kavandames, etc. Aqui, infelizmente, vemos muitos deles, com ideias genuínas, movidas pela mente limpa...Palco para brilharem é que não falta.

Veremos

Anónimo disse...

Elisio,

no seu primeiro exemplo a única coisa que ficou clara foi que os seus ir,mãos foram vítimas de assédio.

coisita pouca, visto que não há mulher que não seja vítima do mesmo.

mas quando é um homem a ser assediado...

quantas vezes o Elísio e os seus irmãos não terão já assediado raparigas e achado muita graça e muito bem por serem homens?

e não estou aqui a afirmar que o fizeram. mas é o normal, não é?

quanto a mim, o assédio ajuda a crescer, porque nos faz entender uma coisa essencial na discriminação:

é que toda ela, seja contra raças, sexos, reliões ou o que for, diferente, é abuso de poder e tem uma única direcção: de quem está na mó de cima contra os da mó de baixo.

tudo o resto não tem importância nenhuma, assimcomo a sua opinião vai deixar de ter importância quando a maioria das pessoas concordar que a discriminação dos homossexuais é como escolher o miúdo mais pequeno da escola e aboná-lo para fazer figura de fortalhaço.

Unknown disse...

Sem querer ofender pergunta a tua parceira porque ela teria insegurança em relação à tua sexualidade?

E podes saber se ela teria mais ou menos insegurança se tu partilhasses o quarto com uma mulher?

Lê aquilo que escreveste "dois corpos que se atraem sexualmente", seria esse o caso de teres um gay no mesmo quarto? Não tendo tu qualquer atracção por ele, não vejo porque razão tu ou a tua companheira teriam problemas.

Não estou a dizer que tenhas atracção, apenas quero que percebas que não dependeria apenas da outra pessoa.

O Danilo durante o seu curso médio em esteve em estágio no Chimoio, se não me engano, e partilhou quartos e banheiros com os colegas heterossexuais que sabiam da sua sexualidade e não tinham problema com o assunto.

Acho que não te chamei ridículo, acho apenas que tenhas preconceito em relação a Gays, que acho ser por estares mal informado e fazeres o julgamento baseado em estereótipos.

Não sei como fizeste a pergunta pelo que é-me difícil avaliar as respostas.

Anónimo disse...

Afinal de que homossexualidade estamos falando? Melhor perguntando o que é homossexualidade. Eu acho que o facto de duas pessoas do mesmo sexo manterem relacoes sexuais, podemos nao estar peranto um caso de homossexualidade. Por exemplo, podemos colocar na mesma "panela" um magaiça (segundo estorias que nos contam de algumas condições para singrar nas minas) ou um preso que acaba numa relacao de forma compulsiva com Labiba e Lasanta e ou outros homossexuais assumidos e que se comportam e agem como tal?
Dinis Chembene

ricardo disse...

Obviamente que nao, sr. Chembene. Aplica-se aqui o caso dos muitos jovens instrumentalizados que combateram na guerra civil em Mocambique.

Fizeram-no porque tinham de sobreviver a uma forca maior. Nao por conviccao.

O sr. ASS, digo AAS, convidou-me a ir para bancada para comecar a distorcer os meus exemplos. E isso, nao tolero.

Pergunta-me isto: "...Perguntou também sobre umas duas jovens que se tinha beijado em palco a troco de 500 paus e se estas eram lésbicas? o que é que o beijo tem a ver? e andar de mãos dadas entre duas amigas ou amigos como muito tenho visto pelas ruas de Maputo?..."

E eu respondo: Tudo, se soubermos que o beijo foi seguido de uma conferencia de imprensa, onde se assumiram "gays", enquanto seus namorados assistiam relaxadamente a situacao. Em certos paises do mundo costuma passar um concurso denominado "Quem quer ser milionario?". Naquele dia, nas imediacoes do Holiday Inn promoveu-se o mini-concurso "Quem quer sey gay?" para modelos do Maputo Fashion Week, em nome da liberdade das escolhas. Francamente.

Agora, isto e um disparate total:

"...O Barceló de Carvalho (Bonga), cansado desse tabú, foi à Tuga convidar o mariquinhas a ir pra Angola e cantou tanto que o mariquinhas lá foi e deu inspiracão ao Pepetela..."

Se voce nao conhece a cultura angolana (Kimbumdu) nao invente. Para sua informacao "Mariquinhas" e um nome muito comum em Luanda, e ele, resulta de uma corruptela de Marquinhas, outro nome comum, feita pelo ze-povinho.

Portanto, se algum mariquinhas foi a Angola, esse so pode ter sido o filho do Ze-Du depois de uma passagem por Lisboa!

Anónimo disse...

Dinis,
uma pessoa pode viver 50 anos com outra do mesmos sexo e mesmo assim não se considerar homossexual.

cada um se rotula como muito bem entende e segundo aquilo que acha que é. e ninguém tem nada que ver com isso.

não é por eu achar que alguém é assim ou assado que isso é obrigatoriamente verdadeiro, ou correspondente à imagem que a pessoa tem de si.

Viriato Dias disse...

Ricardo,

K.O acabas de dar ao invisível (nem vale a pena citar seu nome, seria uma promoção gratuita). Melhor é, quando assim acontece, ignorar réplicas, uma vez que estás em situação de desvantagens, ou seja, um indíduo que se diz chamar Ricardo com um invisível.

Nesta densa floresta de Homo Sapiens, que saiba, todos temos nome (fictício ou não) mas, por amor de Deus, assinar com XXL, ou XX, ou XL, quando podia "inventar" Salicuchepa, Nhundo, Ndoa, Nhamita, Mabvebve, Quiabo, é demais!

A tolerância do professor para estes casos é demais, acho eu.

Zicomo

Abdul Karim disse...

Bem , Ricardo diz que houve mini-concurso "quem quer ser gay "...

...Isso ja 'e erro, nao se deve promover o "estilo de vida gay"...

Podem ter direitos obviamente... mas nao a promocao...

... do ponto de vista religioso... ate se pode considerar que Deus fez alguns geneticamente diferentes... que sejam humanos e tenham os demais direitos dos humanos... mas na promocao... a ira de Deus 'e terrivel... faz desparecer a cidade... isto esta escrito.

... e ai nao ha duvidas. nao pode ser promovido.

depois ate sexo entre heteros... nao deve ser promovido.

ricardo disse...

Sra. das Tangas,

Ja que sois tao consequente e eloquente, de-me a sua interpretacao a este dialogo:

“- What am I gonna do?…
(- O que vou fazer?)

- Break up with her.
(- Acaba com ela.)

- I did!
(- Já cabei!)

- Do it again. We’re lesbians. We do it several times.”
(- Acaba outra vez. Somos lésbicas. Fazêmo-lo várias vezes.)

Este clássico universal está contido no diálogo entre Phyllis (Cybill Shepherd) e Bette (Jennifer Beals).

Portanto, qual é o vosso recorde de ‘acabamentos’?"

Com objectividade, s.f.f.

Anónimo disse...

Ricardo,
pode comentar e argumentar lá. ninguém lhe leva a mal.

não se esqueça que tangas são tangas. e apenas tangas.
umas mais sérias, outras menos.

ricardo disse...

Sabe sra. das Tangas,

Na vida, ou se e, ou nao se e. Nao se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Eu ja imaginava que a sua resposta fosse essa: Uma nao resposta!...

E o faz o que eu digo, nao o que eu faco. E o vira o disco e toca a mesma chinfrineira. Porque raio vou meter-me agora num site de "Desperate Housewives"? Sei que isso a excita bastante, mas...

Faca-me o favor, deixe-se do discurso da Tanga do Barroso, e seja coerente, objectiva e responda com precisao ao que lhe perguntei.

Ou cale-se para sempre.

Anónimo disse...

Ricardo, voltas, voltas e mais voltas e sempre a evitar respoder sobre a tua posicão em relacão aosoutros pontos do questionário. Sabes e muito bem replicar sobre sobre o facto da homosexualidade não ser intrinsecamente africana e continuamos sem saber se aceitas e respeitas a homosexualidade. Sobre isso ainda não li nada escrito por ti; porque evitas responder?

Volto a peguntar e respondas se quiseres:

Ricardo, será que percebí bem que reconheces ou aceitas que há um grupo de pessoas que, geneticamente, desenvolvlem características... e que um dia assumem-se como gays ou transexuais? e se assumem, porque é que não respeitas esse assumir de uma característica endrógena? e porque " Que remédio"?

"2. E outros, por questões existênciais do seu próprio EU, ora saiem do armário, ou voltam a entrar nele, conforme as estações do ano.

São estes últimos que me preocupam. Porque a argumentação deles vai no sentido de se inverter os termos da vida em sociedade, com base nos erros da humanidade."

Mais adiante, "Começo a ficar desiludido com este assunto.

Penso que haverá temas mais interessantes a comentar se o ponto do debate se limitar a esta infeliz história empolada.

Se não houver, vou para a bancada. É mais saudável." Disseste isto, Ricardo ou foi pura invencão minha?

Chamuale V.D., ja mostraste que quando o assunto é Mugabe, é tudo criacão do Ocidenete e dos indomáveis, mas quando é Pacheco... não te faltam críticas negativas. Á isso chama-se ser in-CU-errente!

AAS

Anónimo disse...

Ricardo,

gostava muito de lhe explicar o que me pediu. só que isso é inviável porque:

1. estamos num espaço que não é meu e em que o debate é sobre a homossexualidade;

2. a resposta que quer é apenas sobre lésbicas e não homossexuais em geral;

3. o texto que copiou na sua pergunta é da série televisiva L-Word, sobre a vida de um grupo de lésbicas em Los Angeles. viu?

4. o texto em referência tem que ver com o típico hábito das lésbicas e mulheres em geral de debater tudo até ao esgotamento, até o rompimento numa relação;

5. era preciso que o Ricardo estivesse bem mais dentro da vivência das lésbicas/mulheres para ter a pretensão de descortinar o humor da coisa;

6. se a sua posição sobre a homossexualidade fosse mais informada e clara, seria sem dúvida muitíssimo mais simples explicar-lhe uma piada 'interna';

7. se me conhecesse minimamente jamais me atribuiria conversa de boi dormir;

8. tento ter aqui uma posição conciliadora porque há entre vós mais necessidade de debater o básico do que capacidade para entender o que aqui está em jogo: direitos fundamentais;

9. não se iluda. o convite que lhe fiz para ir ao tangas discutir este assunto não me excita minimamente, nem a qualquer lésbica; é apenas uma atitude normal de não segregação de nenhum ser humano;

10. a razão pela qual prefere discutir aqui o assunto de lá, é evidentemente a segurança que lhe traz este cantinho conhecido, onde o socialmente correcto não lhe põe desafios que ameacem abalar o seu estatuto de macho hetero dominante;

11. não tome a minha cordialidade por candura que não existe, pense duas vezes antes de me pôr ultimatos e não se esqueça de que não sou nenhuma pitinha deslumbrada a debater temas excitantes pela primeira vez. sei muito bem o que digo e onde quero chegar;

12. se não lhe respondo directamente a alguns assuntos é porque o acho ainda verde nestes debates; mas já percebi que é uma pessoa inteligente e considero que não estão, de forma alguma, esgotadas todas as suas óbvias capacidades de diálogo (coisa de mulher...);

13. quanto às donas de casa desesperadas, não só achei de mau gosto a alusão, como me convenceu de que o macho alfa em si está certo de que todas as mulheres sofrem de nervos sem a sábia liderança de um galo. tem o seu quê de básico, não acha?

ricardo disse...

Sr. AAS,

Em relacao a sua insistencia em tanto me perguntar que ja cansei de responder...

Conclui que,

Tese:

"O movimento gay (o objecto da minha preocupacao) em Mocambique compõe-se de dois grupos: um formado por gente totalmente incapaz, e outro por gente capaz de tudo." (Previsoes de Ricardamus)

Demonstracao:

Por Raciocínio simplex

1. Deixem que todos os homens que queiram casar com homens, o façam...
2. Deixem que todas as mulheres que queiram casar com mulheres, o façam...
3. Deixem que todos os que queiram abortar, abortem sem limitações...

Logo,

Em duas gerações, a natureza sabia se encarregara de resolver o problema. Deixarão de existir gays em numero suficiente para nos perturbar o ambiente...

C.Q.D

Resta-vos tambem, a incumbencia de perceber quem sera a NOIVA, para que a respectiva familia pague o copo de agua. E que e o NOIVO, para que este se encarregue da compra das aliancas. Bem, mas isso e um problema menor...nao e?

Posto isto, fico a espera do proximo post sobre o assunto que espero que seja mais interessante do que este, que ja deu o que tinha dar. Que remedio!!!

Sr. das Tangas,

"...a resposta que quer é apenas sobre lésbicas e não homossexuais em geral..."

{LESBICA} ∩ {GAY} => {Ø} <=> Para todo conjunto {A}: {A} ∩ {Ø} => {Ø}.

Numa vi uma afirmacao tao assombrosa vinda da boca de uma lesbica. Obrigado, por me dar razao. Raciocine e descubra porque.

Depois do Paradoxo de Russell, eis-nos diante de um novo Paradoxo: o Lesbico proposto por Tangas. Acho que assim, ate Zermelo e Fraenkel ficariam perdidos das ideias...

O resto e a retorica habitual. Para consumo estritamente lesbico. Que se fique pelo PSI-CO-ESTAR, e pelos chakras...

Gente fina e outra coisa.

ricardo disse...

Sr. AAS,

Agora indo as coisas mais serias...

Sinceramente, o questionario a que se refere tinha um conjunto de questoes em que me abstive, porque nao vejo as coisas do modo em que me sao apresentadas.

Se me fizer o favor de pontualizar todas as questoes que ainda nao respondi, use este blog, que eu V, responderei democraticamente sem mascaras nem pseudonimos.

Quem nao deve, nao teme.

Anónimo disse...

Ricardo,

é pena que se fique pela rama.
francamente, reconheço-lhe outras potencialidades.

não é a função reprodutiva que está em causa; são os direitos humanos.
já agora, só para sua informação, a esmagadora maioria de homossexuais nasceu de famílias hetero...
deve ser cármico ;)

Anónimo disse...

Ricardo,

Agora indo a parte final das coisas mais sérias...

Percebo e aceito que tenhas "esquivado" a um conjunto de questoes, porque nao vez as coisas do modo em que te sao apresentadas. Muito bem, Ricardo. Percebo também que do questionário retiraste a questão do "movimento gay" e tornaste-a no objecto da tua preocupacão; super, também aceito e respeito a tua escolha. Agora, Ricardo, a questão de defender a homosexualidade não tem a ver com o facto de ser ou nao gay ou estar dominado pelo "lobby gay", mas sim por uma questão de princípio fundamental de não descriminacõa do outro (pela sua côr da pele, religiõ, filiacão política, SEXUALIDADE, etc, etc.

Se se deve legislar sobre o casamento entre indivíduos do mesmo sexo, é uma questão de vontade política e cultural e quando o "povo" estiver preparado, as mudancas hã-de acontecer naturalmente, "penso eu de que"! É uma questão moral a definicão do matrimónio/casamento como um acto celebrado entre duas pessoas de sexos diferentes. "Quando chegar o momento", hão-de trocar o detalhe "...sexos diferentes".

Para terminar, quero dizer que a tua "alianca" com o "chamuale perdiz" serviu para aumentar "as confusão", visto o chamuale é aquele que cospe besteiras, chamou de deoentes aos homosexuais, etc, etc.

Aceite um abraco de despedida.

AAS

P.S. Fui ao arquivo da "nossa história" e constatei que a homosexualidade foi trazida à Africa pelos europeus tal como trouxeram os nomes Viriato, Caetano, Dias e muitos outros. Assim sendo, a homosexualidade e estes nomes sao gemeos e na Africa Negra profunda.

Concluindo:

V.C.D. e muitos outros são tão intrinsecos à Africa como é a própria homosexualidade.

ricardo disse...

Sra. das Tangas,

Discursos de capoeira e lana caprina estao mais adequados ao seu esganicado publico lesbico.

Nao pense que me passa despercebido o leitmotiv gay do sec. XXI "nos tambem podemos reproduzir". Mas quando e como quizermos. Irresponsavelmente, chamando de mafarrico a Lua e o pessoal a rir da cena...

Esta muito enganada. Voce nao vai ter mais filho nenhum se nao for por um homem. Nem que seja por tubo de ensaio. O seu correlegionario local de Maputo, tambem nao, se nao for por uma barriga de aluguer.

Este e o sentido da vida que V.Excias tentam distorcer dando um sentido comercial, tipo "fast food", a tudo que nos fazemos hoje.

O que e que nos espera depois? Mulheres com dois sexos? Homens gravidos? Para V.Excias, a vida e arte. Vale tudo que a imaginacao sugerir. Nao tem a nocao do ridiculo.

Isso tem um nome. Chama-se egoismo. Da emprego a muita gente. Inclusive, justifica a existencia deste blog.

No fundo, o que Scott-Heron diz no seu "Work For Peace". Um projecto de humanidade de mentes irresponsaveis "em nome da liberdade da criacao" como reaccao ao mundo desigual que hoje temos, que eles proprios, com sua ideia brilhantes ajudaram a construir.

Alguns exemplos:

1 - http://portugalgay.pt/news/030504A/CANAD%C1:_Homossexuais_podem_ser_melhores_pais_que_heteros

2- http://casamentocivil.org/casamentocivil/news.asp?uid=200107A

3- http://dekko-kosta.spaces.live.com/blog/cns!E687959A4F32B76F!679.entry

Provas irrefutaveis de que esta em curso uma ofensiva contra o estilo de vida heterossexual e nao, como reivindicam, um "direito a diferenca".

Portanto, nao ha vitimizacao dos defensores ao espaco heteressexual. Ha factos comprovados, contra os quais lutamos ate as ultimas consequencias.

Uma ultima questao: Diga-me voce, que impacto socio-economico positivo para a populacao teve o casamento gay na Africa do Sul?

Aumentou a colecta de Impostos? Seguranca Social? Melhorou o ambiente de negocios? O Turismo? O que?!...

Coisas sem interesse, calculo.

Ricardo "Semper Fi"

Viriato Dias disse...

Bestial, Ricardo.

Mas que granda resposta. Estou impressionado. Sinceramente impressionado.

Digo e bem ZICOMO

Anónimo disse...

Ricardo,

o acrescento trazido pelos casamentos entre pessoas do mesmo sexo são, basicamente, um passo em frente em direitos humanos.

qual é a parte que não entende? aquela em que se considera mais do que outra pessoa? aquela em que não reconhece que, para as mesmas leis e mesmos impostos, os mesmos direitos também?