Conselhos pré-sociológicos para candidatos a sociólogos (1)

Deixem-me ser franco: nunca tive nem nunca terei aquele sensato jeito que alguns têem para escrever manuais, para ter o rigoroso, aprumado, organizador, disciplinador pensamento-de-manual. Sinto que sou demasiado rebelde à manualização das coisas, dos saberes. Não são poucos aqueles que me pedem que explique o que é a sagrada sociologia (coisa que não sei, claro). Resisto sempre ou quase sempre às definições. Sinto e sei que sou um poeta acidentalmente caído na sociologia. Todavia, vezes há, como neste exacto momento, em que me apetece ser boticário sem, porém, o ser. Vou permitir-me deixar aqui, em curta série, sempre que tiver tempo (amanhã começo uma série de actividades aqui em São Paulo) alguns conselhos brincalhões - evidentemente - para aqueles que querem ser sociólogos. Ou qualquer outra coisa, afinal, que termine em logos. Aguardem, então.