03 maio 2008

A "hora do fecho" do "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "Na hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com a "hora do fecho" desta semana:

* Os avisos à navegação continuam. Desta vez foram os doadores. No fim de mais uma revisão conjunta do desempenho governamental, os que põem a mola para apoiar o Orçamento de Estado acham que o fosso entre ricos e pobres está a aumentar em Moçambique. Resta saber quem é o pai (ou a mãe) de uma tal política...

* O relatório de contas do BCI Fomento revela que em 2007 foram pagos 129 milhões de meticais (5,2 milhões de USD) em indemnizações aos ex-membros dos orgãos sociais da instituição. Na badalada transacção há quem tenha ganho verdadeiras “reformas douradas”...

* Ainda nos domínios bancários, mais uma transacção de vulto desta feita na área dos abridores de portas. O que não quer dizer porteiro. Um grande grupo português, como outros fizeram antes, recrutou para os seus orgãos sociais o antigoboss” do banco central. Estamos para ver os seus desempenhos...

* O “boss” da espectaculosa ficou sem um dos braços do “tripé”, como se referia orgulhoso aos seus mais directos colaboradores. O que é perda num lado é aquisição no outro. E o canal que está a fazer furor com a sua nova parceria portuguesa acabou por ganhar um novo director técnico.

* Menos espectacular, pois há muita gente que já não acredita nele, o mecânico do Alto-Maé trouxe à ribalta de novo o filho do galo. No seu “replay”, Nyimpine foi o mandante do assassinato do jornalista Carlos Cardoso.

* E em semana da Liberdade de Imprensa há um grupo de escribas que entrou em estágio para também ir depor no julgamento sobre o assassinato na forma tentada ao causídico Silva. Também Albano de seu nome. Vamos ver se o mecânico do Alto-Maé se contém nas “bocas” e não revela intimidades... como fez na Matola.

* O intrépido Azagaia lá foi à procuradoria. Três perguntas lhe foram colocadas: Se a letra era da sua autoria, quais os objectivos que tinha a alcançar com a música e se, na sua opinião, alguns versos da letra incitavam ou não à violência. Jurista Alice, que não vive no país das maravilhas, esteve lá e disse que vai continuar a escutar as músicas do jovem rapper. Liberdade de Expressão está difícil de expressar...

* Grande movimentação de fundo com visita do mediático juiz Paulino à casa do povo. Afinal o jornal que insistiu na sua crucificação causou grandes mossas na “nomenklatura”. O porta voz da maçaroca não fez a coisa por menos. Quem boicotasse o PGR estava ao lado do crime organizado. Quem não está connosco... é contra nós.

* As prateleiras das lojas de Manica têm cada vez mais poeira e menos produto. Os cunhados do outro lado da fronteira, com a fomeca que passam, varrem tudo à sua passagem. O que é uma oportunidade de negócio do lado de cá...

Em voz baixa

* O controverso Pereira da Renamo que andava tão caladinho nos últimos tempos, está a desassossegar as hostes da perdiz. Na mais pérfida elaboração conspirativa, até já se apontam dedos para os lados da maçaroca. Dizem que é por inveja ao puto que pôs na ordem a autarquia do Chiveve.

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