Segundo o semanário "Savana" já na rua, pela pena do jornalista Nelson Carvalho, a madeira está a ser explorada ilegalmente em Murrupula, província de Nampula. De acordo com o jornal, "a maior parte dos casos referidos são protagonizados por indivíduos oriundos da China em colaboração com nacionais ligados à estruturas de decisão". O "Savana" refere que "a maior parte dos funcionários do sector florestal são sócios maioritários de empresas cujos trabalhos é a exploração e exportação da madeira." O semanário dedica ainda espaço a mostrar que a China institutiu em 1998 um embargo ao corte das suas florestas e por isso procura obter madeira em países estrangeiros (p. 21).
Nota: recordo que este diário está pejado de postagens sobre o saque da madeira. Quando aqui, em 2007, comecei a denunciar o saque, surgiram vários cavaleiros andantes a protestar, nervosos, indignados, em vários púlpitos da praça. Agora, o saque já não é novidade e nenhum cavaleiro andante se levanta para protestar.
1 comentário:
Carlos Serra tem a certeza de que, nessa altura, a discussão era sobre uma ou outra ilegalidade que possa estar a ocorrer na exploração da madeira? Pelo que me lembro, o debate não girava à volta disso. Discutiam-se coisas mais profundas do que isso. Discutia-se exploração de madeira versus desflorestamento; discutia-se se exploração de madeira ocasionava mais desflorestamento do que o abate de árvores para lenha, carvão ou para plantio de culturas de rendimentos; debatia-se se o desflorestamento tinha começado com os chineses, ou seja, se a deplecção das florestas tropicais se havia iniciado com os chineses; discutia-se exportação de madeira em bruto versus exportação de madeira serrada ou, mesmo de mobílias.
Situar o debate que ocorreu há cerca de 12 meses à volta de circunstanciais ilegalidades é reduzir dramaticamente o alcance das discussões que tivemos.
Obed L. Khan
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